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terça-feira, 30 de janeiro de 2007

É hoje!


segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Espetáculo triplo

Lembram daquela roda de samba onde encontrei o palhaço que queria arrancar minha tatuagem a dentadas? Naquela mesma noite uma amiga minha também conheceu um artista circense de notável talento.

Eu soube que ela estava lá, mas não nos encontramos. No dia seguinte ela me ligou pra contar que, quando tava indo falar comigo, conheceu um carinha muito gatinho. Ficaram. O brutinho era legal, divertido, gostoso e tinha pegada. Ela, tola, pensou “Oba, vou pagar umas prestações do meu carnê do Baú da Felicidade, que já tá atrasado mesmo”. Alguns beijos, amassos e cervejas mais tarde foram pro motel. Palco perfeito para o espetáculo.

Eis que tão lá, a chapa quentíssima e... o bruto (literalmente) arranca a calcinha da moça! Rasgou a calcinha! Bom, eu não levo a sério esse tipo de pantomima, mas ela achou que era hoje que ia esmerilhar. Toda animada com a boa sorte inesperada, ela partiu pro ataque também, pra dar continuidade aos trabalhos. Humpf.

O palhaço não queria colocar a camisinha. Como assim? Ele diz que não usa camisinha. Como assim? Ela diz que sem camisinha não vai rolar, ele diz que com camisinha não vai rolar. Ficam nesse impasse, minha amiga começando a se irritar avisa que ou coloca a camisinha ou ela coloca a roupa e vai embora. Como viu que não ia ter jeito, o palhaço colocou a camisinha. Broxou. Minha amiga disse que ainda se esforçou, mas nada. O bruto tava totalmente fora de combate.

Se em pleno ano de 2007 alguém querer transar sem camisinha com alguém que acabou de conhecer já seria palhaçada suficiente. Não contente, o palhaço anima a moça, deixa a chapa esquentar e na hora de quebrar o barraco broxa? Minha amiga não merecia isso. Muito puta da vida, a moça pediu satisfações. Que negócio é esse? Que propaganda enganosa é essa? Como é que você me faz deixar minhas amigas, vir pra cá, me dar ao trabalho de tirar a roupa e vou voltar pra casa invicta, que porra é essa? Na maior desfaçatez o palhaço confessa: é que estou acostumado a transar sem camisinha com a minha namorada.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Amigo palhaço

Roberta: Sonhei com vc noite passada! Eu tava na porta do meu trabalho com umas amigas quando parou um táxi. Era vc de terno branco (!) que tinha vindo me buscar pra almoçar. O mundo é estranho.

Amigo Palhaço: Sonhar comigo??? Pustaquilpariu...Buscar pra almocar? É bonito aqui...Que porra de sonho mais lélé!!! rsrsrssrs...Se a sobremesa tiver sido vc, foi lucro pra mim...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. As amigas, as do sonho, eram gatas???

Eu de sobremesa? Ê piada ruim, virou elenco de apoio do circo!

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Eu, leitora e empresária circense

A moça já nem namorava mais o palhacinho quando ganhou dele um vibrador. Nessa época, eles apenas ficavam, numa tentativa frustada – para ele, porque para ela o fim já era certo e ela só tava curtindo – de retomar o namoro. A relação ruiu de vez e o palhaço pediu o vibrador de volta. Ela disse que não ia devolver e ele mandou a seguinte pérola por e-mail:

- A parada custou R$ 118,00.

E não é que ele incorporou o personagem, pintou o rosto, e cobrou reembolso? O pedido foi dividido com as amigas para saber qual o melhor procedimento a ser tomado. O cara só não foi chamado de fofo. Viado foi a melhor e mais realista, afinal, o que ele faria com um vibrador, e usado? "DEVOLVE", dissemos em coro. "Embrulha num saco beeeeem transparente de supermercado e contrata um desses garotinhos de programa magrelinhos, novinhos, cheios de pinta e meia arrastão para entregar na casa dele EM MÃOS". Com sorte, um vizinho bem cabuloso vê a cena e trata de espalhar a notícia pelo prédio. Ou pela rua, seja lá onde ela monta o picadeiro.

Como ela não respondeu, o bruto resolve ser mais inconveniente e muda o meio de comunicação. Agora são torpedos: "Como é? Já mandei preço e c/c pro seu email. Tá esperando o que mais para me pagar? Ou prefere me devolver?"

