Páginas

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

A revolta das oferendas

Não sei se é o fim do ano se aproximando, não sei se tá todo mundo querendo fechar 2006 com o Carnê do Baú da Felicidade em dia, mas o negócio é que os palhaços estão frenéticos e as oferendas não param de voltar.

No meio da correspôndencia normal, e-mails dos leitores e mensagens de fim de ano dos amigos o que mais tô recebendo é contatinho de figurinha repetida querendo apresentar reprise de espetáculo. Ah, eles vêm via torpedos de celular também.

Lembram da novela dos palhaços sumidos que reapareciam? Pois é, reapareceram.

Primeiro foi aquele que marcou comigo e me deu bolo. Ele me ligou, ele me chamou pra sair, ele marcou hora e lugar. Ele apareceu? Não. Ele ligou pra pedir desculpas? Não. Duas semanas depois, eu tô eu saindo de um show e pego o celular pra mandar uma mensagem pra uma amiga que ficou em outro lugar. Havia uma mensagem. Pensei "Ih, a Alba Valéria já saiu".

Não, não era minha amiga Alba Valéria. Como se nada tivesse acontecido, o bruto me mandou um torpedo no meio da madrugada "Tá na Phunk??". Phunk é uma festa popular no Rio de Janeiro, que eu até já freqüentei em outros tempos, quando era no falecido Cine Buraco, depois só fui uma vez, mas achei que já não era a mesma coisa e talz, isso não vem ao caso...

Bom, o show começou às 2h e eu olhava o celular de vez em quando pra ver a hora. Logo ele me mandou o torpedo depois das 2h. Deve ter chegado na festa, não achou ninguém pra ficar e me mandou o torpedo. Como eu não tava na festa, não pretendia ir e, mesmo que estivesse, não pretendia ficar com ele, não respondi. Contatinho tem limite, né?

Por enquanto ele não apareceu de novo. Será que dessa vez a oferenda vai embora?

Amanhã conto outra.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Eu, leitora e empresária circense: clássicos!

O relato enviado pela leitora Dora conta outro espetáculo de palhaço indeciso: termina o namoro, mas quando sabe que a ex tá com outro dá pitizinho, se faz de traído, faz que quer voltar. Tolas as que caem nesse espetáculo.

Na sexta meu namorado (o palhacinho) disse que precisava de um tempo, na minha opinião não existe tempo em namoro, então terminamos... Fiquei puta da vida!!! No sábado resolvi sair. Fui numa festinha de um amigo meu, já tinha bebido bastante, tava só curtindo, quando um amigo, o XXX (melhor não citar nomes), veio dançar comigo, ele não sabia que eu era a mais nova solteira do pedaço, dançamos muito até rolou certo assunto:
- Sabe o que eu queria agora?
- O que?
- Te dar um beijo!
- ?
- Desculpa, esqueci que vc ta namorando.
Pensei no Palhacinho Namorado no momento e dei um beijo no XXX, e que beijo bom... depois expliquei que não estava mais namorando e curtimos muito o restante da noite.

No domingo o Palhacinho me ligou 9h da matina avisando que estava na porta de casa, levantei e fui atendê-lo. Ele veio com um papinho que me viram na festa com outro e ele queria saber se era verdade, pois preferia acreditar que não. Eu, morrendo de sono, só disse que a fila tinha que andar. E não é que ele quis dar piti comigo, fechei a porta na cara dele e voltei pra cama.

Vê se pode, o cara termina, e depois ainda quer exigir! Mais tarde o XXX me liga pra ir a um churrasco na republica dele, eu fui... estava lá dando uns beijos gostosos, e depois de um tempo quem chega, o palhacinho, ficou de longe só olhando, ainda bem que não veio fazer graça.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Palhaço ilusionista
Estava eu, leeenda de viver, dirigindo e cantando pelas ruas do Rio de Janeiro, quando avisto no meu lado direito um carro com um homem ma-ra-vi-lho-so ao volante. Fiquei encantada com a visão de seus olhos grandes, seu queixo furadinho e sua boca carnuda sorrindo para mim, mas a grossura da sua aliança na mão esquerda foi o que mais me chamou a atenção. Entretanto, o rapaz se mostrou um palhaço de múltiplas habilidades artísticas e fez o número do desaparecimento da aliança. Gente, o cara é bom! Melhor que Mister M ou David Copperfield. Ele levou sua mão para baixo e quando retornou com ela ao volante, a aliança não estava mais lá. A manobra durou milésimos de segundo e me deixou impressionada. Tanta destreza e habilidade só se conseguem com prática constante e exaustiva do número. Admirável sua dedicação. Palmas para o palhaço que ele merece.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Eu, leitora e empresária circense: clássicos!

"Em 2001, nós nos conhecemos na faculdade. Eu, com 18 anos recém completos e ele, com 21. Quase dois adolescentes. Começamos uma paquerinha na aula mesmo. Nunca tinha tido coragem de chegar em alguém, mas aproveitei minha nota boa na prova pra jogar um charminho no monitor (leia-se: ele) e dali descemos pra lanchar e conversar um pouco. Já neste momento, descobri que ele também era fã de Tom e Chico e prometi lhe emprestar um dos meus cds.

