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domingo, 24 de junho de 2007

Palhaço sarrador (ou digno de pena)
Depois dizem que vagão feminino no trem e metrô é inconstitucional. Inconstitucional é você voltar pra casa depois de um cansativo dia de trabalho num metrô lotado com um palhaço roçando sua bunda.

De manhã sempre tem guarda nas estações impedindo a entrada dos palhaços nos vagões femininos, mas à noite, nem sempre. Noite dessas não tinha e os artistas entraram encoxando quem estava perto da porta. E quem estava perto da porta? Eu. Fiquei espremida de frente pras costas do último banco. Atrás de mim, um homem relativamente novo, branco, de cabelo bem claro, quase louro, meio gorduchinho, de terno mal ajambrado.

Estava tão incômodo que eu nem percebi que ele estava se roçando de propósito. Pra mim, era mais o anda e pára do metrô que estava fazendo ele se encostar mais e mais. Mas chegou minha estação e o palhaço simplesmente não me deixava sair. Tive que abrir caminho com uma cotovelada porque ele não se afastava de mim e continuava me imprensando contra o último banco. O vagão ia ficando vazio (porque na estação que eu desço sai muita gente) e o artista lá, encostado em mim, surdo aos meus apelos de "dá licença". E foi nessa hora que percebi que ele estava de pau duro. Lamentável. Dá pena de uma cara que precisa se valer do metrô cheio pra dar uma sarrada numa bunda. Pensando bem, acho que fiz minha boa ação do dia.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Palhaço SMS

Essa foi enviada por uma amiga minha. Apesar da proximidade, ela descobriu o blog sozinha, leu todos os arquivos e virou fã. Animada, resolveu revirar o baú circense para colaborar. Seja bem-vinda.
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Conheci o bruto na praia, numa cidadezinha da região dos lagos onde tinha ido fazer prova para um concurso. Aproveitei para passar uns dias a mais na cidade já que estava hospedada com minha mãe e meu padrasto na casa dos parentes do meu padrasto. Curtia praia com minha mãe um dia, conversando sobre a vida e nem aí para a paisagem em volta quando apareceu o dito cujo. Lindo, loiro e bronzeado, o que destacava mais os olhos verdes e um corpo sarado, com barriguinha durinha e tudo o mais no seu devido lugar. Ainda que eu prefira os morenos, ele era o meu número! Colocou sua cadeirinha de praia bem ao nosso lado e ficou lá, o tempo todo me olhando. Quando fiquei só, ele logo veio conversar. Já me animei e pensei: "Ôba! O cara tem iniciativa! Gosto disso!"

Conversamos numa boa, coisa e tal e marcamos um encontro à noite. Ficamos e ele tinha um beijo gostosérrimo - o que pra mim é uma promessa que raras vezes não é cumprida! Eu ia ficar só mais dois dias na cidade, onde ele morava e nos encontramos mais duas vezes. Ele se dizendo todo apaixonado e, ainda que eu seja a cética das céticas, tenho que reconhecer que deu algumas mostras de que estaria falando sério: demonstrou interesse, ligando e indo atrás de mim de surpresa na praia. Quando fui embora, foi me buscar em casa às 5h da manhã e ficou comigo na rodoviária por uma hora - "só para passar mais tempo ao meu lado", em suas palavras. Parecia mesmo um fofo! Ele trabalhava numa escala de 15 dias de trabalho seguidos por 15 dias de folga e garantiu que logo que entrasse de folga, iria até minha cidade. Estávamos namorando, ele disse!

Fui-me embora feliz por ter dada uns bons beijos naquela curta viagem que fiz em busca de um emprego garantido. Vida que segue, não levei muito a sério aquela história de namoro. Como disse, sou a cética das céticas. Mas não é que o rapaz continuou com as declarações? Fã de de torpedos por celular, os SMS, passou a me enviar mensagens todos os dias. E várias! Com declarações, recadinhos mais safadinhos, falando sobre seu dia, perguntando sobre o meu, enfim, essas coisas de namorados. Eu entrei na dele, afinal, estava só com uns peguetes eventuais, nada sério e se o cara fosse mesmo até minha cidade - eu morava em Minas na época - o namoro podia mesmo engatar.