Ela: "Deixa de ser ridículo! Eu não vou te pagar nada, muito menos te devolver."
O bruto: "Vai sim. O teu inferno vai começar, então... VAGABUNDA!"

Vaga O QUE?! Pra chamar a ex-namorada assim nem ciúme justifica. Palhaço gay enrustido é o que há de mais engraçado nesse Brasil. Sem talento para conquistar um público Homo sapiens macho de carne e osso, recorre a baixaria, afetação e falta de noção para reconquistar a posse do vibrador, que lhe garantirá prazer eterno.

Ela vai devolver. A pedidos, disse que não responde mais UMA VÍRGULA para esse talento circense. Não vai deixar mais ele se apresentar. Pedi encarecidamente que, se tiver novas apresentações do palhaço EU QUERO VER! Só não quero ver a participação dela no número porque aí não tem graça nenhuma. Deixa ele se apresentar SOZINHO no picadeiro com o tal vibrador de R$ 118 no c*! Espetáculo inédito e imperdível!

V.T.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Palhaço vindo de Marte

Como hoje já é sexta vou contar a palhaçada de sábado passado, antes que aconteça uma nova. Sabe como é, sexta é dia de pista e todo dia é dia de circo.

Tô eu lá dançando com minhas amigas e cada uma delas se atraca com um bruto. Eu continuei dançando normalmente, um palhaço me cutuca. Já começou mal, não gosto de ser cutucada, mas tudo bem, foi educadinho. Peguntou meu nome, se podia dançar comigo. Tudo bem, tô fazendo nada mesmo.

Ele era alto e tinha um corpão sarado, mas podia ter um rosto mais bem acabadinho. Nada que fizesse vergonha, mas não era bonito. Tudo bem, tô fazendo nada mesmo. Ficamos dançando um pouco e ele me chamou pra irmos ao bar pegar cerveja e conversar um pouco. Vambôra. Disse que tinha 27 anos e "trabalhava com informática". Tudo bem, não tenho nada contra pegar o "rapaz do suporte".

No bar o bruto queria porque queria que eu bebesse tequila. Ai, meu-pai-eterno, ele acha que vai me embebedar? Não babe, quero só cerveja. O palhacinho insistiu, disse que ia pedir tequila e eu ia beber a metade. Não, obrigada, não quero.

Continuamos conversando. Acho que ele falava demais pra sábado à noite num buraco sórdido e enfumaçado, mas tudo bem. Eu já tava quase beijando o bruto quando ele me manda a pérola "Vc já ouviu falar em Tim Maia?". Não, não, peraí, ele não me fez essa pergunta. É pegadinha! Só pode. Ele deve saber que sou do HTP e pensou "Ih, olha aquela mulher que esculhamba a gente, vou lá falar uma merda bem escrota pra ela", aí a melhor pior coisa que ele pensou pra dizer foi "Vc já ouviu falar em Tim Maia?". Como eu fiquei com uma cara de "Como assim?" olhando pra ele o bruto engrenou.

– Era um músico malucão.
Incredulidade.
– Eu sei quem foi Tim Maia – disse com a voz mais calma e pausada da minha vida.
– Então, uma época ele entrou pra uma religião maluca e gravou um disco todo doido.
Incredulidade. Só falta ele dizer que o "bagulho é norótico".
– A religião é Universo em Desencanto e são dois discos chamados "Tim Maia Racional".
– Pô, você conhece!
– Eu não sou burra, não sou retardada, não estive congelada nos últimos 30 anos e nem vim de Marte ontem – avisei em tom professoral.
– Ah, tá tirando onda mas até um ano atrás NINGUÉM tinha ouvido falar....
– Ninguém quem?
– Pô, desculpa, vc achou que eu tava te chamando de burra...mas pô...
– Olha só, vou voltar pra lá porque é aniversário das minha amiga....

Voltei pra perto das mesas onde estavam as outras meninas e comecei a dançar com elas. Uma delas fez uma careta pra mim e me avisou "Tem um homem enorme atrás de você te olhando", com quem diz "Até que ele dá um caldo. Caldo grosso....".

– Humpf. Eu ia ficar com ele mas o bruto me perguntou se eu já tinha ouvido falar em Tim Maia. Por que não ficou calado?
Gargalhadas.
– Diz que não, mas que você gosta muito de um cantor novo, meio desconhecido, chamado Gilberto Gil.
Gargalhadas.

