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quarta-feira, 25 de julho de 2007

Eu, leitora e empresária circense....

A moça tinha acabado de terminar um relacionamento e estava triste... Nessa de se recuperar da dor, encontrei um palhacinho lindo! Não acreditei quando, depois de ficar com ele, recebi um telefonema me chamando pra sair de novo. Fiquei encantada e achei que tudo podia melhorar!

Bem, ele foi até a porta da minha casa e conversamos durante horas. Apesar de falar gracinhas, foi respeitador e não tentou entrar nem esticar a noite. Foi embora com a promessa de ligar novamente. E não é que ligou? Achei que estava apaixonada, tomei coragem e chamei ele pra curtir um cineminha. A noite foi maravilhosa! Saímos do filme e fomos para a praia, onde passamos a noite conversando sobre tudo e nada.

Um dia ele me telefonou me chamando pra ir jantar na casa dele. Não resisti (e pra quê?) e fui. Logo depois dele cozinhar um gororoba que acabei dispensando, ele veio com a desculpa que precisava tomar banho e ficou desfilando na minha frente de toalhinha apenas. Corpinho lindo, cheirosinho, beijo gostoso... Bem, não precisa contar a noite, né?

Começa a palhaçada.

Bem, ele tinha me adicionado pelo msn e começou com umas conversas de que queria me encontrar de novo, para gente se divertir e coisa e tal. Mas toda vez que eu falava em marcar mesmo, ele fugia. Dizia que ia me telefonar de novo e não dava notícias até o dia seguinte. Eu ficava puta, mas as desculpas dele acabavam me convencendo.. Burrinha, coitada...

Até que um dia, cansada das desculpas dele, resolvi retornar a ligação. Ao atender o telefone, foi muito simpático e atensioso (sic). Disse que não tinha me retornado ainda porque estava dirigindo, mas que iria sim sair comigo. Depois, em alguns minutos, mudou de idéia e disse que talvez não fosse porque ia ter que viajar no dia seguinte de manhã. "Mas você vai cedo?", perguntei. Ele ficou mudo, e então entrou totalmente diferente, querendo sair, perguntando que roupa eu estava usando. Não acreditei: ele tinha passado o telefone para outra pessoa falar comigo, que segundo o próprio, estava me "segurando na ligação enquanto o palhacinho tinha ido ao banheiro". Eu fiquei sem reação, não podia acreditar. Mas a palhaçada não acaba por aí. Quando ele voltou à ligação, disse que não queria mais sair comigo porque eu era chata (por ter chamado ele pra sair), e que estava muito stressado. Me mandou um beijo e desligou o telefone.

Isso foi há duas semanas. Só vim a ter notícias dele de novo na sexta-feira passada, porque sou repórter do jornal da cidade, e ele precisava que eu fizesse uma matéria pra ele. Dá para acreditar?


Leitora GRM

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Fresquinhas

Como bem definiu uma das minhas amigas, o público estava "interativo" no Teatro Odisséia sábado passado. Logo na entrada um deles abordou a moça e perguntou se ela era argentina. Tá certo que ela mora fora do Rio há sete anos, sendo quatro em Brasília e três em São Paulo, mas e os 22 aninhos de pura travessura nas ruas da Tijuca? Ela olhou o bruto bem firme nem vacilou "tu tá de sacanagem, né?".

Mais um rolezinho e chega outro pândego, esse escolheu como algo outra integrante da gangue de mulheres loucas. Morena de 1,80m e longos cabelos negros como a asa da graúna, a moça é jornalista, como todas as outras do grupo.

– Você é atleta do pan?
– Sou medalha de ouro!

Pois é. O show tava bom, público animado... chega um artista circense de talento admirável. Sagaz toda a vida, ele escolhe uma das melhores maneiras de chamar a atenção de uma mulher: cutuca. Todo mundo sabe que não tem quem resista a um cutucão no ombro, né? Ô coisa agradável. Ela olha para o palhaço com cara de "que foi? te conheço?". Ele lança um olhar lânguido, levanta a manga esquerda da camisa e mostra a tatuagem que lhe fechava o braço. Ah, tá, bonito desenho, deixa eu voltar a dançar com as minhas amigas. Pista vai, pista vem, a noite passa e não é que ele volta? cutuca de novo e mostra o braço direito. Não era outra tatuagem, dessa vez era a exibição dos músculos. Ah, tá.