Mas às vezes eu ficava meio impaciente porque ele parecia pensar que eu estava à disposição dele, sempre pronta para responder suas mensagens. Mas eu tinha trabalho, amigos, família e nunca fui 'escrava' de celular. Vira e mexe esqueço na bolsa, deixo de carregar, saio sem levar ... e quando eu demorava pra responder ele ficava chateado, fazia draminha e tal. Eu achava bonitinho: ele sentia minha falta, pensava. Mas, para encurtar a história, eis que o bruto realmente apareceu na minha cidade em sua próxima folga. Pegou a estrada de carro na madrugada e 9h da manhã estava batendo à minha porta. Depois dos beijos um do outro que já conhecíamos e adorávamos, da sala pra minha cama levamos pouco mais de uma hora. E o brutinho cumpriu tudo que seu corpinho gostoso e seus beijos prometiam. Sintonia total! Resultado: ele passou duas semanas na minha casa e ainda o Natal na casa da minha mãe com minha família com direito a troca de presentes, ceia e tudo. Depois, fui passar o réveillon com ele, só nós dois, na cidadezinha de praia. O namoro tinha realmente engatado! Ainda que nossas conversas estivessem mais para monólogos meus, o danado era bom de cama como só! Nossas (muitas) transas eram sempre boas e ele tinha lá outras qualidades: inteligente, tinha um bom emprego - (o que o livrava de ser um duro como os tipos que eu andava atraindo naquela época) e tinha uma boa cota de gentileza. Além de bonito e gostoso. Ou seja, o conjunto da obra resultava num bom namorado.

Luzes no picadeiro que o espetáculo vai começar!

Como disse, ele adorava ficar mandando torpedos e achava que euzinha não tinha mais o que fazer na vida a não ser ficar respondendo suas mensagens. Umas duas vezes ele tinha queimado no golpe porque eu não tinha respondido ou tinha demorado pra responder. Confesso que teve duas ou três vezes que não respondi de propósito e depois disse que o celular tava descarregado - porque eu queria ou precisava fazer outra coisa e não ia poder ficar ali, horas, fazendo malabarismos com meus dedos naquelas teclinhas minúsculas do celular. Uma vez, chegou a dizer algo como "tá tudo acabado", só porque não respondi ou demorei a responder uma mensagem. Dessa primeira vez, eu conversei com ele e expliquei: tenho meu trabalho, meus amigos, minha família e não fico o tempo todo grudada no celular esperando pra receber e responder suas mensagens. E isso não é jeito de terminar um namoro ou o que quer que seja. Se você fizer isso de novo, eu vou levar a sério e vai terminar mesmo, hein? Não vai ter conversa.

O bruto, como sempre, fez um muxoxo como quem concorda e o namoro seguiu. Dias depois, estava eu em Minas e ele lá na cidadezinha, em uma de suas folgas. Como um amigo seu de infância (ele era de Porto Alegre) tava passando uns dias lá, ele não foi pra Minas. Ok. A gente tinha se visto há pouco e eu até cheguei a conhecer o tal amigo. Normal. Vá lá curtir seu amiguinho, afinal, também tenho cá minhas amiguinhas. Sem stress, não sou ciumenta mesmo. Aí, numa sexta-feira, ele me conta que na véspera tinha ido a uma boate badaladíssima numa outra cidade perto dali com o tal amigo. Detalhe: eu havia passado 10 dias com ele e nós fomos, no máximo, a um barzinho mixuruca na cidade mesmo onde ele morava. E eu é quem tinha falado pra ele da tal boate, porque a filial era na minha cidade e eu conhecia. Não era a que eu freqüentava mas nunca tinha ido àquela, no litoral. E o bruto se prontificou a me levar lá? Nãnãninãnão. Mas com o amigo ele foi, claro! Eu reclamei disso e falei que da próxima vez que eu fosse lá, ele iria de novo à tal boate comigo! Ele ainda reclamou que era caro (ensaio do número do palhaço pão duro) mas eu insisti que iríamos - até porque, eu sempre paguei minha parte nas contas - mas isso eu não falei, não precisava porque ele sabia.

