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sábado, 29 de setembro de 2007

Palhaço muito sovina

Já que a história do Palhaço Sovina tá dando pano pra manga e tocando fogo no circo, aqui como no meu mundo estranho, resolvi continuar o assunto. Lembrei desse relato que recebi de uma leitora. Iria para a seção Eu, leitora e empresária circense, mas vou postar aqui na "semana temática dos sovinas".

Namorei um palhacinho, com carinha de homem-caseiro-pai-de-família, funcionário público de uma carreira legal, etc. Noivamos num belo dia. Como tínhamos compromisso, resolvi emprestar +/- 10 mil pilas a ele, pro bruto quitar uma dívida que gerava juros altos. Dias depois, resolvi terminar (por muitas questões), e o cara disse que não ia devolver o dinheiro pq era "indenização" dos gastos que eu havia dado a ele, inclusive gastos com as alianças!

Pra piorar a situação, ele mandou pra mim um balancete contábil relacionando gastos com jantar, aliança, gasolina, enfim, com todos os gastos que ele achou que eu tinha dado a ele, pode? Lógico que eu pirei! Depois ele devolveu o saldo teve "complacência" com alguns dos meus gastos, e só depois de outro tempo é que devolveu o restante... pode?
O circo tá pegando fogo
ou Pooooodres de famosas...

Abri a caixa postal do HTP hoje e levei um susto. Era um tal de gente querendo parceria, querendo trocar banner e link, querendo publicar texto nosso sei lá onde.

Descobri até que o HTP foi citado num tal dum mapa da blogosfera. Ai, como é chata essa vida de blogstar. Ai, ai. Fila para autógrafos à esquerda, por favor.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Palhaço sem graça

Uma amiga minha tava dando pinta num evento badalado, super cheio. Ela tinha ido a trabalho e precisava de movimentar no meio da galera, gostasse ou não. Ao passar por um grupinho, sem querer, pisou no pé de um palhaço. Educada e simpática, pediu desculpas. O palhaço, aproveitou a deixa para fazer seu número: "tem problema não, gordinha, pode pisar".

Muito bonita, de gorda ela não tem nada. Mais ainda, recentemente, emagreceu bastante por um problema pessoal. Ela é moça fina e bem educada, mas também é uma mulher de atitude, o que se pode chamar de "uma mulher de verdade". Olhou bem na cara do palhaço, se aproximou e disse no ouvido do bruto "vai tomar no cu". Virou e foi embora sem olhar para trás.
Poooodre de famosas

Semana que vem vou gravar uma entrevista sobre as palhaçadas que nós, donas de circo, mais odiamos. Sim, queridos leitores, pretendo ir sem máscara! Aguardem o anúncio de quando a matéria será veiculada. ;)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Eu, leitora e empresária circense

Contribuição da leitora J.A., variação do manjado número do palhaço casado. Lembrei que quando eu era casada, tinha um palhaço no prédio que dava em cima de mim direto. Ele bonitão, solteiro e relativamente amigo do meu palhaço-marido. Volta e meia eu chegava em casa e encontrava os dois conversando na portaria ou na garagem. Homem é tudo palhaço e o mundo é estranho. Claro que eu nem peguei nem contei pro meu ex-bofe.


Vizinho Palhaço

Mudei há dois meses para um novo prédio. Logo nos primeiros dias, cruzei com um vizinho gatinho na portaria. Nos encontramos outras vezes (corredores, elevador, portaria, caixa de correio) e sempre nos cumprimentávamos e conversávamos amenidades (será que vai chover? E o Flamengo, hein?). Até que um dia, uma sexta-feira, ele tomou a iniciativa e perguntou:

- Vai fazer o que hoje?
- Nada
- A gente podia sair, tomar um chope. Topa?
- Claro!
- A gente se encontra às 21h, aqui em baixo.
– OK.

Desmarquei um chope com uma amiga com a perspectiva de uma noite quente depois de um período de secura. Me arrumei e encontrei o gatinho na portaria. Dois beijinhos, entrei no carro dele e fomos descendo a rua. Papo vai, papo vem e começou a desgraça:

- Queria te falar uma coisa.
- Fala (PQP, vai dizer que é viado).
- É que sou casado.
- O QUE??
- Pô, mas não tem nada a ver...
- Peraí, você está me dizendo que é casado, que mora no mesmo prédio que eu com a sua esposa?
- É, mas não tem nada a ver...
- Acho melhor a gente voltar pra casa.
- Por isso que eu não queria te contar, sabia que você ia reagir assim.
- Você é casado, queria que eu reagisse como? Vamos voltar.
- Mas a gente não pode tomar um chope, se conhecer melhor...
- Não. Não vejo porquê a gente se conhecer melhor.
- Você está sendo muito radical.
Nesse momento, paramos em um sinal fechado. Tirei o cinto de segurança, abri a porta e voltei andando para casa.

O cara me expôs me dando mole na frente do porteiro e me fazendo entrar no carro na garagem do prédio em que ele mora com a mulher, e acha que sou muito radical. E se a mulher dele nos visse? E se alguém comentasse com ela? Eu, que nem sabia que ele era casado, corria o risco de tomar umas porradas. Se soubesse desde o início que ele era casado, não tinha nem dado bom dia.

Agora, estou doida para encontrá-lo no elevador com a digníssima esposa só para falar "sabia que já peguei um cara casado que mora nesse prédio" e vê-lo se cagar de medo de ser desmascarado.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A volta dos palhaços sovinas

Uma amiga e leitora contumaz mandou o relato abaixo. Os palhaços mão-de-vaca sempre presentes no circo...