Como disse a tijuca argentina exilada em Brasília, interessante esse espetáculo cirsense interativo, né?

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Homem é tudo palhaço, também no Orkut

A comunidade tá bombando, tem até novidade que ainda não foi contada aqui. http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=13209176

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Eu, leitora e empresária circense apresenta o "Palhaço Mitomaníaco"

Após um longo e tenebroso inverno, quando a dona de tal venerável botequim andou fodida de trabalho/estudo, logo sem tempo de gerenciar as atividades circenses de seu empreendimento, eis que nossa seção "Eu, leitora e empresária circense" está de volta!

A leitora V.T., quase uma correspondente em Recife, mandou como "Palhaço Lorota", se tivesse sidocomigo teria definido como "Palhaço Mitômano", porque esse aí já passou de mero loroteiro, não é apenas, como diríamos aqui no Rio, "mó caôzeiro".

Respeitável público, vamos ao espetáculo.

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Estava eu de férias na Cidade Maravilhosa. Um mês para fazer nadaaaaa, só badalar pela cidade com minhas amigas, comer, bater perna nos shopping numa segunda a tarde, tirar fotos e mais fotos de tudo, acordar tarde, enfim. Eis que na minha primeira semana na cidade, as meninas me levam para uma boate DÚCA no Leblon. Eu só queria saber de funk, porque aqui em Recife não tem isso, não. Depois de me jogar na pista a noite toda, já até meio descabelada e borrada, eis que vejo do nada um dos sorrisos mais lindos da semana (da semana de férias). Meio gordinho – e eu gosto de gordinhos – simpático, uma voz bonita, me encantei. Ficamos e o carinha não quis mais me largar – confesso que nem eu dele. Ele, como era policial federal e morava longe pra caramba, não tinha a mesma disponibilidade que eu, jornalista de
férias, tinha. Nos vimos mais umas duas ou três vezes e ele, apaixonado, prometia ir me ver.

Como dona de circo experiente, sabia que essa viagem dele para Recife jamais se realizaria, então achei que merecia aproveitar e dar corda para ver até onde ia.

Voltei para Recife e nos falávamos uma vez por semana no máximo. Eu não tava fazendo nada mesmo, mas, como tudo nessa vida cansa, percebi um belo dia que fazia UM MÊS que não falava com o palhacinho. Ele, pelo visto, se ligou que eu tinha mais o que fazer e me poupou de inventar uma desculpa para meu sumiço. Mas, eu estava enganada.
Realmente, era mais um palhaço. Um mês depois do meu retorno à Veneza Brasileira, eis que o palhaço me manda um e-mail dizendo:
- Sei que vc me esqueceu, mas eu não. AMO VC!

Oi?! Quem? Quando? EEEEU?! Não, né? Morri de rir com essa e, curiosa como eu só, paguei pra ver. Respondi o e-mail e pronto, novo sumiço.

Vida que segue, Reveillon, um novo amor. Estou eu parecendo que tava num comercial da Claro – mas com corações no lugar das bolinhas – qdo o palhacinho me chama no MSN com umas histórias de outro mundo:

Palhaço Alien - To vendo sua foto aqui. É seu namorado.
Eu – É.
PA – eu sabia que vc ia acabar me esquecendo.
Eu (pagando pra ver) – vc me fez te esquecer, esqueceu? Sumiu, não deu notícias...