Foram poucos dias daquele momento até começarmos a namorar, não sem antes ter uma palhaçada. Sabe aquele segundo que antecede o beijo, segundo Herbert Vianna? Pois, neste segundo, eu escutei um tilintar que não soube ser de sinos ou uma cigana que se aproximava para ler o nosso destino. Já sentindo aquele frio na barriga, perguntei a ele que barulho era aquele. Segue diálogo:

Ele: - São moedas pra fulana!
Eu (mentalmente): Quem seria fulana?
Ele, apressadamente: - A sobrinha da minha namorada!
E mais apressadamente ainda: - Mas estamos pra acabar, tá tudo péssimo.

Confesso meu lado palhaço neste momento, mas se ele não a respeitou, por que eu faria isso, eu pensei. Tá bom, tem aquela história de que não faça com ninguém o que não queria que fizessem com você, mas eu estava apaixonada desde o primeiro dia de aula, e mais ainda depois da aula que ele havia dado. Paciência! Beijei o bruto, como dizem no HTP e mandei ver. Fiquei esperando o namoro oficial dele acabar e nada.

Ele freqüentava a minha casa como meu namorado, ou coisa parecida. Íamos pra sorveteria de mãos dadas - eu falei que era uma coisa adolescente e eu era meio nerd - congressos sempre juntos, apelidos recíprocos... Apesar de não tocarmos no nome dela e eu pensar que já era fato consumado, depois de dois meses, cansei. Queria alguém só pra mim e parecia que esse namoro dele não ia acabar. Na verdade, era ele quem eu queria, mas não daquela forma. Pulei do barco. Qual não foi a minha surpresa ao saber que a namorada oficial dele estudava com a minha vizinha e melhor amiga de infância. E pior, que queria me conhecer. Medo. Pânico. Terror. Tudo isso em letras maiúsculas. Fui, né? Eu tinha culpa no cartório mesmo. A menina foi um amor. Disse que o namoro estava realmente uma porcaria, apesar de ele ser o melhor namorado que ela já tinha dito, blá blá blá e que não tinha raiva de mim, e que até entendia porque ele tava se envolvendo comigo, já que eu era maravilhosa e devia estar dando a ele um suporte emocional que ela já tinha cansado de tentar. Resultado: depois da nossa conversa, ela também acabou o namoro com ele. E quem tinha duas, passou a não ter nenhuma.

Cada um seguiu seu caminho, eu e ela nos falávamos com certa freqüência, ele continuou a ir pra minha casa, mas como amigo da família e eles dois como bons amigos.

Cinco anos depois, tudo neste mesmo ritmo, terminei um outro namoro. Eis que, há dois meses, eu ligo pra ele a fim de conversar pra ver se ele me ajudava a conversar com minha mãe e minha irmã - as duas são loucas por ele e estavam de bico comprido pro meu lado - como AMIGOS que conseguimos ser durante todo esse tempo. "Ele está noivo. Estabilizado emocionalmente, pode ser que me dê uma mãozinha", pensei. Doce ilusão. Mal comecei a contar minha história, ele se saiu com um: "É, se eu fosse teu namorado, saberia como dobrar tua mãe, ela é osso duro de roer. O teu ex deveria ter tido mais jogo de cintura"... "Ah, mas só quem convive com a tua mãe sabe como ela é... tu lembra que a gente sempre podia fazer isso ou aquilo?" (risadas ao fundo). Pensei: "Ah, Pedro Bó, isso é época de tu me dizer isso? E vem fazer inveja agora? Só porque tu tá noivo de outra". Deixei...

Conversa vai e vem, o menino começou a se declarar. Isso mesmo, declaração... Dizendo que tinha que me deixar namorar (?) para poder esquecê-lo (?), mas que eu sempre estive nas lembranças dele. Que ele freqüentava minha casa por não conseguir parar de me ver, saber como eu estava. Ao questioná-lo sobre as razões pra ele vir pra cá e mal conversar comigo, escuto um "Eu tinha que te ver, saber como você está, mas não podia chegar perto, pois tinha medo de não me agüentar. Teu toque, teu abraço, por mais amistosos que fossem, me deixavam quase sem autocontrole".

Perdi o chão... de novo! Minha paixão adolescente me dizia tudo que eu sempre quis ouvir. Com cinco anos de atraso. Tudo. Ah, isso não se faz. Isso foi só uma parte pequena do que eu ouvi. A parte publicável, digamos assim. Me esqueci de mim no beijo que ele me deu. Assim, no meio do povo, como se não tivesse mais ninguém no mundo. Tava bom demais, né? Sabe como eu acordei do beijo que ele me deu? Com ele falando: "Ai, você não mudou nada, teu cheiro, teu toque no meu pescoço, teu beijo continua uma delícia. Ah, uma coisa mudou sim: o tamanho dos teus quadris e isso é bom, muito bom". Apesar de eu ser uma falsa magra, quem merece?

Enfim, após juras de amor (secreto) eterno, nos despedimos depois de relembrar tudo que já havíamos vivido. Passamos a tarde toda e o começo da noite juntos. Ríamos como crianças lembrando das nossas presepadas durante o nosso namoro. E olhe que nós aprontamos muito.