Eu até acredito que os dois palhacinhos tenham feito lá seus espetáculos e talvez tenham até conseguido platéia, afinal, os dois espécimes gaúchos não eram de se jogar fora. Mas não tava preocupada com isso - sou adepta do "o que os olhos não vêm o coração não sente". E acho que se tivesse aprontado ele não teria a cara-de-pau de me contar onde tinha ido. Mas o que me chateou realmente foi ele ter ido pra balada com o amigo (pra pegar, claro) e não ter ido comigo quando eu estive lá!!!

Sei que na sexta, quando ele me contou a primeira parte do espetáculo, eu já tinha combinado de sair com minhas amigas. Como ele não perguntou o que eu ia fazer naquele dia, não falei nada. Ele não devia estar interessado. E eu estava numa cidadezinha de 50 mil habitantes no interior de Minas onde a gente fica até 1h30 da manhã bebendo cerveja no único bar da cidade e depois vai pra um galpão tentar dançar ao som de um DJ da cidade que só faz tocar funk quase a noite inteira. Ou seja, a diversão são os amigos porque o ambiente e o público - que ele já tinha conhecido - não inspiram nada!!! Muito menos beijo na boca!

Eis que 2h30 da manhã, estou eu lá, tomando umas cervas e torcendo pro DJ desisitir do funk pra eu ao menos dançar um pouquinho quando recebo uma mensagem dele.
Palhaço SMS: - Oi, tá dormindo?
Euzinha: - Não. Tô no XXXXX com minhas amigas.
Palhaço SMS: - Ah! É? Então aproveita e me esquece!

Como assim, cara-pálida?

Euzinha: - Você deve estar brincando ...
Palhaço SMS: (Nada)
Euzinha: - Bem. Se você acha que é assim que se termina um relacionamento ... tá tudo terminado.

Isto foi na sexta-feira, respeitável público. E na segunda-feira o pândego me manda outra mensagem, romantiquinha, como se nada tivesse acontecido. Eu ignoro. E ele insiste. Manda umas dez mensagens ao longo do dia e eu não respondo nenhuma. Afinal, o que ele esperava? Me faz uma palhaçada daquelas e depois vem agir assim, como se estivesse tudo bem e ele não tivesse sido um moleque? Não ia responder nunquinha mesmo.

Quando percebeu isso, ele me ligou perguntando porque não tava respondendo suas mensagens. Aí ele ouviu tudo o que merecia: que eu já tinha avisado que mandar SMS não era jeito de terminar nada, quanto mais um namoro, e que da próxima vez que ele fizesse aquilo, ia terminar tudo mesmo. Afinal, aquilo era coisa de moleque covarde. Ele tinha entrado na minha casa, conhecido minha família e estávamos namorando. Agora, pra terminar ele achava que bastava um "Aproveita e me esquece" por torpedo de celular sem ao menos uma explicação? Afinal, porque ele tinha me mandado aquela mensagem? E se não enviou outra quando eu disse que era brincadeira, é porque falava sério então o mínimo que ele devia fazer era me explicar porque queria que eu o esquecesse. Qual era o motivo?

O palhaço ficou mudo do outro lado do telefone. Quando eu perguntei: "Então, qual é o motivo?" Ele disse "Não tem motivo nehum, não." Eu disse: "Então a gente não tem mais nada pra conversar". E desliguei.