TCHAN, TCHAN, TCHAN, TCHAN!!!!
PREPAREM-SE QUE O ESPETÁCULO VAI COMEÇAR! PALHAÇO NO PICADEIRO:

PA – Qdo vc souber o q aconteceu, não vai pensar mal de mim.
Eu – Então conta, ué?
PA – No final do ano passado levei um tiro na perna numa das atividades da PF e matei um traficante. Tive que sumir por uns meses pq, além de estar machucado, eu estava jurado de morte (hein?). Me operei aqui e fui para a Califórnia, onde fiquei até o início deste ano.
Eu, morrendo de rir – MEU DEEEEEUS!!!! Que profissão cruel! Mas, pq vc não veio pra Recife?
PA – Pq eu poderia ser achado pela quadrilha – se ele não confia na PF, QUEM MAIS VAI, NÉ? – e estava sem dinheiro, pq gastei quase R$ 400 mil na cirurgia da perna. Tive que contratar o médico que operou Ronaldo, o Fenômeno para poder garantir que voltaria a andar um dia.

Silêncio meu. Saí para fazer xixi pq estava me urinando de tanto rir.

PA – Kd vc? Não acredita em mim?
Eu – Claro que sim!!! Poxa, to passada com tudo isso. Vc podia ter pedido para seu irmão me ligar... E pq não ligou qdo voltou pro Brasil?
PA – Pq descobri q tenho uma filha.
Eu, emocionada por estar falando com um verdadeiro palhaço – COMO É? COMO ASSIM!
PA – Qdo eu retornei uma ex-namorada minha me procurou dizendo q tinha tido uma filha minha. Ela está com 1 ano e é linda.
Eu – Sei...
PA – VC ACHA QUE EU ESTOU MENTINDO?

Ainda estiquei mais um pouco a conversa, mas, realmente, ele me surpreendeu. O bruto tem fôlego para mais histórias. Tive a impressão de que essa desgraça tava se divertindo com a minha cara, assim como eu, mas foi melhor achar que ele não uma intelectualidade de longo alcance para tal feito. De qualquer forma, foi a sessão de mentiras mais pesada e mais longa que já vi na vida e no htp, e olha que sou leitora de longa data!

Vejam o desempenho circense:

1. Sou PF e levei um tiro num confronto com traficantes: Quem sobe morro atrás de traficante é PM, não os gatinhos da PF;
2. Paguei quase R$ 400 mil pela cirurgia: A PF não dá plano de saúde?
Tudo bem, não paga, e ele desembolsa MEIO MILHÃO DE REAIS para tirar uma bala da perna? Nem sabe fazer conta.
3. Fugi para a Califórnia: pra quem não tinha dinheiro nem para ir até
Recife, ta bem, hein, fio?!
4. Descobri que tenho uma filha de 1 ano: Com um pai desses, eu tb esconderia. Por vergonha DELE!

Pois é, senhoras e senhores: ele entrou no picadeiro DISPOSTO! E não fez feio, não, hein?! Temos mais é que aplaudir! Infelizmente, como esse por aí tem uns 400 mil, por baixo! Aqui, aí, na Califórnia, na casa do caralho. Não tem como escapar. Vez por outra aparece um desses só pra fazer o mal e, convenhamos, acabam é fazendo a gente morrer de rir!

V.T.
jornalista
Recife/PE

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Palhaço banca de vestibular
Sábado desses estava eu sacudindo este corpinho que parece um bife de picanha com capa de gordura numa badalada pista carioca quando um rapazinho – que já havia me abordado para me dizer que sou linda, como se eu não soubesse – fala ao meu ouvido:

- Você me transmite uma energia boa. Você tem cara de que sbrubles bem.

Cara, só pela primeira parte ele já foi desclassificado. "Você me transmite uma energia boa" é péssimo. Não sou Buda nem a Light pra transmitir energia boa. Mas a segunda parte foi enigmática. Ou ele fez de sacanagem ou precisa de uma fonoaudióloga urgentemente. Juro que não entendi o que ele disse que eu tenho cara de que faço bem.