Cheguei em casa um pouco acima das nuvens, sonhando com toda a nossa história, me sentindo um pouco menos carente e com parte dos meus problemas aparentemente resolvidos. Acordei no dia seguinte com uma mensagem no celular: "Dormiu bem ou não?". Comecei a ouvir o cd que havia emprestado a ele anos atrás e lembrei que havíamos prometido colocar o nome da nossa primeira filha o de uma música que nós gostávamos muito. Respondi a mensagem dizendo que dormi como há muito não fazia. E que estava ouvindo o cd e se ele lembrava da promessa. Imediatamente, recebi a resposta: "Sempre que ouço a música, lembro". Voltamos a nos falar com mais freqüência, nos encontramos no final de semana seguinte para resolver uma historinha dele.

Depois disso, não nos vimos mais até terça-feira. Mesma lenga-lenga. Antes disso, eu ligava pra conversar, saber o porquê de ele ter me dito tudo aquilo, mas ele sempre tinha uma desculpa diferente. Queria que fosse, ao menos, uma história com começo, meio e fim. Não digo que agora tá doendo, mas, às vezes, incomoda. Onde ficaria esse amor todo que ele disse nutrir ou ter nutrido um dia por mim?

Não sei se ficar sem saber disso tudo teria sido melhor. Talvez sim. Li no orkut dele que ele vai se casar em setembro. Simples e clássico assim. Como diz o ditado popular: Um é pouco, dois é bom, três é demais. Minha paciência com ele e o e-mail acabam por aqui".


Palhaçada enviada pela leitora Isa. Depois disso a moça entrou para a comunidade Odeio homens Jason.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Atitude palhaça: coçar o saco
Os pentelhos te incomodam? A cueca aperta? A calça jeans esquenta? Problema é seu! Vá a um banheiro e alivie-se. Eu é que não tenho que ficar vendo a cena grotesca de você levar sua mão entre as pernas e enchê-la com seu saco grande e seu pau pequeno até ajeitar tudo da melhor maneira possível. Já viu alguma mulher coçando a buceta na rua? Então, por que a gente tem que ver homem coçando o saco a torto e a direito por aí?

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Palhaços fora-da-lei

Como todos sabem, o metrô disponibiliza carros só para as mulheres nos horários de rush. E é claaaro que sempre tem um ou dois palhaços que entram nesses vagões nos intervalos proibidos.

Viajei em um desse carros pela primeira vez na semana passada. É impressionate como o ambiente parece muito mais civilizado. Na hora de saltar, por exemplo, não precisei atravessar uma parede humana antes de quase perder a estação. As mulheres não ficam paradas feito estátuas nas portas dos vagões como os homens. Já na plataforma, dei uma olhadinha em direção ao carro ao lado só para tirar a prova dos nove. A quantidade de pessoas era quase a mesma, mas no vagão dos homens, lá estavam eles, bloqueando a passagem como se fossem os donos do pedaço. Deve ser complexo de porteiro.

Mas voltando aos palhaços que insitem em andar no vagão que não lhes pertence. O que será que passa na cabeça deles? Sempre fico me questionando. Será que são tão retardados a ponto de não perceberem que estão no carro errado ou simplesmente intencionam impor sua presença como protesto a uma lei que acham desnecessária? Nas duas hipóteses, só provam uma coisa: são palhaços! Outro dia, um deles foi convidado a se retirar pelo segurança do metrô. Hahaha, adorei!

Na boa, se é lei tem que respeitar. Além do quê, não é uma lei idiota como tantas que existem por aí. A medida veio bem a calhar. Nada mais nojento do que andar espremida num coletivo feito sardinha em lata com um bando de caras xexelentos e muitas vezes tarados. Fiquei horrorizada com o relato de uma amiga que disse já ter saído do ônibus com uma gosma nas pernas quando era do ginásio e voltava da escola. Advinha o que era? Nem precisa dizer, né? Por essas e outras é que os homens merecem mesmo ser segregados. Quando eu virar política, penso até em estender a medida. Que tal horários reservados para as mulheres nos bancos? Ou então, um ônibus todo cor-de-rosa só para as mulheres? Nesse caso, acho que até abriria uma exceção: uma porcentagem pequena de homens poderia entrar, mas só os que fosse parecidos com o Gianecchini. Que luxo!

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Eu, leitora e empresária circense

Sim, amigos, hoje é dia de relato das leitoras. Escolhi essa pois me identifiquei, já assisti a um espetáculo bem parecido, talvez eu até já tenha postado aqui, não lembro mais.

Durante a faculdade tinha um colega que era até gente boa, namorou uma menina da turma, tipo assim, pra mim não fedia nem cheirava - nosso relacionamento era aqueal sociabilidade básica de cálegas de classe. Nos formamos e não nos vimos mais. Passados alguns meses, tô eu no meu trabalho e chega um e-mail do bruto. Estranhei e abri. Ele dizia que eu era muito legal, muito gente boa, que não queria perder o contato comigo e talz. Aí sugeria que marcássemos algo como "um cinema, um chope, olhar as estrelas ou algo mais", não lembro as palavras exatas, mas era algo desse naipe. Lembro o do "olhar as estrelas ou algo mais".