O moço ainda ficou um tempinho plantado dando pinta de meu segurança. Me cutucou avisando que ia voltar pro buraco de onde tinha saído. Ok, vai lá, a espaçonave deve estar te esperando pra você voltar pro seu planeta.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Rodada dupla de palhaçadas

Respeitável público! Já está chegando outro fim de semana e ainda não contei as palhaçadas do último. Na sexta da semana passada podemos dizer que foi uma rodada dupla, ou um dueto de palhaços amigos.

Saí do trabalho e fui dar pinta em certa famosa roda de samba carioca. Tinha marcado com uma amiga, que estava com outras amigas. Tamos lá, mais bebendo que sambando e talz. Havia um amigo de uma amiga da minha amiga que queria fazer amizade. Gorducho de camisa pólo laranja, ele saiu de casa acreditando que ia pegar alguém naquela noite. Manjaram o palhaço, né? Tentou emplacar uma sociabilidade etílico-sexual comigo, com minha amiga, com outra amiga da minha amiga que tava bem bebinha e outras moças que pararam por perto.

A certa altura da noite chega um amigo dele. Hmmm. Bem mais interessante. Não era exatamente o meu tipo, mas como eu não tava fazendo nada mesmo e ele não parava de me olhar resolvi fazer amizade. Era meio sem noção, chegou logo falando que era separado e tinha dois filhos que tavam com ele até fevereiro, que tinha cortado um dobrado pra se livrar das crionças e poder sair. Tá, e eu com isso? Frisou que tinha dois filhos, dois meninos. Tá, e daí? Ok, foda-se. O bruto era alto, bem acabado, sarado. Disse que tinha 42 anos, bom, tava até enxuto. Em geral eu aprecio a energia da juventude e sou mais chegada a tchutchucos, mas como não tava fazendo nada mesmo, eu já tava bêbada e tava começando a chover... resolvi dar uma chance à experiência e peguei o bruto. Demos uns beijos que até que não foram maus. Aí o palhaço me plantou uma dentada na nuca.

– Aí! Doeu, porra. Não me morde que eu não gosto.
– Vou te morder muito mais.
– Ih, num vai não.

Desconversei, fui pegar uma cerveja. Como sou brasileira e não desisto nunca, voltamos aos beijos. O palhaço se animou: começou a querer enfiar a mão dentro da minha blusa.

– Ei, olha o mico! A gente na rua, no meio de um monte de gente!
– E daí? Ninguém tá olhando.
– Ninguém tá olhando, ninguém tem nada a ver com a minha vida, mas é ridículo. Pára.
– Não pensei que você fosse fresca, você não tem jeito de mulher fresca.
– E não sou fresca, apenas gosto de manter a compostura em público.
– Pega no meu pau.
– Que pega no meu pau o que. Não quero...
– Desce a mão aqui – disse o palhaço abusado puxando minha mão em direção ao pau dele.

Claro que nesse momento tomei abuso do bruto e saí. Minha amiga tava atracada com um negão portentoso do outro lado da esquina, sambando com umas meninas que tinha se afastado por causa do palhaço de camisa pólo laranja. Contei pra ela. "Palhaço velho, quer só mostrar serviço. Volta lá e mostra quem manda". Humpf.

Nesse ínterim, o outro palhaço, o tal barrigudo de camisa pólo, viu que minha amiga se atracou com o negão portentoso e eu com o palhaço velho amigo dele e resolveu que tinha que pegar alguém também. Tava pentelhando nossa amiga muito bêbada, que a essa altura tava encostada no poste pra não adernar. Tentou beijar a moça e como ela não quis, tentou puxá-la pelo cabelo!!!! Meu deus-que-não-existe, um ogro quarentão! Não contente ainda mandou "Quer sim, vou te mostrar que você quer". Que meda!

Minha amiga semi-alcoolizada, na tentativa de se livrar do inconveniente, disse que não ia ficar com ele porque tava a fim de outro. Ele perguntou quem. O primeiro tchutchuco que passou ela pegou pelo braço e disse "esse aqui!". O tchutchuco, muito solícito, fez logo amizade com a moça. O quarentão-barrigudo-de-camisa-pólo-laranja deu-se por vencido e foi pegar outra cerveja.

Eu fiquei observando a situação pra ver se ia ser obrigada a quebrar uma garrafa de cerveja na cabeça do palhaço. O outro palhaço velho, nem sei como classificar, mas era o que não estava de camisa pólo, me viu parada e me plantou outra mordida na nunca, do outro lado agora.