Levantei alternativas e imaginei que ele ia voltar com a questão:

Marque a que você acha que melhor completa a sentença "Você tem cara de que ---------- bem".
(a) beija
(b) fode
(c) chupa
(d) dá o cu
(e) todas as alternativas acima
(f) nenhuma das alternativas acima

Ele voltou, mas pra tentar dançar comigo. Tolinho. Antes dançar só que mal acompanhada.

domingo, 8 de julho de 2007

Palhaço curioso

Uma amiga minha tava de de rolo com um palhacinho que parecia bem legal. Parecia. Já tavam saindo há algum tempo e um fim de semana desses ela dormiu na casa dele. De manhã, a moça levantou e foi ao banheiro, como a maioria dos mortais. Quando voltou o palhaço disparou "Você demorou!". Ai, caralho, agora tem tempo marcado pra se ir ao banheiro? Educada, ela respondeu "É?" e foi sentando pra tomar café.

– Demorou sim.
– É? Nem reparei.
– Normalmente você não demora assim.
– Pois é.
– Eu tava te esperando pra tomar café!
– Então vamos tomar café.
– Por que você demorou tanto?
– Porque eu fiz cocô, porra! Satisfeito?

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Palhaço enigmático

Uma grande amiga minha mandou essa e até eu, dona de circo emérita, fiquei surpresa e tive uma crise de riso. Espetáculo inédito. Acho que o palhaço quis apenas bancar o maluco, e vocês?

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Em dois anos de solteirice, já vi e vivi muita palhaçada. Ando mesmo desconfiada de que deve haver alguma promoção que garanta o nariz vermelho como brinde na compra do creme de barbear. Mas o tempo faz milagres e as palhaçadas vão se tornando parte do cotidiano... até que um palhaço, daqueles bem circenses, cruza o seu caminho.

Há umas três semanas fui a uma festa. Lá encontrei o palhaço, amigo de um amigo meu, com quem já tinha esbarrado e batido papo umas poucas vezes. O encontro inicial é breve, nada de especial. Apenas um "Quanto tempo!", seguido de dois beijinhos no rosto.

Enquanto o clima da festa não esquentava, tratei de aquecer meu corpo na base da cachaça mesmo. O povo que organizou o evento, colocou uma meia dúzia de rodelas de limão e açúcar ao lado da pinga. O palhaço supracitado se aproxima e eu peço uma ajuda no preparo da caipirinha.

Foi aí que reparamos na falta de qualquer utensílio para retirar suco daquelas rodelas de limão. Ele tem a brilhante idéia de misturar tudo passando de um copo pro outro. A estratégia mambembe não dá certo, mas a gente se diverte com a história. Entre uma gargalhada e outra, tenho o insight : "Vou pegar!"

A festa, enfim, começa a esquentar. Não demora meia hora e o presságio se cumpre: "Peguei!". É tudo ótimo: beijo delicioso, dança bem e é divertido. Até o nível de álcool no sangue do palhaço era adequado. O cara parece mesmo empolgado e gruda no meu pescoço a noite inteira. Uma delícia...

Na saída, ele pergunta como fazia para me encontrar de novo( típica pergunta de quem não vai fazer o menor esforço pra te encontrar de novo!). Como nós dois estávamos sem celular, eu digo apenas que o amigo dele tinha meus telefones e e-mail.

Ele não me liga. Mas, até aí, nada que não seja absolutamente normal para um palhaço.

Eu, que ando numa seca de dar dó, penso e decido adicionar o palhacinho no orkut. Só adiciono, sem scrap – pra não dar muita na vista. Ele me adiciona só uma semana depois. Eu sei que eu deveria ter parado por aí – uma semana pra adicionar é quase um não. Mas digo e repito: a seca é de dar dó!!!

Mando uma mensagem por depoimento, para manter o sigilo, com o seguinte conteúdo: "Apesar de quase ter quebrado seus óculos, acho que vale a pena a gente se encontrar de novo." A idéia da mensagem era ser direta, com um toque de humor. Ah, esqueci de contar: no fim da festa uma das lentes dos óculos do palhaço caiu e, com o breu que se instalava no local, não havia possibilidade de resgate.

Mais uma vez ele passa uma semana para responder. Aí, eu caio na real, entendo que não é não.