Achei totalmente sem noção e não respondi. Dois dias depois chega outra mensagem da criatura. Curto e grosso, perguntava "Custava responder?". Achei mais sem noção ainda e comentei com a Ana Paula. "Ih, a fulana recebeu um igualzinho dele", caiu na gargalhada. Fulana é gay. Começamos a perguntar pras outras colegas de turma e descobrimos que ele mandou o mesmo e-mail pra várias garotas da turma, só mudando o nome da destinatária. Êita falta de noção e critavidade, hein?

Pois é, abaixo o espetáculo relatado pela leitora RR. Os dois palhaços devem ter estudado na mesma escola.


Palhaço sem criatividade - só sabe fazer um espetáculo

Desde muito tempo sempre passava na rua que moro e ficava flertando com um carinha bem gatinho, trocávamos olhares, passávamos um pelo outro, virávamos a cabeça, mas nunca rolou nem um assunto. Volta e meia nos esbarrávamos pela Lapa mas ele é tímido demais e eu também não chegava.

Um belo dia estava num shopping com uma amiga e o vi passando com um amigo. Entramos numa loja e os dois ficaram passando toda hora na porta, até que o amigo entrou e me entregou um bilhetinho com o nome e telefone do palhaço. Passaram-se uns dois dias e resolvi ligar. Ele disse que tinha uma paixão platônica por mim mas era tímido e tal...

Chamei o cara pra sair e ele pediu meu endereço dizendo que queria deixar algo que fez pra mim. Desconversou sobre o convite pra sair... No dia seguinte peguei um envelope na minha portaria e dentro tinha uma linda carta de amor e um cd com musicas românticas. Fiquei toda boba, achando que tinha achado o palhaço da minha vida, porque além de bonito e apaixonado por mim, era um romântico, sensível.... Sim, eu era jovem e tola. Humpf.

O cara sumiu!! Nunca mais o vi na rua, nunca mais me ligou. Resolvi ligar e disseram que ele havia viajado. Estranho, mas tudo bem. Depois de quase 1 ano, vi ele na rua novamente e ele não falou comigo, passou direto. Resolvi ligar e saber o que se passava. Ele disse que viajou pra fora do país, foi fazer um curso, que pensou em mim, sentiu minha falta, etc. Mas então por que não ligou, escreveu, mandou um sinal de fumaça? Pois é.

Disse a ele que eu estava estudando em tal universidade e ele disse que tinha uma grande amiga que estudava lá e falou o nome dela. Nunca mais nos falamos.

Eis que um dia estava eu sentada assistindo na aula e uma menina ao meu lado escrevia o nome dela na lista de chamada, quem era a menina???? Sim!!! Era exatamente o nome que o palhaço havia citado! Não me contive e perguntei à ela se conhecia um cara assim e assado... ela disse que sim, e vimos que se tratava da mesma pessoa. Ela me disse que ele conheceu ela na faculdade, mandou cartinha e cd gravado e sumiu! Fiquei chocada e contei o que havia feito pra mim, exatamente a mesma coisa!

Rimos muito do cara e no outro dia trouxemos nossos presentinhos pra comparamos o mais bonitinho. Não havia comparação! A única diferença era a data e o nome da otária! As mesmas músicas e mesmas palavras... sem por nem tirar nada! Moral da história... no dia seguinte compramos um belo buquê de flores e mandamos pra casa dele com um cartão assim... Você é muito criativo! Ass. Eu e Ela...

Hoje em dia ainda o vejo pela rua, mas o palhaço passa direto por mim, finge que não me conhece!!

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Palhaço Gene Kelly ou Palhaço italiano maratonista

Relato de uma amiga via e-mail:

É engraçado como é só falar que somos brasileiras que o tratamento muda.

Estava morando na Itália em 1998 há um mês quando um cara na minha rua me abordou.
Detalhe importante: tenho nome italiano, cara de italiana e me vestia igual a uma italiana...
O cara puxou papo comigo no meio da rua. Não era de se jogar fora, mas como na Itália os homens são maravilhosos do lixeiro ao motorista de ônibus, confesso que não me interessou desenvolver uma relação de afeto com ele visto que a oferta lá era bem melhor. Eu tinha 18 anos e era apaixonada pelo meu namorado no Brasil.

Como sou educada, me limitei a responder às perguntas embora não tenha parado para conversar. Continuei subindo a ladeira que morava e ouvindo mais o cara do que falando, pois meu italiano era péssimo. Ele disse que me via há um mês andando pela vizinhança e queria saber quando havia me mudado.

Continuei andando apressada e ele veio me acompanhando. O local era movimentado. Eram 16h, mas como chovia horrores e estava frio parecia que eram 18h. Eu carregava um álbum grande de fotografias abraçado junto ao tórax com uma mão e com a outra segurava um guarda-chuva. Nunca vi alguém tentar fazer amizade ou estabelecer qualquer outro tipo de relação com outra pessoa no meio da chuva. É isso mesmo. O cara resolveu puxar papo comigo no meio da chuva quando eu subia uma ladeira até minha casa. Dava até para fazer um esquete com o título “Cantando na chuva”.

O Genne Kelly continuou o seu monólogo e quando notou que eu não era italiana e, principalmente, soube que vinha do Brasil, ficou mais animadinho. De fato os olhinhos brilharam. Eu estava perdendo a minha paciência até que lê disse algo que não entendi e me agarrou no meio da rua. Foi isso mesmo. O palhaço me agarrou no meio da rua debaixo de chuva. Será que ela achou que eu me apaixonaria por ele com este ato de coragem?