Já encontrei muitos pãos-duros pela frente. Teve um economista que aceitou dividir a conta do nosso primeiro encontro – e olha que as cervejas e o petisco não chegaram a 30 reais. Teve um engenheiro, bem-sucedido e de quase quarenta anos, que reclamou quando pedi a ele que me EMPRESTASSE 5 reais na praia (o dinheiro que levei tinha acabado). Em compensação, contraditoriamente, os mais duros são os menos pão-duros - pagam o primeiro encontro mesmo quando ganham menos.

Bom, mas vamos à última palhaçada: Estava num grupo de amigos num bar com música ao vivo e fiquei com um amigo de uma amiga. Ele me propôs irmos ao boteco do lado tomar uma saideira, conversarmos com mais privacidade. Topei, tomamos cada um um chope, conversamos... tínhamos o mesmo gosto por comida japonesa, ele prometeu me levar a um japa que não conheço. Até que eu, que já estava muito cansada, sugeri pedirmos a conta e nos vermos outro dia.

A garçonete nem trouxe papel: "dois chopes, mais dez por cento, dá R$ 5,50!" E aí... Menina, tu acredita que ele, na maior cara de pau, colocou na mesa TRÊS reais? Fiquei tão surpresa que, por alguns segundos, não consegui disfarçar a cara de tacho...

Bem, refeita da surpresa, coloquei minha parte sobre a mesa. Ele ainda insistiu pra me levar em casa, mas nem pensar; saí de fininho de táxi.

Fiquei revoltada. Olha, eu sempre, SEMPRE me ofereço pra dividir a conta, nunca fiz o truque manjado de ir ao banheiro, mas aí também é demais, né? O cara querer dividir uma despesa de cinco e pouco reais?

Tudo bem que ele tá desempregado, mas é de classe média, mora em um bairro valorizado... Se tá zerado, fica em casa vendo Zorra Total! Depois disso já me ligou um monte de vezes propondo o japonês.... Tá bom! Se divide uma conta de cinco reais, na hora do japonês ele vai dizer que esqueceu a carteira e querer que eu morra em cem paus!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A nova do Palhaço Clássico

Compromissos profissionais me levaram novamente ao escritório do Palhaço Clássico, o meu entrevistado hermético. Além de parcimonioso com as informações, o bruto é quase-hiperativo. Tipo, pra explicar o que eu preciso para o texto é um custo, mas pra pular de assunto em assunto não relacionado à entrevista é um azougue. Para piorar, são dois celulares e um telefone fixo tocando o tempo todo e o skype piscando no monitor.

Eis que tô lá, na função de repórti, tentando extrair umas palavras do bruto que não parava quieto e quando ele atende outra ligação. "Fala logo, tô numa reunião. Tô com a repórter aqui. É, repórter, jornalista, pra mim é tudo mesma coisa". Me olha com risinho. Ai, que espirituoso, hein?! "Cara, tô ocupado, depois a gente conversa". Gargalhada. Me olha e estende o celular. "Vê se eu posso levar esse cara a sério? Tá perguntando se você é gatinha!".

Respondi ao outro palhaço, o interlocutor anônimo, "Não, não sou gatinha, sou muito feia, baranga mesmo". A entrevista seguiu e consegui o que precisava.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Palhaço clássico

Ontem, estava eu exercendo minha profissão e tentando extrair informações de um entrevistado, digamos, hermético. Tô lá, me fazendo de simpática, emplacando uma sociabilidade, fazendo amizade pra ver se o bruto desembuchava. Tamos lá, intercalando perguntas objetivas e amenidades quando toca o celular dele. Depois de um blábláblá com algum cálega circense, ele manda "e o casório, sai ou não sai?". Parece que o palhaço do outro lado da linha fez o número do palhaço oprimido pela dona de circo dominadora. "Ah, fica noivo que você ganha um tempo, eu fiz isso".

Depois de desligar ele comentou comigo "ah, esse meu amigo namora há 10 anos, antes dizia que não casava porque não tinha dinheiro, mas agora virou diretor da empresa, não tem mais desculpa, a namorada encostou ele na parede. Falei pra ficar noivo e enrolar mais um pouco". Pois é, dileta audiência, sou meio burrinha, por isso não entendo. Se uma criatura não quer casar porque finge que quer? Se tem um relacionamento de 10 anos, porque não casa? Para que "ganhar tempo"? Hmmmm.....será que é porque é palhaço?

Não contente como número de abertura, meu entrevistado caladão para assuntos profissionais, porém falante para assuntos circenses, me olha com certo sarcasmo e dispara "Você é casada?".

– Já fui.
– Quanto tempo?
– Ah, quase 10 anos...
– E separou? Por quê?!


Quem visse a cara que ele fez sem ouvir a conversar acharia que eu tinha confessado que trepava com cadáveres.

– Ah, separei porque separei, venceu o prazo de validade, entojei.
– Mas você teve filhos?
– Não, felizmente.
– Ahhhhhh.... então foi por isso que separou! Tinha que ter tido filhos. Se tivesse tido filho não tinha separado! Filho é a melhor coisa, você não separar! Eu tenho um bebê....


Pois é amigos, pois é. No universo circense dele eu estaria melhor hoje se estivesse casada com o traste do meu ex-marido e com uns dois ou três moleques remelentos grudados na barra da minha saia. Não importa que eu não tenha pendor para a maternidade, não importa que meu marido fosse um traste, não importa que eu não gostasse mais dele (e provavelmente ele de mim) e que nós quase nos odiássemos. Importa que a instituição do matrimônio teria sido preservada e a perpetuação da espécie (circense) teria sido garantida!

Como sempre digo... o mundo é estranho.