– Porra, já não falei que não gosto que me morda? Doeu, eu detesto isso.
– É essa tua tatuagem, a culpa é da tatuagem.
– Você gosta de tatuagem, é? Tenho duas.
– Não, eu detesto tatuagem, acho ridículo, uma babaquice, me dá raiva, por isso que eu mordo.

Parei, olhei bem ele de cima abaixo. Não valia a pena discutir. Catei a mais bêbada encostada no poste e a outra semi-bêbada que já tinha desovado o negão portentoso e vazamos. É grave a crise quando eu sou a mais sóbria do grupo, melhor ir embora.

No dia seguinte acordei com uma marca leve de cada lado da nuca dolorida. Ódio. Ridículo, mas saí de casa com o pescoço maquiado. Coisa que eu detesto é homem que me machuca, me deixa marcada. Não sou gado pra ser marcado, oras!

Alguém deve ter dito pro idiota que mulher gosta de homem com pegada e o imbecil achou que ter pegada é machucar. Meio passado ele pra um comportamento ridículo desse, né? Como eu sempre digo, antes os jovens palhacinhos, que a gente sempre pode desculpar dizendo "ah, ele fez isso porque é novinho, mas é fofo". Palhaço velho e rodado não dá.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Eu, leitora e empresária circense
Essa palhaçada aconteceu há alguns anos com a leitora Patrícia. Felizmente mas hoje ela lembra e dá boas risadas.
Vamos ao fato.

Estava eu enroladaça com um mala que tinha DDA (distúrbio de déficit de atenção) - ou que era mala mesmo, sei lá. Eis que um dia encho o saco de ficar aguentando o mala e vou sozinha à balada. Não queria ver ninguém, conversar com ninguém, ser simpática, sorrir ou beijar na boca. Muuuuuito menos transar. Mas quando surge aquele monumento de 1m98 de pura gostosura, olhos verdes, moreno, fantástico, não consegui resistir.

Estranhei o fantástico me encarando, porque sou bonitinha e tals mas nada como uma Angelina Jolie. Pensei: foda-se, tá me encarando, é gato, vambora. Fiquei com o carinha, levei pra casa, gostosérrimo o moço. O lance começou a engatar, mas eu não tava nem um pouco a fim de pensar em namoro. Queria ficar e como o sexo com ele era tudo e mais um pouco, gostei da idéia. Porém, deixei claro desde o início que não queria namorar. A cara dele quando falei isso foi engraçada. Ele perguntou: "mas vc não quer namorar comigo?" Ou seja, parecia que queria dizer: "Mas eu sou o homem mais lindo do mundo, como é que você uma ruiva normalzinha não quer namorar o Apolo do Olimpo???".

Não era charme, eu não queria nada sério meeeesmo. Naquele momento ele decaiu uns pontos no meu conceito, mas como não pensava em formar família com o moço, fomos levando. O troço tava legal. Se eu não queria vê-lo, simplesmente não telefonava. Ia pra balada com minhas amigas, dançava até cair, bebia até encher o tanque, enfim...

Quando queria botar em dia, ligava pra ele, saíamos, íamos em programinhas legais com amigos dele, ou em baladas, ou simplesmente nos enfiávamos na enooorme cama dele e só saíamos dali quando eu estivesse pedindo socorro. Ah, detalhe, ele me apresentou para vários amigos, fomos em festas em casa de casais de amigos dele e tudo. Eu não o apresentei a ninguém, só uma parceira de festas que saía comigo o conheceu, na noite, sem nenhuma afetação.

O lance com ele era algo bom, muuuito bom, desopilante para a mente e o espírito, e revigorante para o ego, porque o palhacinho é maravilhosamente lindo e gostoso, o que causava milhares de olhares de espanto das mulheres barbadas na night. Além de tudo ele era um espetáculo na cama. Tudo ia bem.

Até que ele resolve fazer seu número circense. Uma bela noite, após uma maravilhosa trepada, ele senta na cama e resolve dizer que quer conversar. Ai, carambolas esvoaçantes, não quero saber de discutir relação, até porque não EXISTE relação. E aliás eu odeio discutir relação. Mas vamos lá... Vamos ouvir o que o dito tem a dizer. E ele vem com um papo INACREDITÁVEL. Diz que não quer assumir nada comigo, que não pensa em namorar, que quer continuar tendo a vida dele, eticéteras e tals. hein?