A cena foi ridícula. Eu estava com as mãos ocupadas e a única coisa que me veio na hora foi bater nele com o guarda-chuva. Eu segurava o álbum e espancava o cara com o guarda-chuva. Enquanto eu batia nele, as pessoas nos olhavam e riam. É isso mesmo. Eu estava sendo atacada por um palhaço italiano e as pessoas achavam engraçado. Na Itália é bem comum casais brigarem no meio da rua. Provavelmente as pessoas acharam que era isso.

Quando o guarda-chuva estava destruído, eu subi a ladeira correndo. Ele não desistiu e correu atrás de mim. Fiquei apavorada. Eu usava bota e roupas pesadas e ainda carregava um álbum enorme, mas não parava de correr e o cara na minha cola. Aquilo já passava dos limites e agora eu estava com medo que ele quisesse revidar a agressão. Já imaginava as manchetes “Brasileira é espancada no norte da Itália depois de recusar cantada”. Ele só ficou para traz quando atravessei uma rua perpendicular com o sinal aberto e ele não conseguiu passar e quase foi atropelado.

Continuei correndo até chegar em casa e subir as escadas do prédio. Entrei esbaforida e fechei a porta. Colei as costas na porta e me agachei para descansar. Eu não consegui nem respirar direito. Minha prima me viu sentada com as costas na porta de entrada do apartamento abraçada com o com o álbum de fotografia e com um guarda-chuva em pedaços na outra mão e perguntou o que havia acontecido. Eu demorei 20 minutos para me recuperar. Agradeci minha boa forma da época e morri de rir com o ocorrido.

domingo, 10 de dezembro de 2006

Espetáculo repetido

Uma oferenda devolvida me ligou outro dia, tipo pra fazer contatinho. Perguntou onde eu tava e disse que tá do outro lado da cidade, mas pensando em mim e em ir pra Lapa me procurar. Avisei que não tava na Lapa, mas tava perto e pretendia terminar a noite lá (como sempre). O Palhaço enrolou e depois disse que não vinha não. Então ligou pra que? Só pra saber da minha disponibilidade ou pra exibir pros amigos seus contatinhos telefônicos? Palhaço.

Seguindo o segundo ato do show, o pândego me chamou pra sair no dia seguinte, disse que tava com saudade, que queria me ver e talz. Esse é o espetáculo clássico dele. Liga sempre dizendo que quer me ver, me chama pra sair, combina algo. Só que nunca é praquela hora, é sempre pro dia seguinte. No dia seguinte ele some. Eu já me divirto, falo "tá, então amanhã você me liga pra confirmar". Jacaré liga? Nem ele. Qualquer diz vou perguntar por que ele me procura e diz que quer me ver se não pretende me ver e se eu não o procuro. Ele vai enrolar e dizer "Que isso, Robertinha" e uma lenga-lenga qualquer. A resposta verdadeira e impronunciável eu sei que é "ligo pra marar território e fazer contatinho, caso algum dia eu queira te comer". Pobrezinho, tão previsível.

Esse espetáculo é tão manjado que nem valeria o post. O sensacional foi a pérola que bruto mandou, sem a menor vergonha na cara. Depois de dizer que não ia dar pra vir pra Lapa (então pra que ligou dizendo que tava pensando em ir pra lá me procurar?) pergunta o que eu estou "aprontando". Sim amigos, ele mandou "E o que que você tá aprontando aí, hein?". Ele é pândego, eu também sou.

– Tô aqui curtindo um sambinha, tomando uma cervejinha gelada e batendo papo com minhas amigas.
– Ah, bom. Só com as amigas, né? Mas não vai pegar ninguém, hein?

É, bem, desculpe querido, mas essa frase não está no roteiro.

Como assim "não vai pegar ninguém, hein"? Ele me ligou chamando pra sair e desistiu. Eu não perguntei onde ele tava, com quem tava, porque ligou ou insisti para que viesse. Muito menos pedi pra ele não pegar ninguém já que não vinha! Nunca perguntei quem ele pega ou deixa de pegar!

Tá, eu sei que foi uma frase "retórica", mas mesmo sbaendo disso sou obrigada a dizer: Palhaço!

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Atitude palhaça: falta de compromisso

Não é medo de se relacionar. É medo de assumir compromisso mesmo. O cara “sai” com a mesma menina durante meses, mas nada de assumir namoro.

– Quem era no telefone? Sua namorada?
– Não. É só uma amizade... Assim, sabe?

Uma amizade que dura meses, talvez anos. Uma “amiga” para quem ele liga todos os dias para contar o que houve no trabalho; uma “amiga” que o atura nas crises de depressão, rinite, tendinite; uma “amiga” com quem ele vai ao cinema todo domingo, uma “amiga” que dorme na casa dele e faz um pene ao pesto com ninguém! Mas é só uma “amiga”.

Pior que não assumir namoro, é não assumir casamento.

– Você é casado?
– Não. Moro junto.

De onde eu venho “morar junto” é a mesma coisa que casar. Pode não o ser tecnicamente falando, mas na prática é a mesmíssima coisa. Requer os mesmos compromissos e traz embutido os mesmos ônus e bônus da vida a dois. Infelizmente, o cérebro masculino não entende os dois termos como sinônimos.