J.E.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Homem é tudo palhaço, mas picadeiro vazio nem pensar

Como todos sabem, esse é o meu lema, mas apesar disso, o movimento no circo anda fraco. Sorte minha e azar dos leitores, mas há muito que não sou coadjuvante num espetáculo circense. O artista circense que tem se apresentado no meu picadeiro não faz espetáculos dignos de nota.

Mas como o espetáculo não pode parar, vou contando espetáculos das amigas, das leitoras e, novidade, dos palhacinhos! Sim, exibidos que são, esses meus palhacinhos queridos estão doidos por um holofote e têm feito de tudo pra aparecer, até mesmo confessar seus espetáculos favoritos. Sim, dileta audiência, eis que surge um nova seção no circo: “Eu, palhaço confesso”.

Para inaugurar a seção dos palhacinhos orgulhosos, guardei o relato de uma amigo meu, leitor e comentarista contumaz deste circo.


Palhaço confesso e exibido

O rapaz tinha uma amiga com quem certo dia rolou um clima. Sabe aquela máxima de que “eu não cmo meus amigos” ou “os amigos são reserva técnica? Pois é, eu também sou adepta, mas tudo na vida é negociável, né? Bom, a moça parece que era menos flexível e quando a chapa esquentou ela arregou: “entre a gente não dá pra rolar sexo”.

O bruto, daqueles que não leva desaforo pra casa, vingativo, bicho ruim, sabe? Pois é, não engoliu o sapo nem chupou a manga. Dissimulado, ficou puto, mas fingiu que compreendia. Ficou trabalhando a moça por mais de um ano, ali, trabalho firme, fazendo de amigo e seduzindo. Até que um dia logrou êxito. Tão lá no maior amasso na casa dela, os dois já pelados na cama, ele virou de repente e mandou "Ach que entre a gente não rola sexo", pegou a roupa e saiu correndo, vestidod calça enquanto saía pela porta e calçando sapato escada abaixo. Segundo palavras do próprio, deixou ela lápegando fogo sem entender nada.

Pois é, amigos deste circo, no lugar de aproveitar que finalmente a moça capitulou e esmerilhar, já que ele tinha tesão nela há séculos, o que o palhaço fez? Trocou uma possível boa foda por uma vingança. Que graça tem vigança, minha gente? Gozar, principalmente acompanhado, não é muito melhor? Não era melhor vingança comer muito a moça pra ela se arrepender do tempo perdido?

Ai, ai, ai. Como eu sempre digo, quem gosta de sexo é mulher, homem gosta é de ficar de amasso e sair correndo pra tocar punheta em casa. Claro, depois conta pros amigos que fez e aconteceu, se bobear, até narra o espetáculo no HTP. Tudo palhaço....

segunda-feira, 18 de junho de 2007

HTP no Orkut

A comunidade dos fãs do HTP no Orkut tá bombando. Já entraram?

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=13209176

domingo, 17 de junho de 2007

Ele conseguiu!
Tem fã do HTP que parece que faz de tudo pra virar personagem. Até que consegue.

Liguei pro trabalho da minha irmã:

- Por favor, queria falar com a L. É Ana Paula, irmã dela.
- Um minuto.

Minha irmã atende o telefone:

- Ih, sabe o que o M. falou?
- O que?
- "Ana Paula: este nome cheira a sexo".

Ele conseguiu! Com uma pérola dessas, o cálega de trabalho de minha irmã alcançou o estrelado ganhando um post em sua homenagem no blog que ele tanto admira. Devo dizer que isto é um mérito para poucos afortunados. Só os palhaços mais talentosos conseguem este feito. Palmas porque ele merece.

domingo, 10 de junho de 2007

Palhaço "não-caga-nem-sai-da-moita"
Ou "não-dança-nem-sai-da-pista" ou ainda "não-fode-nem-sai-de-cima"

Se apaixonar por amigo é uma merda. Geralmente não se ganha um namorado; apenas perde-se um amigo. Foi o que aconteceu com uma amiga do blog.

