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sexta-feira, 31 de dezembro de 2004

Não pára, não pára, não pára não!

Palhaços Made in Bahia - Parte II

Salvador é um lugar provinciano. Calma, gente. Não me xinguem. Sou baiana, adoro a Bahia, mas vamos combinar que a "cabeça" da galera soteropolitana é bem diferente da "cabeça" do povo daqui do Rio de Janeiro ou de São Paulo, por exemplo. Antes que me venham com explicações sociológicas e/ou psicológicas, falo do universo que eu conheço. Portanto, posso tirar minhas conclus~]oes. Essas diferenças de pensamento podem ser restritas ao povo que eu conheço de lá, pode ser muita coisa também ... mas que é diferente, isso é.

Reunião pós-Natal. Entre idosos, balzacas, cinquentões, adolescentes, destaca-se o grupo de jovens, todos entre 22-25 anos. Todos com seus e suas respectivas namoradas(os). Conversa vai, conversa vem ... eis que uma adolescente (16 anos) se aproxima do grupo e entra na conversa. Ouço o seguinte trecho:

Palhaço - Você já namora?
Adolescente - Já.
Palhaço - Mas assim... sua mão acha tudo bem .. ele é legal?
Adolescente - Claro .. ele é muito legal. Todo mundo lá em casa gosta dele.
Irmã da adolescente - Nossa, o X é muito gracinha.
Palhaço - Huuumm .. tem que ver isso ... ela não tem um pai, um irmão pra aprovar esse namoro ...

Congela a cena.

Não, não estou num livro de Nelson Rodrigues. Olho para os lados e não vejo cavernas ou tacapes. Não, não estou nos tempos medievais e me recuso a acreditar quem em 2004, um garoto de 22 anos, bem nascido, viajado, estudado, entre outras coisas, consiga elaborar em seu cérebro uma frase como essa. Só pra esclarecer: o palhaço e a adolescente são primos. A adolescente em questão tem duas irmãs e sua mãe é divorciada.

Oh, boy ... como explicar para o jovem mancebo que nós mulheres não precisamos de aprovação pra porra nenuma? E que se ainda precisássemos, poderíamos perfeitamente solicita-las de nossos pares femininos, ou seja, mães, irmãs e primas. E ainda assim, em precisando, não seria uma sabatina "aprovativa" no sentido mais indecente possível, colocando o "sacudo" da família,. bravo e forte, para decidir os rumos sentimentais do clã.

A juventude está perdida.
Para fechar o ano .... palhaçadas Made in Bahia

Minha estadia em Salvador rendeu algumas palhaçadas e observações pertinentes quanto ao comportamento dos palhaços soteropolitanos. Como vocês já devem saber, o picadeiro é grande e sempre cheio. Em qualquer lugar do Brasil e do mundo lá estão eles ... nosos queridos palhaços a fazer graça.

Sem mais delongas ... vamos às histórias:

1. O(s) palhaço(s) e o topless

O bruto já chegou na praia lançando olhares galantes para a bunda de uma mocinha que tomava sol de bruços. Tal e qual Tarcísio Meira em seus áureos tempos, o palhaços levantou a sobrancelha, mordeu o lábio e passou vagarosamente pela mocinha, admirando sem pudor a bunda da garota. Uma cena ridícula. Digna de novela mexicana. Não consigo entender esse comportamento masculino de olhar uma mulher como se visse uma "espécime" feminina pela primeira vez na vida. Nunca entendi mesmo. Porque por mais que eu ache um cara bonito, nunca vou passar devagarinho por ele, olhando sem pudor seu bilau. Isso é ridículo. E tipo assim ... que tipo de impressão ele acha que isso causa numa mulher? Não seria mais legal puxar uma conversa, comprar pra ela uma água de coco ou simplesmente olhar de maneira discreta?

Claro que não.

