Palhaço da Virada
Reveillon tem aquilo de estourar champagne a meia-noite em cima de todo mundo. Na verdade, estourar Sidra porque só piloto de Fórmula 1 desperdiça champagne de verdade.
Quando se está entre família ou amigos, você dá o primeiro esporro do ano no palhaço (ou na imbecil) que fez a brincadeira sem graça de te molhar com a bebida doce, fedida e propícia para manchar roupas brancas, ainda mais se for rosé e não brut. Mas e quando se está em lugar público? Não falo de estar no meio da areia da praia de Copacabana porque ali eu sou capaz de me jogar embaixo de um chafariz de Sidra de maçã só pra não arrumar confusão com ninguém. Se a porrada estancar no Posto 6 vai ter confusão até o 8 porque a quantidade de gente que tem lá dá pra alimentar briga por mais de hora. Enfim, quando o lugar público que falo é, “tipo assim”, um restaurante maneiro, com todo mundo de roupinha nova, uma festa bonita, cara, onde é servido um bom vinho espumante natural nacional famoso (não quero fazer merchan de graça, mas se a Chandon mandar um caixinha de espumante para mim, eu digo a marca. ; )) O que se deve fazer com o palhaço que molha todo mundo com o tal espumante nacional de excelente qualidade?
De primeira, fiquei tão passada que não entendi o que tinha acontecido. Mas, sim, amigas, um palhaço tinha repetido o gesto que tantas vezes Senna fez nos pódios e chacoalhou uma garrafa de espumante para molhar todo mundo ao redor dele, mais especificamente eu e minha família.
Não esperava que ninguém pudesse ser tão sem “loção” a ponto de jogar bebida em quem não conhece. Como sou tola... Tem palhaço pra tudo.
Depois, me subiu uma raiva. Minha vontade era voar em cima dele e fazê-lo sorver cada gota desperdiçada esfregando seu focinho (ops, seu narizinho vermelho e redondo) no chão e nas mesas ensopados, mas me controlei. Afinal, era Reveillon. Renovei minha esperança na humanidade e segui confraternizando com minha família para depois ir ao banheiro me enxugar.
Se o palhaço acha que banho de espumante traz sorte no Ano Novo, ele deve virar a garrafa na própria cabeça, não acham? Porque, quando ele sacode o espumante na direção dos outros, naquela mega-punheta com a garrafa, não cai uma gota da bebida sobre ele. Nossa mesa ficou encharcada, assim como as câmeras digitais e os celulares que estavam sobre ela.
Ainda soube que o palhaço, apesar de estar acompanhado da mulher (que ele explorava, segundo o olhar experiente de uma prima), ficou lançando olhares lascivos para uma prima minha. Palhaço com complexo de piloto de Fórmula 1 e ainda metido a garanhão! Que talento!
***
Às leitoras, que em 2009 muitos espetáculos encham nossos picadeiros e artistas talentosos mereçam destaque no nosso circo. Para os palhacinhos queridos, um beijo na ponta do nariz e um feliz Ano Novo.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
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