Palhaçada. E imaturidade das grandes esse negócio de não assumir compromisso. Será que o palhaço pensa que a “amiga”, imediatamente após ser nomeada “namorada”, vai sacar um par de alianças, firmar noivado e marcar o casamento pro mês seguinte? E quem disse que a menina quer casar com o palhaço?!?!?

Quem será que ele pensa que engana com esse papo de “morar junto”? És casado, palhação!

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Eu, Leitora e Empresária Circense

Na segunda semana da nossa sessão de relatos enviados pelas leitoras vamos a um espetáculo internacional. Provando que homem é tudo palhaço, não importanto a idade, profissão, escolaridade ou localização geográfica, vamos a uma palhaçada argentina.

**************

Aí eu fui fazer o exame médico obrigatório da academia, que o do ano passado venceu. Entro. O médico, um careca, entre 30 e 35 anos.

Começo a preencher uma ficha, ele pergunta meu nome e minha nacionalidade, eu respondo. Ele pergunta minha idade, quanto tempo faz que estou aqui, por que vim. Ok, normal. Respondi sorridente: quatro anos, minha mãe veio trabalhar aqui e vim com ela. Agora trabalho também.

– Soltera, casada, con hijos? – Fo-deu. Quando um argie pergunta isso, batata, ele quer o seu corpo.
– No, soltera.
Ele faz uma cara de surpreendido. Insiste.
– Nada, nem marido, nem namorado?
– Nada.
– E por quê?
Ok, isso não tem a ver com o exame médico. Se tenho namorado ou deixo de ter não vai influir no meu eletrocardiograma nem se estou apta a fazer ginástica. Alguma coisa ali estava errada.
– Pois é, não sei...

Calma. Vai ver ele quer ser simpático. Tá só criando assunto. Tudo bem. Mas aí veio a primeira pérola: "AS BRASILEIRAS NÃO NAMORAM, NÉ"?

Não, Pedro Bó. Só damos a bunda por aí. Pra qualquer um. A qualquer hora, em qualquer lugar. Vivemos em uma eterna orgia, ao ritmo do samba e tomando caipirinha. Fechei a cara e falei "sim, namoramos, mas não sei o que acontece."

Aí ele tinha que fazer eletrocardiograma em mim. Pediu pra eu baixar a parte de cima do vestido e tirar a blusinha de baixo. Ok, normal, exame médico, fazer o quê. O cara tá se engraçando mas ao mesmo tempo tá me examinando, o que se há de fazer.

Tô eu lá deitada, de sutiã, um momento de fragilidade. Ainda mais nessa situação um tanto estranha. Ele me passando um gel, colocando os trocinhos da máquina, as mãos perigosamente perto dos meus peitos. Calma, tá tudo bem. É só não olhar pra cara dele, fazer cara de paisagem, faz de conta que não estou de sutiã e que ele não falou nenhuma merda. Só que aí o cara me solta: "es verdad lo que dicen, que las brasileras son más... más... más..."

Pronto. Ele vai falar "melhores na cama". "Putas". "Gostosas". Certeza. Já sei, quatro anos aqui, sei muito bem a fama das brasileiras. Ele está procurando um eufemismo pra "vagabunda" na cabeça dele. Aposto. Babaca, que puta babaca.

Interrompo: "sí, más simpaticas, no?". Eu tentei. Até o último instante, eu tentei. Mas ele: "NO, MÁS ... EEEHHH... MÁS LIBERALES".

Ainda disse que estava me perguntando isso porque nunca tinha falado com uma brasileira. Meu, se eu estivesse num bar, ok, ele não deixaria de ser um imbecil mas pelo menos eu daria uma resposta atravessada e sairia andando. Não, era um exame médico, ele era um médico, ele nunca tinha me visto na vida e em dois segundos estava me perguntando se las brasileras eran más... más... más... eeeehh... más liberales. Ainda por cima ficou procurando a palavra, sabem? Idiota.

Fechei mais ainda a cara e disse, meio curta e grossa: "no, no es verdad. É a mesma coisa que dizer que todo argentino é metido, que é a fama que vocês têm no Brasil. E isso não é verdade".

Nem entendi direito a resposta do cara, ele resmungou algo tipo "é, realmente", e calou a boca. Acho que se tocou. Meio tarde demais, não acham?

Terminou, pus minha roupa, falei gracias e fui embora. Nem olhei pra cara do infeliz.
Liguei pra uma amiga, também brasileira, pra contar o sucedido. Ela, mais barraqueira que eu, disse que eu tinha que voltar lá e denunciar que tinha sido assediada sexualmente. Achei que não era pra tanto, mas gostei da idéia de voltar lá. Isso não podia ficar assim, o cara foi muito imbecil. Volto. Chego pro cara da recepção: "olha, eu não quero confusão, não quero brigar, nem discutir, nem fazer escândalo. Só peço, por favor, que vocês falem pra esse médico que tá atendendo agora que, da próxima vez que ele atender uma brasileira, que não faça perguntinhas idiotas."

Mereço?