Pois bem ... o palhaço deu uma voltinha pela beira d'água, puxou um banquinho e sentou próximo onde eu estava. Não dava muito bem pra escutar o que ele dizia, mas dava pra analisar o comportamento galã de novela dele. Estava divertidíssimo.

Obs: praia na Bahia tem banquinho.

Continuando: cerveja vai, cerveja vem, cerveja vai e cerveja vem. Vi que atrás dele, uma garota de no máximo 19 anos, tirou o sutiã do biquini e ficou segurando o seio com as mãos. Bizarro é pouco. Ela não saía da cadeira e o cara que estava com ela, um baixinho com seus 50 anos, estava na água, bebendo cerveja e olhando o tempo passar.

Obs: a praia em questão não tem ondas e uma faixa de areia de no máximo 50 metros de largura.

Ela ficou assim quase uma hora e, quando alertado pelo amigo, o bruto não perdeu tempo. Lançou o olhar, mas não se comoveu muito com a cena. Virou, viu, não achou nada demais e voltou a conversar.

Cansada de ficar segurando os peitos, a mocinha do topless, que pra feia tinha que melhorar, perdeu a vergonha e liberou os seios (bonitos por sinal). Continuou sentadinha na cadeira, ainda solitária, porque a essa altura eu já não via mais o baixinho coroa há algum tempo, mas agora com os peitos livres, leves e soltos ... nosso galã não tinha percebido a mudança até ir à água. Na volta, ao ver o topless de fato, mudou da água para o vinho. O homem ficou literalmente "maluco" e não sosssegou enquanto não sentou ao lado da garota. Olhava de cinco em cinco segundos, fazia comentários com o amigo e foi puxando o banquinho devagarinho até que em poucos segundos estava lá oferecendo uma cerveja, puxando papo, dizendo que a praia estava ótima, que o sol era lindo ...

E não só ele (pasmem!): os peitos agora livres causaram uma verdadeira comoção no picadeiro. Um chato que tocava violão tentando conquistar uma outra mocinha, largou tudo que estava fazendo, inclusive o objeto de sua conquista, e foi sentar ao lado da moça de peitos livres, onde --+.começou uma serenata digna do troféu abacaxi. Vendedores, crianças, adolescentes, até duas bichas se levantaram para ver.

Sei não ... fico pensando se os palhaços baianos não conheciam a prática ou estão muito pouco acostumados a ver peitos. Sei que vão chover críticas a minha observação, mas nada contra os baianos. No entanto, não dá pra entender como o simples fato de uma mulher passar horas segurando os peitos com as mãos não causar estranheza e o (outro) simples fato de ela ficar com os peitos livres torná-la quase uma "capivara" carioca, causando tamanha mobilização.

E o palhaço? O palhaço tava lá. Esqueceu até da bunda da mocinha que ele tanto cobiçou. E olha que essa tinha bunda, peito, barriga e rosto bonito. Preferiu o trubufu de peito de fora.

Vai entender ....

quinta-feira, 23 de dezembro de 2004

É Natal!
Ou Esses vendedores péla-saco e suas abordagens péssimas
Semana passada estava eu no shopping tratando de torrar meu décimo terceiro antecipadamente, quando entrei em uma loja de moda jovem e logo fui abordada por um vendedor:

- Se a SENHORA quiser alguma coisa, fala comigo.

O palhaço devia ser mais velho que eu, mas só porque eu não estava de calça de “istréti”, top de barriga de fora e tamanco de “cristal”(até porque ia ficar um horror!), ele achou que eu fosse mais velha e tascou o “senhora” onde não devia.

Olhei pra cara do infeliz com um sorriso que ia de fora a fora e uma cara de “poxa, eu estava doida pra te dar um beijo na boca de língua, mas você me chamou de senhora e uma senhora não dá beijo na boca de língua assim...” que ele mudou. Ficou tentando puxar papo, ficou me cercando enquanto eu escolhia e eu nem aí. Quando ia saindo(sem levar nada, claro), ele ainda falou:

- Não esquece de mim, hein?