Já nem lembrava mais, quando, estupefata, recebo por depoimento a seguinte mensagem:
"rs. vou sair de casa, mas precisa pintar dinheiro. rs.
Então eu compro uma lente nova e começo a ver as coisas. rs.
Por enquanto a grana vai na análise... ficar cego acaba com qualquer um."

"Não" eu suporto. Juro. Mas bancar de enigmático, é palhaçada demais pra mim!!

L.R.

PS: se alguma leitora, ou leitor, conseguir decifrar a mensagem, ganha uma bala! Juro.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Palhaço telemóvel

Pois é, respeitável público, não bastasse eu ser uma dona de circo multitarefas e andar enroladíssima com outros projetos, confesso que não tenho assistido a espetáculos circenses. Acho que já tô manjada e os artistas regulam o talento perto de mim. Mas como o circo não pode parar minha amiga J.E. enviou hoje a continuação da saga do Palhacinho SMS. Afeito aos usos circenses das novas tecnologias, o rapaz protagonizou outra. Aliás, tira o celular de perto desse bruto, porque munido de telemóvel ele é um perigo!


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Dois meses depois da gente terminar me mudei para o Rio de Janeiro, capital, e dali a pouco, ele coincidentemente ele também. Recém-chegada ao Rio, não tinha nem amigos que dirá alguém pra ficar, beijar na boca, enfim, garantir uma manutenção básica. Como ele fazia o serviço direitinho, resolvi que pelo menos até que eu encontrasse um novo candidato a se apresentar no meu picadeiro, me faria muito bem tê-lo como PA. Eu não tava apaixonada mesmo... Resultado: vez por outra, a gente pegava uma praia juntos, tomava uns chopes e sempre, claro, acabávamos na cama - na minha porque sempre era ele quem dormia na minha casa.

Não é que um dia, depois da transa, távamos lá, ainda na cama, nus e enroscados um no outro jogando conversa fora quando o celular dele toca. Era uma garota. Palhaçada número um: naquele momento, naquela situação, não era nem pro cara ter atendido o telefone ainda mais de uma outra garota qualquer. Mas atendeu!!! Palhaçada número 2: não satisfeito, o bruto ficou um tempão falando com a tal!!!! Não, meus queridos, não era namorada dele. Nem a mãe, irmã ou sequer uma prima distante desesperada porque tinha acontecido alguma tragédia na família. Era uma garota que o palhacinho exibido tinha conhecido no avião em uma de suas idas a Porto Alegre, como ele me contou logo em seguida. Ou seja: uma ilustre desconhecida que àquela altura ou ele já estava pegando ou estava muito a fim de pegar. Agora, alguém por favor me explica: qual a necessidade que um cara que está nu, comigo, na minha cama porque acabou de transar comigo tem de atender o telefone e ficar jogando conversa fora com outra garota por uns quinze minutos???

O que eu fiz? Joguei ele e o celular pela janela, claro!!! Quer dizer, essa foi a reação que eu visualizei, com todos os detalhes mas ela ficou só na minha mente. Contive meus impulsos e "naturalmente" - até onde foi possível - levantei da cama, me vesti e fui fazer algo prático (tipo checar meus e-mails, guardar umas roupas que estavam espalhadas, algo do tipo, não me lembro).

Dali a pouco o telefonema acabou. Eu sequer perguntei quem era. Tinha nada a ver com aquilo. Não éramos namorados, não tínhamos compromisso nenhum. Não me interessava saber quem era a tal garota. Ele é que veio dar satisfação. Eu disse que não precisava, que ele não me devia nenhum explicação. "Se a gente estivesse namorando, eu tinha te jogado pela janela. Mas aí, acho que você não teria feito isso, né?"

Mas mesmo a gente não sendo mais namorados aquela atitude dele tinha sido desrespeitosa. Perguntei se ele gostaria que eu fizesse o mesmo e disse que tudo o que ele me devia era consideração e respeito.

Depois dessa, escalei outro titular e esse artista ficou no meu banco de reservas por uns quatro meses. E quando entrou em campo de novo, parecia ter perdido seu talento circense: não apresentou mais nenhum espetáculo.

J.E.