Palhaçada enviada por Djones

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Bom, depois desse momento "Educadora de Palhaços", explico o motivo. Além do desnecessário "Número do Desaparecimento" ser um clássico recorrente, soube de um essa semana que (quase) me chocou. Se eu não fosse uma Dona de Circo escolada ficaria obnubilada.

Uma amiga minha tava saindo com um carinha. Tavam no maior grude, ela dormindo direto na casa dele, se vendo sempre. Ele ligava todos os dias, ia buscá-la no trabalho, construía castelos. Ela até tentou ir mais devagar, mas foi levada na pressão.

Eis que, de repente, sem aviso nem mudança no comportamento, ele sumiu. Uma semana desaparecido. Reapareceu casado. Pois é, dileta audiência, é isso aí. Ela vai escrever a história com riqueza de detalhes sórdidos, mas eu estava indócil pra contar.

*********

Lembrei de outro palhacinho que outro dia reclamou de eu não ter ligado depois que ele sumiu. "Quer dizer que eu não apareço e você nem pra me ligar? Pra me procurar? E se eu tivesse sido atropelado, seqüestrado?". É um pândego, não é? Legítimo artista circense.

Babe, vocês nunca morreram, foram seqüestrados, abduzidos, atropelados, estão em cárcere privado, presos a uma cama de hospital, impedidos de nos contatar. Estão lépidos e fagueiros por aí, flanando na pista, armando circo e protagonizando novos espetáculos. Posso relevar o sumiço se assim me convier, mas ficar preocupada? Rárárárá! No meu picadeiro esse espetáculo não tem mais audiência.
O clássico do desaparecimento

Definitivamente o "Número do Desaparecimento" é o maior clássico circense. Clássico e desnecessário. Alguém disse nos comentários que os homens somem para não dizer que enjoaram da gente/encontraram uma mais gostosa. Bom, não é preciso dizer isso assim. Sinceridade nesses termos já descamba para falta de educação, justamente nossa maior queixa.

Assim como não é preciso dizer "cansei da tua cara/já te comi o suficiente", se este é o caso, também não é preciso dizer "você é maravilhosa", "vamos sair amanhã", "estou com saudade", "te ligo amanhã pra combinarmos de nos encontrar", "nos encontramos tal hora", "nos vemos no sábado" e coisas do gênero.

Se não está a fim, se não está empolgado, se não sabe se vai querer sair, pra que diz que está, que quer, que deseja? Não pedimos muito, apenas ser tratadas com educação. Não necessariamente precisa haver envolvimento, compromisso, namoro. Pode acontecer, mas também pode não acontecer. Às vezes nós até queremos, mas noutras nem nós queremos.

Se estamos gostando de estar ali, o cara é uma boa companhia, é divertido e gostoso, se rolar outra vez vai ser bom, se não rolar, vida que segue. Somos todos adultos e estamos preparadas pra isso. Só que o cara começa a dizer que-isso-que-aquilo. A princípio não levamos a sério, mas algumas vezes acabamos nos empolgando. Vem cá, meu bruto, pra que isso? Pra que construir castelos pra depois desmoroná-los? Não é preciso construir um castelo pra comer a princesa, ela quer dar.

Só pedir o telefone e não ligar não chega a configurar palhaçada. Quero crer que, na hora que pediu o telefone, ele achava que ia querer ligar ou, não tendo certeza, achou melhor pedir pra caso quisesse ligar. Tudo bem. Na hora que dou meu telefone pra alguém acho que vou querer atender a ligação e ver o bruto de novo, mas também acontece de, no dia seguinte, eu mudar de idéia. A questão não é essa. O que configura espetáculo circense é o cara ligar, marcar e...não aparecer. Se não está a fim, não marca nada. Se marcou e mudou de idéia, apareceu programa melhor, quer cortar a unha do pé...liga avisando. Não tem coragem de ligar? Manda um torpedo pelo menos.

Sim, já estamos escoladas, já imaginamos que o bruto pode não aparecer, já não levamos muito a sério empolgações precoces. Não, não ficamos plantadas esperando em casa, temos outros compromissos, outros programas, outros amigos. Ainda assim, avise que o combinado não tá mais valendo.

Exigimos ser tratadas com educação, a básica. Pra começar já basta.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Noite pródiga em palhaços

Tô eu em mais uma roda de samba da vida. Tinha trocado uns beijos com um palhacinho lindinho e tamos conversando enquanto tomamos uma cervejota. Sei lá como surgiu o assunto, mas comentei que gosto muito de cerveja. "É, reparei que você tem uma barriguinha de cerveja". Hein? Como assim? Olhei o bruto e disse "É tenho sim. Não sou gente de plástico".

– Ficou chateada? não fica não! Só comentei. Você é linda.
– Achei um comentário indelicado, mas também azar o seu. Ficou comigo porque quis.
– Não! Eu gosto. Mulher não pode ser perfeita, tem que ter uma barriguinha. Eu também tenho barriga – nisso levantou a camisa pra me mostrar a suposta barriga. Um tanquinho sequinho perfeito. Só pode ter sido pra me humilhar.