Pode deixar, não vou esquecer.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

Ex-sogro também é palhaço
Neguinho adora falar mal da sogra, mas esquece que sogro é homem e, portanto, palhaço. Quando passa a ex, a coisa piora.

Uma conhecida conta que durante seus dez anos de casamento seu ex-sogro a chamou pelo nome da primeira mulher do seu marido. E olha que os nomes são beeeeeeeeeeem diferentes e o tal ex-sogro nem conviveu com a ex-nora porque ela e o filho dele viviam em outro estado, o casamento só tinha durado dois anos e terminado há outros dois. É ou não é palhaçada?
Palhaço marqueteiro
Só pode ser coisa de homem esses outdoors de uma churrascaria espalhados pela zona norte. Eles primam pelo mau gosto. Um deles (acho que o pior deles) diz assim: “Você come o lombo e não precisa ligar no dia seguinte”. Péssimo.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

Palhaço no trabalho?

O ideal é você dar em cima da sua colega de trabalho no próprio ambiente de trabalho.

Melhor ainda quando faz isso soltando cantadas baratas mesmo sabendo que ela é casada.

E tudo fica ainda mais gostoso quando você, além de falar, manda torpedos por e-mail.

Mas a cereja do sundae chega quando você, com o intuito de agrada-la, dá a ela um casinha feita de palitos de picolé.

"Um mimo", como ele mesmo classifica.

Não há quem possa.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2004

Hoje é Dia do Palhaço
E né q caiu na sexta? Tenho q certeza q os nossos palhacinhos vão aprontar muitos espetáculos pra comemorar a data....

sexta-feira, 3 de dezembro de 2004

Palhaço ICQ
Estava eu um sábado de madrugada na internet, coisa que não fazia há tempos, quando o-oh do ICQ anuncia que tenho uma mensagem de uma criatura que não está na minha lista. Abro a mensagem e qual não é minha surpresa ao saber que é um ex-palhaço com quem outro dia esbarrei em um shopping. Ele, claro, estava acompanhado de uma doce e meiga namoradinha.

Demonstrando sua total falta de criatividade, ele puxou papo justamente com o mote do encontro. Não demorou muito (na verdade, seis mensagens) para ele deixar aflorar seu lado palhaço.

Palhaço: aquele dia eu estava namorando. eu voltei pra falar com você mas você foi embora.

"Aquele dia"? Quer dizer que agora não está mais? Ã-ha.... E eu sou uma empada. De camarão. Daquelas com bolinha de massa na tampa...

O diálogo prossegue.

Palhaço: e agora?
Eu: agora o que?
Palhaço: não vai sair não?
Eu: hoje?
(Já era uma da manhã. Devia ter respondido: vou sim, Pedro Bó, estou só esperando dar 3h...)
Palhaço: é
Eu: não. to dura. vou ficar em casa q eh mais barato. :)
Palhaço: hheehhehe. se você quiser a gente pode dar uma volta.


É muita cara de pau! O cara não me procura nem pra saber se estou viva, aí esbarra comigo num shopping, gosta do que vê, resolve que “recordar é viver”, mas nem se dá ao trabalho de buscar meu telefone, deixa ao acaso e dá sorte de me encontrar dando pinta na internet. É uma da manhã, mas que qui tem?!?!? “quem sabe faz a hora”, e manda logo a real... Tá pensando que é assim?!?!?

Como eu estava de bom humor e sem sono, dei corda pro palhaço se enforcar (e cavei um post, claro!).

Depois da minha negativa, ele insiste:

Palhaço: você que sabe. se quiser dar uma volta, eu te pego aí
Eu: vc está namorando?
(mudando de assunto e tocando na ferida)
Palhaço: não(Que mentira, que lorota boa!)
Eu: terminou a quanto tempo?
Palhaço: tem uns 2 meses eu acho
Palhaço: eu não sei quando terminei.
(Por quem tu me tomas? Uma tola?)
Eu: se homem nao guarda data de inicio de namoro, vai lembrar de data de término?!?!?! :)
Palhaço: hhauauahua, pois é. término é término, não quero lembrar disso.
você tem certeza que vai ficar em casa?