Como se eu NUNCA nessa vida tivesse dito a ele que euzinha não queria namorar. Vejam bem, eu logo deixei claro que só queria curtir. E fui curtindo. Aí ele vem com esse papo estranho. Eu tentei argumentar, dizendo que EU TAMBÉM não queria compromisso, mas ele engatou uma primeira, e não parou mais de falar. Seguiu dizendo que não queria me magoar nem me machucar, e aí veio a pérola: disse que ele não estava "tão apaixonado como eu e por isso precisava dar um tempo na nossa história para que cada um seguisse a sua vida e decidisse o que realmente queria dessa relação".

Aaaaaaaaaiii, maluco! Eu nem caidinha estava. Alooowww, tava só curtindo! Buenas, resta dizer que o bruto levantou da cama, botou a roupa e saiu da minha vida assim, como se eu estivesse morrendo de amores, apaixonadééééérrima. Ai meus sais. Na hora fiquei louca de braba, com vontade de espancar aquele 1m98 de burreza mas depois até ri da situação. O pior foi receber um torpedo no dia seguinte dizendo que ele desejava que eu ficasse bem. Só rindo. Hoje dou muita risada, porque palhaço gostoso mas se achando a última coca-cola do deserto é foda.

Beijos a todas
Patrícia

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Pérolas circenses

Tenho muitos amigos palhacinhos, o que me permite conhecer os meandros de sua mentalidade circense (conhecer não é compreender) e seu modus operandi, por assim dizer. Apesar de me sacanear, dizendo que escrevo um blog "sexista", eles bem que lêem e se divertem. Juram que não fazem essas palhaçadas e dizem que sou pára-raio de maluco. Tá bom. Papo vai, papo vem, confessam eventuais atuações no "Espetáculo do Desaparecimento", que às vezes depois desse fazem o número do "Contatinho", pra não perder de vista e, se algum dia der vontade de comer de novo não parecer "Palhaço Jason". Essa modalidade também tem a variante da "marcação de território". Eles assumem até que não terminam relacionamentos e se o namoro vai mal sabotam a relação até a moça não suportar mais e terminar.

Pois é, outro dia tava conversando com dois amigos, um é bom palhacinho e o outro um artista circense emérito. Incitei comentando alguns clássicos circenses e eles se soltaram. O que é palhacinho emérito, protagonista de vários espetáculos clássicos e outros bem criativos em picadeiros de amigas minhas, me contou suas táticas para "jogar a marimba", ou seja, chegar nas meninas.

Disse que, se a mulher é bonita, ele jamais diz a ela isso. "Ela tem espelho em casa, sabe que é bonita". Putz, o próximo palhaço que chegar em mim dizendo "Você é linda" toma um chute na canela. Meu amigo palhaço garantiu que isso só diz a feias. Pras bonitas ele disse que chega e manda "Tu é feia, eu sou bonito, é jogo ficar comigo", bom ele jura que consegue pegar alguém com essa.

Ele também usa a expressão "oferenda devolvida", mas também pra se referir às feias e não necessariamente às oferendas que ele tacou no mar e reapareceram. Pra ele é tipo aquele barquinho de Iemanjá que jogaram no mar no dia 31 de dezembro e no dia 1º tá lá na beira da areia, caído de lado, lascado e meio quebrado. Tão doce o rapaz, né? É ou não é um grande artista circense?

domingo, 14 de janeiro de 2007

Palhaço Uno

Essa é antiga, tinha esquecido de postar. Quem enviou há um tempão foi uma grande amiga minha. Sempre que releio essa hitória quase me mijo de rir porque lembro dela me contando "Cadê o UNO?!". Depois dessa houve muitas outras histórias impagáveis, porém impublicáveis, das investidas da moça. Felizmente ela já separou do marido morno e está com um digno namorado. Felizmente porque é minha amiga e quero que seja feliz, mas infelizmente para os leitores, pois a bruta se envolvia em cada roubada....


Sábado é um dia morno para casais com mais de quinze anos de casados. Pois bem, estou com mais de quinze anos de casada e estou na idade da loba, nada mais natural do que ficar louca para viver aventuras sexuais com os mais diversos tipos que encontrar...

Entediada, entrei na internet, na sala de bate papo do Uol. Sempre escolho um nick digno, afinal, tenho um círculo de brilhantes enfeitando a minha mão esquerda, e que não me deixa esquecer da promessa feita no altar "diante de Deus e dos homens"... Bem, entrei na sala, e logo um nome também digno se aproxima de mim, "Prof/RJ".