Um dos seus melhores amigos de trabalho se separou. Ele tinha um casamento feliz, daqueles de filme, mas um belo dia a mulher lhe disse: "Senta aí que tenho uma coisa pra te contar. Quero me separar de você. Me apaixonei por outro." O cara perdeu o rumo. Natural. E quando isso acontece a gente quer o colo dos amigos. Natural também. Então, o marido abandonado foi buscar consolo na amiga do blog. Ela foi solidária à sua dor. Conversavam horas, almoçavam juntos, saiam depois do trabalho. O assunto era sempre a ex-mulher. De cada dez palavras ditas pelo amigo, onze eram o nome dela.

O tempo passou e ele se recuperou, mas não deixou de sair com a amiga do blog. Os jantares, os cinemas, os teatros, exposições, cafés e tudo o mais continuaram. Eles se davam super bem e a amiga do blog se apaixonou por ele. Meio tímida, ela foi protelando o momento de se declarar até que ele um dia falou:

- Minha terapeuta falou que já está na hora de eu me envolver com outra mulher de novo.
- É? – a amiga do blog viu aí uma possibilidade de declaração.
- É. Eu falo muito de você pra ela, né? Até falei que precisava de mulher assim, como você, engraçada, inteligente, bonita...
- E aí? – disse ela sem conter o sorriso.
- E aí que preciso de uma mulher como você, mas não você, né? Claro!

"Claro"? Como "claro"? Não, não está nada claro! O palhaço se justificou como ele achava que devia. A amiga do blog ficou arrasada, mas ok, vida que segue.

Continuaram saindo, mas a freqüência dos encontros foi caindo um pouco. Um belo dia, ele soube que ela estava namorando. Aí, ele vestiu sua roupa colorida, calçou sua bota de bico largo e comprido, maquiou seu rosto, botou o nariz de palhaço e foi pro picadeiro dar seu show! Fez isso no dia em que a encontrou almoçando com o namorado. Simplesmente ignorou a presença do cara mesmo depois de ter sido apresentado a ele e ainda tratou-a com mais intimidade que tinha, para constrangê-la na frente do namorado. Mas o grand finale do seu espetáculo foi quando na comemoração do seu aniversário em um bar da Lapa ela disse que estava esperando uma pessoa e ele, de cara amarrada, resmungou:

- Não acredito que você vai trazer esse cara no meu aniversário???

Não era "esse cara" que ia chegar. Era a filha dela. E "esse cara" já era namorado da amiga do blog há meses. E se o palhaço sentia alguma coisa a mais que amizade por ela, porque não falava ao invés de ficar com esse comportamento ridículo? Deve ser porque na verdade ele não queria mesmo nada com ela além da amizade, mas não queria deixar de ter atenção exclusiva e uma mulher apaixonada ao seu lado.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Palhaço Vigilantes do Peso II

Como eu sempre digo, tem todo tipo de gente no mundo. Uma amiga minha mandou esse relato, inspirada no outro Palhaço VP, narrado pela Ana. Como sempre dizemos, bom senso é luxo para poucos.

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Tinha até me esquecido de mandar esse episódio bizarro, mas quando li o post de 19 de maio, me inspirei a contar este fato!

Estávamos eu e meu namorado no restaurante de um amigo dele. Tínhamos acabado de almoçar, quando passa pela nossa mesa um conhecido dele. Eu já tinha cumprimentado o sujeito umas duas ou três vezes, mas até então não tinha sequer trocado mais do que um “boa tarde”.

Como a gente já estava de saída e o lugar estava cheio, falamos para que ele sentasse na nossa mesa. Mas o sujeito adora falar e logo engatou no papo. E pra não largar ele falando sozinho, acabamos ficando mais um pouco.