****

Palhaço vai, palhaço vem, outro veio me dizer que fez um MBA numa famosa e respeitada instituição. Olhei pra cara dele e respondi "Eu vendo Avon".
– Mentira.
– Mentira nada. Olha, e tenho um complexo anti-olheiras que seria ótimo pra vc.
– Você tá de sacanagem com a minha cara.
– Tô não. Mas olha, só vendo Avon. Natura não que eles fazem testes em animais e sou militante da causa animal.
– Mentira, eles são tão ecológicos.
– São nada! São sórdidos!
Nisso emplaquei meu discurso anti-vivisecção. Claro que o palhaço vazou com medo. ;)

****

Palhaço vai, palhaço vem, tô eu lá emplacando uma sociabilidade com outro artista dos picadeiros cariocas. "Você é sapatão?", dispara ele. Hein? Como assim?
– Não, não sou sapatão. Por que, você é viado?
– Não, não, que isso!
– Ué, achei que você era viado e queria me dar o c*.
– Não, pô, que isso. Não fica bolada não. Ah, mas vc tem um jeitinho. Esse cabelo curtinho, sandalinha....
Juro que na minha ingenuidade eu achava que sandália, dedinhos de fora, eram coisas femininas.

Mas antes que eu dissesse que, se ele preferia, eu tinha lindos coturnos pra chutar-lhe a bunda, ele completou que adora uma "nuca à mostra" e é doido por pé. O mundo é estranho e homem é tudo palhaço.

domingo, 3 de dezembro de 2006

HTP na TV

Finalmente chegou o dia que todos vocês esperavam. A Dona do Circo tirou a máscara e vai mostrar a beleza e graça de sua tez morena em cadeia nacional. Sim, amigos desse circo, repeitável público, dileta audiência!

O programa Domingo Espetacular, da Rede Record, vai apresentar hoje às 18h uma matéria sobre o HTP e uma entrevista comigo, sem máscara!

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Palhaço de samba

Outro dia fui com uma amiga pra uma roda de samba popular na cidade. Pretendia rebater o calor com uma cervejota gelada e um sambinha de qualidade. Juro que a idéia nem era catar uns caboclos pra prestação de serviços mútuos de diversão adulta, embora o jardim estivesse florido, digamos assim.

A noite foi pródiga em palhaços. O primeiro foi uma figurinha repetida.

Tamos sambando, dando pinta, tomando nossa cervejota e minha amiga conclui que precisa comer um breguete ou vai ficar bêbada. Saímos da muvuca pra ir sondar as barraquinhas. Como ela que tava com fome falei pra ir na frente. Parece até sacanagem, mas a bruta foi direto na direção de um palhaço que conheci em outra roda de samba e já protagonizou espetáculo no meu picadeiro. Não deu nem tempo de dizer "por aí não!". Ela passou bem na frente dele e eu fui junto. No caminho claro que nossos olhares se cruzaram, mas eu virei a cara.

Não contente, minha amiga parou um pouco atrás dele pra decidir o que comer e nisso meu celular tocou, era um amigo perdido. Desenrolei meu amigo e avisei a ela "vamos sair daqui que já fiquei com aquele carinha ali". Ela garantiu que ele e os amigos tavam me olhando e dizendo "É ela sim!". Vazamos pro outro lado da praça.

Tá lá minha amiga atracada com um espetinho de frango e meu celular avisa o recebimento de uma mensagem de texto. "É tu que tá aqui no ****?". Resolvi me fazer de desentendida e respondi "Estou no ****, mas quem pergunta?". Seguiu-se uma frenética troca de torpedos.

- A gente se conheceu no ***** há pouco tempo, lembra?
– Oie!
- Lembra de mim?
– Sim!!! Vc marcou comigo outro dia e não apareceu. :p
– Pô, tentei falar com vc!!! Depois te explico. Vem pra cá!!


Ah, então tá. Some e depois vem com um "vem pra cá", pra mostrar pros amigos que ele chama e a mulherada vem correndo? Não é assim que a banda toca não. E tentou falar comigo? Tentou pouco, babe. Nós nos conhecemos num sábado, marcamos de nos encontrar no mesmo lugar na quinta seguinte. Jacaré foi? Nem ele.

– Me engana que eu gosto! Vem vc aqui.
– Hehehe!!! Blz. Mas você lembra meu nome?

Porra, que pergunta idiota é essa? Que diferença faz o nome?

– Não, mas você também não lembra o meu.
Eu lembrava, mas fiz graça.

– Roberta!!!
Ah, até que desmoriado de todo ele não era.

– Tá certo. 1 a 0. Me fala teu nome então.
Não respondeu mais.

Achei que tava só marcando território, essa prática comum em machos mamíferos quadrúpedes. Né que daqui a pouco o bruto aparece do meu lado? "Tava de procurando". Até que mostrou serviço, né?

– Bom saber que você freqüênta os mesmos lugares que eu – avisou o bruto. Putz, não posso mais nem dar pinta nas rodas de samba da cidade que vou encontrar a criança?

Papo vai, papo vem, ele confessa que no dia que nos conhecemos ele mentiu a idade. Disse que tinha 34 pois achou que, se confessasse os 29, eu não teria ficado com ele. Fofo e tolinho. Até que pra bruto que eu já tinha tacado no mar como oferenda, ele tava aparentando ser um revival interessante. Tolinha eu. Se Iemanjá não quis a oferenda e jogou de volta é porque nem pra isso ele serve. Ficamos. Marcamos de nos ver de novo no dia seguinte. Jacaré apareceu? Nem ele.