Empolgada, começo a travar um diálogo amigável. Faço as perguntas básicas e logo descubro que o objeto do meu desejo tem MSN. Vamos nós para um nível mais elevado de intimidade: dialogar, sozinhos, no MSN. Como sou uma apaixonada incorrigível pela criação, começo a tecer sobre a beleza da poesia, do quanto é arrebatador ler Rilke e Neruda. Ainda cito os contos de Lispector como libertadora da alma feminina, capaz de dissecar as mais diversas situações do nosso cotidiano citadino e contemporâneo...

E o sujeito, o tal digno Prof/RJ, incentiva minhas tessituras de letras com a fala de quem quer seduzir, mas não sabe como, uma professora universitária, quase aos quarenta e cheia de vontade de viver uma experiência extraconjugal...

E digo a ele que amo a vida, a natureza, que admiro os profissionais que se dedicam ao estudo do movimento do corpo - que é o caso do digno Prof/RJ, que, além de tudo, é mestre em uma luta oriental. Pois bem, ele, gato por sinal, começa a me dizer que me quer, que quer encontrar comigo, essas coisas boas para caramba de ouvir. E insiste para que eu vá encontrá-lo; que eu dê um jeito de sair, e ficamos naquele jogo delicioso de sedução, que confesso, alimentou por umas duas horas o meu imaginário esvaziado e esquecido dessas sensações eletrizantes. Ele me dizia, e eu acreditava, "quero te fazer mulher", "quero que você seja verdadeiramente você, não essa agora, mas que está dentro de você"... Eu, nem digo, estava caindo da cadeira, louca de vontade de ouvir isso pessoalmente! E continuava: "quero possuir o teu corpo", "vamos ser um", "quero o UNO"... Enfim, de verdade, emanava uma energia tão grande, diria uma tensão da qual eu nunca tinha experimentado antes, quer dizer, pela Internet... Inventei uma desculpa, desci com o cachorro, e liguei para ele. A conversa foi tão gostosa... Ficou a impressão que, enfim, tinha arrumado um namorado! Tudo o que eu queria... Um namorado para tirar a tensão do meu cotidiano conjugal... Um namorado que iria me fazer "verdadeiramente" mulher e quer seríamos um... ou como ele disse, UNO!

Domingo falamos novamente. A mesma tensão se processou. Finalmente, arrumei uma desculpa, tomei um banho, fui ao encontro dele, mas já tinha avisado que só poderia ficar por uma hora. Marcamos em uma livraria, lugar neutro. Sentamos na cafeteria. Não demorou a acontecer o beijo mais gostoso da minha vida... Santo Deus! Que química! Que tensão! Que coisa maluca... Uma coisa! A hora nunca passou tão rápido para mim. Bem, ofereci-lhe carona, naturalmente ele aceitou. Durante o trajeto, o digno Prof/RJ não parava de me pegar. E pegou nos meus seios, e com delicadeza abriu meu cinto da calça - nem conto que eu estava dirigindo - colocou as mãos dentro da minha calcinha... A essa altura eu estava enlouquecida e entorpecida com a investida digna do Prof/RJ. Parei na esquina da casa dele e o amasso foi ficando mais ardente... Maravilhoso!!!! Que sensação! A melhor de todos os tempos... Pensei, vamos ter encontros deliciosos, mágicos, únicos, corpos unidos, UNO !!!!! Passou segunda, passou terça, passou quarta, resolvi ligar. Para minha decepção, ele me atende com a maior frieza do mundo... E o UNO? Onde foi parar?
Em que eu errei???????

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Atitude palhaça: o totozinho na nuca
Por essa garanto que a maioria das mulheres já passou. Vocês estão lá, mão naquilo, aquilo na mão, e de repente o palhaço te abraça, desliza a mão até sua nuca e... empurra sua cabeça de encontro ao pau dele. Ao tentar de livrar de tão inábil tentativa de conseguir uma chupada, você ainda encontra resistência do bruto que continua forçando sua cabeça para baixo.

Situação desagradável, né? Palhaçada das grandes, isso sim! Nada mais irritante que um totozinho na nuca para um boquete. Parece aquelas brincadeiras de criança (geralmente feita por meninos, lógico!) de dar um “pescotapa” num infeliz distraído.