A conversa era só entre os dois e eu estava lá de mera figurante. Eis que de repente, o palhaço vira para mim e pergunta:

Palhaço – Com quantos anos você está?
Eu – 27. (???)
Palhaço – Porque o que eu vou te falar é muito sério! Se a gente não gostar da gente mesmo, ninguém vai...
Eu – (????)
Palhaço – A gente tem que se cuidar, você tá muito nova para estar desse jeito!
Eu – (!!!!)
Palhaço – Vou falar pra você a mesma coisa que eu falo para a minha filha: tem que emagrecer! Tem que fazer exercício, ir pra academia senão fica cheia de estria, toda flácida. Depois não tem mais volta. E tem que cuidar da alimentação também, não comer muito, não comer fritura. Veja eu, vou comer só isso aqui!
Eu – .... (olhando para o prato dele - lotado de carboidratos e gordura – e para a barriga dele, que denunciava que há muito ele não sabe nem o que é um lance de escada !)

Eu e meu namorado estávamos incrédulos, boquiabertos com o discurso faça-o-que-eu-digo-mas-não-faça-o-que-eu-faço e, pior, de uma pessoa que eu mal conheço. Estupefata, não sabia nem como reagir a tamanha grosseria. Acabei não falando nada.

E para finalizar com o falatório, a criatura ainda me solta uma pérola:
Palhaço – E eu não quero que você fique brava comigo não! Eu estou falando isso para o seu bem!

INACREDITÁVEL!

Eu saí de lá sem entender como é que uma pessoa é capaz de tanta falta de educação!! Sim, porque se ele acha que eu não estou em forma, se ele acha fulano feio e que cicrano se veste mal, tudo bem, é um direito dele. Mas daí a sair esfregando na cara dos outros os defeitos??? Daí já é demais! Eu também acho ele um velho bigodudo nojento e com o cabelo ensebado, mas nem por isso tenho o direito de agredir o palhaço com essas informações (verdadeiras).

Saí do restaurante meio sem rumo. Meu namorado comentou que também não tava acreditando naquele discurso todo – e pior, sem moral nenhuma! – e na falta de respeito com ele e comigo! Disse que só não falou nada por causa do dono do restaurante, porque o cara é um cliente em potencial, etc., etc. Concordei, até porque se ele fosse falar alguma coisa ia acabar se alterando.

Mas isso não é tudo, caras espectadoras!!! Eu achei que esse havia sido um fato isolado. Mas não!!! Em outra ocasião fiquei sabendo que ele VIVE FAZENDO ESSE TIPO DE COMENTÁRIO, com todas as mulheres, inclusive com a esposa do dono do restaurante (que, aliás, não tem nada de gorda)!!!

segunda-feira, 4 de junho de 2007

E já que o assunto é fim de relacionamento....

Lembrei de uma separação minha. Tinha sido civilizado até onde um fim de relacionamento pode ser. Não morávamos juntos, mas namoramos muito tempo. Aí sabe como é... eu tinha umas tralhas na casa dele, volta e meia me aboletava lá fim de semana, daí tinha deixado umas mudinhas de roupa, uns livros, uns CDs, essas coisas.

Quando fui casada e resolvi me separar peguei só minhas roupas e livros e fui embora, já era ruim demais, já doía demais pra ainda ficar "a geladeira é minha, a lavadora é sua". Fodam-se a geladeira e lavadora, assim como todo o resto.

Então como tenho bom senso, no fim de um namoro, não fiquei pentelhando pra buscar minhas coisas. Depois de passado um tempo, como nos falamos de vez em quando por e-mail, civilizadamente pedi pra combinar de pegar. "Se você quiser eu coloco tudo numa caixa e mando entregar na sua casa sem problema". Não, obrigada, né? Eu iria buscar num momento em que ele não estivesse, mas não precisava colocar uma caixa no banco de um táxi e mandar entregar na minha casa, porra. Mas eis que a gente não conseguia combinar um horário, mas acabamos chegando a um consenso. Ele juntou tudo numa caixa, deixou na portaria e minha irmã passou lá de carro pra pegar.