Ele não desiste! Me nego veementemente e ele lamenta:

Palhaço: que pena. gostaria de te reencontrar.

O papo continua. Falamos banalidades, sobre estudo, família, coisas sem importância, até que ele volta ao assunto:

Palhaço: você tem certeza que não quer dar uma volta hoje?

Cagalhos! Nesta quase perco a paciência! Mas xinguei sozinha no quarto, neguei novamente, e continuei pra ver até onde ele ia:

Palhaço: que pena. acho que seria muito bom a gente se reencontrar agora.
Eu: fica pra um outro dia.
Palhaço: beleza então
Eu: de preferencia bem mais cedo. :)
Palhaço: me desculpe por ter chegado tarde em casa.
(Ai,que drama!)
Eu: eh. vê se da proxima vez nao fica no churrasco até tarde... (Ele tinha dito no começo da conversa que tinha chegado de um churrasco.)
Palhaço: o churrasco foi de 6 da tarde até meia noite. foi num clube com horário marcado. (Foda-se. Você não tem que me dar satisfação. Quando deveria dar, não deu. Não venha agora me encher com detalhes sobre a sua vida cheia de festinhas de universitário inconseqüente...)
Eu: tarde pra um convite a uma dama q vc nao ve faz tempo...(Eu fiz Socila!)
Palhaço: já pedi desculpas, mas só agora cheguei em casa.
e justamente por esse tempo todo é que eu queria te encontrar novamente.
(Ele ainda não sabe que não posso comer açúcar por isso está esse doce...)

Ele finalmente parece compreender que não vou sair..

Palhaço: tá bom então. você ainda tem meu telefone?quando vier aqui (...) me liga.(O que?!?! Eu te ligar?!?!? Nem fodendo!)
Eu: vc ainda tem o meu?
Ele tem meu celular e meu fixo.
Eu: então, qnd bater essa saudade arrebatadora de novo, vc me liga. tomara que ela bata mais cedo. :)
Palhaço: você tem o meu?


Sim, eu tinha um número de celular gravado na minha agenda com o nome dele, mas como conheço pelo menos três caras com o mesmo nome, não sabia de quem era.

Bingo. Era do próprio.

Eu: olha q coincidência! hoje mesmo eu estava olhando a agenda do celular e ai vi esse numero. fiquei na duvida se era vc ou o palhaço do trabalho ou da pós. estava quase ligando pra ver de quem era o numero. (Ainda bem que não liguei!...)
Palhaço: tá vendo a diferença. eu nunca confundi o seu número.(Ah, vai dar meia hora de bunda, filho...)
Eu: eh pq vc colocou na sua agenda "ana paula (matriz)". eu fui colocando os nomes dos outros palhaços-de-mesmo-nome-que-seu sem identificá-los...
Eu: acertei?
Palhaço: pois deveria identificar. e se tivesse ligado talvez eu teria chegado em casa mais cedo, ou nem teria vindo pra cá.
(Cara, isso é uma palhaçada das grandes: virar o jogo pra colocar a mulher como “culpada”de alguma coisa.)

Ficamos falando da sucessão coincidências que estava nos rondando: o encontro no shopping, eu achei o telefone dele (sem saber que era dele), ele me encontrou no icq...

Palhaço: está vendo a conspiração do reencontro.(Ai, eu quero vomitar!)

Isso já tem uns dois ou três finais de semana. Jacaré me ligou? Nem ele. Por que será??? Melhor assim que me poupa de ter que me controlar em cima do salto pra não ser grossa. Só lamento pelo HTP. Nosso reencontro certamente renderia mais e mais posts... Mas tudo bem. Palhaço é o que não falta pra dar show e animar este blog.