Palhaço Maneiro
Separações sempre são momentos difíceis na vida de um casal. Há quem leve numa boa por já estar decidido a pôr fim na relação. Mas há quem sofra, se descabele e consuma litros e mais litros de qualquer coisa líquida que contenha álcool. A história a seguir não contará com fatos tão dramáticos. Falaremos sobre separação, claro. Mas sem doses de Janete Clair. Porém .. há, porém. Sempre tem espaço para um espetáculo circense.
Fato é que a dona do picadeiro já estava meio de saco cheio e decidiu terminar um casamento
que se arrastava. Quando digo casamento digo no sentido bíblico da palavra. Mas as coisas não iam bem e ela sofria. Em parte porque o marido se mantinha numa felicidade e paixão indígenas. Já haviam discutido a relação, mas ele não conseguia captar a mensagem. Por fim, ela entendeu que não adiantava mais conversar e que estava na hora de agir. Deu-se a separação.
Passou uma semana e eles ainda se falavam. Ele parecia abatido. Ela explicava que ele tinha que mudar algumas posturas, que as vezes comportava-se de forma muito egoísta, até mesmo infantil. Ele não entendia* e insinuava que eles podiam ficar tipo assim .. se encontrando de vez em quando ... seria o fim do casamento, mas não do sexo, se é que vocês me entendem. Meio cara de pau, né? A dona do circo achava até engraçada a oferta porque mostrava como ele de fato não entendia a "proposta casamento".
*Nota da autora: sempre achei o rapaz em questão meio burrinho. Do tipo .. muito corpo e pouco cérebro. Mas como ela é minha amiga, poupei comentários mais duros.
Ela foi morar com a mãe até conseguir arrumar um cantinho para chamar de seu. Evitava saber do ex. Mas ele, sempre que tinha uma brecha, ligava. As vezes com raiva, as vezes fingindo que estava tudo bem, mas sempre insinuando que queria manter com ela laços afetivos-sexuais.
Ai, ai, ai. A dona do circo estava confusa: porque o moço as vezes se mostrava assim .. tão sofrido? Fiz o certo? Não fiz? Fui radical? Não fui?
Mas era hora de a fila andar. Alugou um apê, renovou a agenda telefônica e se pôs na noite.
Numa dessas incursões conheceu um bruto. Pegou o moço, levou para casa e marcou 1 x 0 no placar. Acordou com uma ressaquinha moral desnecessária. Catando as roupas espalhadas no chão constatou que ganhara um par de meias de brinde.
Ok. O malandro chegou com meias e saiu sem. Huuumm .. estavam meio bêbados e naquela altura, que diferença faria um par de meias? Fica de recordação. Jogou no cesto de roupas sujas
e seguiu em frente.
Mas o ex ficava martelando na cabeça dela. Alternava dias bons e ruins e por ironia do destino
acabou encontrando o moço na praia. Duas caipirinhas depois, o Ministério do Vai dar Merda advertiu a moça. Mas já era tarde. Recaída na hora. Lá estava o ex com ela, na cama, de novo!
E não é que estava bom? Mas não, não e não. Ai, Meus Deus .. ele tinha sido tão carinhoso. Até chorou! Mas ele não ia mudar ... Putz .. Ser ou não ser, eis a questão.
Chegando no quarto, estava o moço sentado na cama calçando o par de meias. Ela ge-lou. Ficou estática. O que ele pensaria? Será que partiria para a violência? Meus Deus .. já estava vendo a cena .. ele sempre foi super ciumento. Socorro. Onde diabos ele tinha achado a porra da meia? Viu a porta do armário aberta .... Ai Jesus .. Maldição! Tinha estragado tudo por uma noite com um estranho! Estava duas vezes confusa .. Mas talvez ele entendesse que sei lá .. foi uma noite
de fraqueza e aquele cara não vale nem ..
- Meia maneira, hein? Gostei - disse rindo e já incorporando a peça ao visual - Ele tem bom gosto ... - E rindo, foi todo todo pedir um beijo.
A dona do circo queria arrancar a meia pelo nariz. Mas conteve-se e disse que era hora dele levantar e ir embora. Nunca mais se viram apesar da insistência do bruto.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
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6 comentários:
Não entendi o drama. Reclama porque não superou, reclama porque superou...
Também não entendi. O ex levou maravilhosamente na esportiva.
Não entendi também.
E eu nem sou loira!
Ah, estou AMANDO esse blog, divulgando muuuito, ai, fui chamada de feminista inumeras vezes, tudo bem, tudo bem.
feminista e mal amada, disse um palhacinho pra mim.
- esse blog é feito por feministas mal amadas.
- ha, esse blog é feito por mulheres, se elas são mal amadas, a culpa é de quem não as sabe amar [b]:D[/b]
Desculpa, mas adorei o ex. Levou super na esportiva, e com um comentário que demosntra leveza de espírito e ironia.
pois é parece que palhaça mesmo é a dona do circo
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