Quando chego do trabalho tem uma caixa enorme e pesada no chão. Estranhei, pois não lembrava de ter deixado tanta coisa assim lá. Fui olhar. O palhaço tinha mandado alguns presentes que dei pra ele, mas não todos. Donde se conclui que, o que ele tinha gostado ficou, o que tinha fingido que tinha gostado mandou de volta. Desnecessário, podia ter jogado no lixo. Tá, fim de relacionamento, a gente fica magoado e faz umas malcriações, ok. Feio, mas ok.

Continuo conferindo o conteúdo da caixa. Revistas velhas! O cara me despachou revistas que algum dia comprei e li na casa dele. Porra, livro tudo bem, mas revista velha? Por que não jogou no lixo, porra? Eu nem lembrava dessas revistas.

Mas sempre pode piorar: eu tinha assinatura de uma revista que ele também gostava. Certa ocasião a editora fez uma promoção e pediu pra eu indicar alguém pra receber a revista por três meses. Indiquei o palhaço, é claro. Não é que ele mandou os três números da revista também? Porra, esses eu tinha recebido em casa!

Vou revirando a caixa e a raiva vai aumentando. Um frasco de protetor solar que eu comprei pra ele ir à praia comigo. Tá, ele nunca gostou de praia, ia pra me fazer companhia, porque eu gostava e pedia pra ele ir, mas precisava devolver a porra do protetor solar? Grosso.

Aí achei a cereja do bolo: entre outros frascos semi-vazios, dois frascos de Fructis com uns dois dedos de produto dentro de cada. CARALHO, não acredito que ele mandou resto de shampoo e condicionador de volta! Com essa ele bateu recorde de palhaçada! Quis dizer o que? Que eu sou mesquinha pra querer shampoo barato de volta? ódio!

Não agüentei e liguei.

– Pra que você me mandou resto de sabonete líquido, shampoo, condicionador? Usasse ou jogasse fora, oras.
– Ah, era seu, devolvi.
– Pra que guardou isso por esse tempo todo? Devia ter jogado fora!!!!
– Eu não, você podia querer de volta.

RAIVA, teu nome é Roberta.

Detalhe, contei pra uma amiga que já namorou um amigo dela. Ela me contou que o outro fez a mesma coisa com ela quando se separaram. Tudo palhaço!

domingo, 3 de junho de 2007

Palhaço Pragmático

Término de namoro/casamento é sempre, sempre, sempre, muito, muito, muito ruim. Até para quem termina. A gente fala coisas que não quer, ouve coisas que absolutamente não quer nem saber e segue em frente aos trancos e barrancos porque, como diria Cazuza, o tempo não pára. Poucas são as situações onde tudo corre bem e os dois lados - civilizadamente - se acertam.

Eu mesma já terminei alguns e já fui terminada. Mas nunca passei pela situação que reproduzirei abaixo e que classifico como "sem classificação". Sabe porque ... eu sou uma pessoa muito emotiva, muito "sanguínea" como diz uma amiga minha. Então eu não consigo, não entendo, como alguém, diante do fim de um amor, sentimento tão sublime, pode pensar em coisas tão terrenas.

Tá certo, cada pessoa é de um jeito, mas esse pragmatismo pós-fim de relação me dá nos nervos.

E agora, na voz marcante de Léo Batista, vamos a narração dos fatos:

"Narinha,

dividi meu teto com aquele puto por 4 anos. Quatro anos não são quatro dias, nem quatro horas. São muitos dias e muitas horas divindo alegrias e tristezas com aquele imbecil. Desculpa se estou carregando nos xingamentos, mas eu tô com ódio daquele palhaço. Ódio porque depois de tudo que a gente passou, parece que esse relacionamento se resume a coisas banais. Se ele não era mais feliz comigo, tudo bem. Não vou ficar aqui amarrando ninguém. Teve um dia que ele acordou e decidiu que não queria mais. Deve ter mulher nessa história, mas honestamente, a outra que faça bom proveito do desgraçado. Eu sei que nos últimos tempos a gente não andava lá essas coisas, eu até pedi um tempo uma vez, ele pediu para voltar e tal, mas sabe como é... quando a gente gosta, a gente sempre dá uma segunda chance. Mesmo eu não querendo e gostando muito desse idiota, um dia ele levantou, pegou uma mochila, botou duas bluas, uma calça, três cuecas e se mandou.

Aí eu fiquei com aquela cara de cu, esperando ele voltar, mas como ele não voltou, fiz o que qualquer pessoa normal faria: enchi a cara!


No dia seguinte, de ressaca e na merda, abri meu e-mail e tinha uma mensagem do imbecil:

"Oi, tudo bem? Estou num apart perto de casa. Podemos conversar sobre o aluguel? Acho que não devo pagar, mas posso te ajudar nos primeiros meses. Você poderia botar os meus CD`s e livros numa caixa? Os vinhos que compramos pela internet você pode ficar. Não esquece aquele CD do Jamiroquai, tá? As fotos do Central Park prefiro deixar aí. A assinatura do Valor eu queria mudar porque eu sei que você não lê. Tem outras coisas que eu queria discutir, mas acho melhor ficar para depois. Um beijo, FS".

Primeiro: tudo bem é o caralho. Tudo péssimo. Tô de ressaca, já vomitei umas três vezes, minha chefe tá com pena de mim e vim trabalhar com a mesma roupa de ontem. Ah! E você me largou ... Segundo, foda-se onde você tá morando. Terceiro, se quiser CD e livro em caixa, venha botar. Quarto, o vinho eu já bebi todo e vomito cada garrafa de meia em meia hora. Quinto, as fotos eu vou queimar pra esquecer que você é um imbecil. Sexto, pega o Valor enfia no cu.


Mas olha... não respondi assim. Dei uma de educada. "FS, bem com certeza você sabe que eu não estou bem, mas respeito sua decisão. Suas coisas estão e continuarão aqui. Pegue-as o mais rápido, de preferência quando eu não estiver em casa. CM".

Sem sono, resolvi de madrugada, ler meus e-mails.

"C, espero que esteja melhor. Entenda que ainda sinto um carinho enorme por você mas preciso seguir em frente. Ainda não tenho como pegar as coisas. Você não falou sobre o aluguel .... ainda tem a prestação da viagem e o sofá da sala. Como vamos fazer? Eu abro mão de ficar com ele, porque não sei onde vou morar. Mas gostaria que você pagasse as prestações. Caso você abra mão dele, posso te pagar aquela prestação que você pagou. Beijo, FS".

Puta que o pariu!!! Puta mesmo. Ainda bem que não tive filhos com ele porque era o caso dele cortar a criança ao meio!! Senti uma raiva tão grande que minha vontade era tacar fogo na porra do sofá. Miserável avarento dos infernos!!!!!

Peguei tudo dele. T-u-d-o. Deixei na garagem do prédio, inclusive o sofá. Foda-se o sofá. Avisei ao porteiro que aquela tralha ia ficar ali até o mão de vaca filho da puta aparecer.

Avisei a ele por e-mail que tava tudo ali na garagem. E que ele esquecesse da minha existência, da viagem e de todas as prestações que fizemos em comum. Ao que parece, foi tudo que ele prezou no casamento.

Troquei a fechadura de casa e quero que ele morra e leve junto o sofá, o CD do Jamiroquai, a prestação da viagem e aquelas roupas mulambentas".

Pois é .. quando eu digo, eu falo. Tudo tem sua hora e momento. Discutir prestação de sofá e partilha de CD depois de dar o pé na bunda em alguém é feio. Vamos ter um pouco de dignidade. Ningém vai morrer por conta de um CD. Nada que não possa ser resolvido depois, né?

Palhacinho mão de vaca esse, hein?