Qual o problema de pedir? Mas, por favor, sem chamar o seu pau de “ele”, como se ele não pertencesse a você ou fosse uma terceira pessoa presente no momento. Uma simples pergunta, direta e objetiva, sem formalismo desnecessário ou vulgaridade idem, já resolve a situação.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Eu, leitora e empresária circense: palhaço convencido e infantil

Eu, na época uma menina moça de 19 anos conheci essa interessante espécie macho de Homo sapiens, chamado Bruno: uma mistura de Caco Ciocler, mais novo e gostosinho e ainda louco por Dragon Ball Z... me apaixonei, dei meu "tesourinho" e tudo mais... depois de quase um ano de relacionamento o bruto Bruno (olha que até rimou) me diz que eu não mais o completava e que gostaria de conhecer melhor uma outra fulana, mas sem me trair (quase louvável, não acham?).

Enfim, conheceu a tal, mas segundo ele não pegou porque viu que a menina não era bem o tipo dele, disse que estava com saudades minhas e queria me ver. A idiota aqui topou, transamos, conversamos, teve chororô (da minha parte, é claro) e decidimos manter uma amizade, continuar nos vendo freqüentemente e quem sabe tudo poderia voltar ao normal, e cada um voltar a ser o amor da vida do outro.

No dia do aniversário dele passamos a noite juntos, foi quase tudo perfeito e achei que tudo poderia sair como planejado, afinal ele poderia ter saído, estar com os amigos, fudendo alguém, o que fosse...

Dois dias depois, ou melhor, menos de 48 horas depois, encontro o bruto em uma festa, com uma outra fulana, os dois abraçados e felizes ficando na minha frente e de todos os nossos amigos que ainda achavam que estávamos juntos (ou seja, paguei de corna pra geral).

E não sendo essa a pior parte da história o palhaço ainda me pára em uma ida ao banheiro e me diz que se eu quisesse nós poderíamos sair no dia seguinte. Pois é, o garoto me larga, me usa, pisa nos meus sentimentos e ainda se acha o último biscoito do pacote a ponto de me chamar pra sair depois de tudo isso.

O que eu fiz? Disse um não, muito educadamente é lógico, afinal sou quase uma lady e o deixei ali falando sozinho... Desde então ele tentou falar comigo umas duas vezes, mas não tem como, né gente? Antes de gostarmos de outra pessoa, temos que gostar de nós mesmas. Errar uma vez é humano, repetir o erro é burrice! Passar meus fins de semana assistindo capítulos e mais capítulos de desenhos japoneses nunca mais!!!

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Eu nunca tive por hábito cultivar olheiras. Mas de uns tempos para cá, devido ao intenso ritmo de trabalho, elas estão aqui embaixo dos meus olhos tal e qual tatuagem. E não há creme nesse mundo que façam as desgracentas darem pouso em outro lugar. E olha que as vezes eu durmo, durmo, durmo e elas ficam aqui.

Já até me acostumei com a presença delas, mesmo achando horrível esse aspecto que elas causam. Comprei corretivo e praticamente aplico uma mão de Suvinil-base no rosto. Mas o que mais me intriga mesmo é a falta de loção que elas causam nos palhacinhos da cidade.

Acompanhem a cena:

Eu, paradinha da silva em meio a um corredor. O bruto, saído do elevador, em seu terno garboso. Ele pára na minha frente e puxa papo. Eu dou trelo para o bruto, pois quem sabe, nada pra fazer .. e digo que não vejo a hora de chegar as minhas férias porque ando muito cansada (isso aconteceu já faz um tempo), vinha num ritmo intenso, patati, patatá.

Ele: "Ah! Dá pra ver mesmo ... (e foi se aproximando de mim, dedo em riste, apontando para os meus olhos) .. olha só o tamanho das suas olheiras ..."

Então é isso mesmo. É para jogar o superego pro lado e sair falando o que se pensa? A moda agora é essa. Palhaço Verdade. Porque eu notei o sapato cafona dele e não falei nada. Notei o jeito meio canastrão e não falei nada. Aí o sujeito se acha no direito de apontar, eu disse apontar, para as minhas olheiras e verificar que elas existem. Como seu eu não as visse todo santo dia.

Continua sincero assim, palhação, pra ver onde você vai parar ...

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Eu, leitora e empresária circense: dos palhaços desmemoriados

Uma das coisas que mais me incomodam nesse mundo é memória curta. O palhaço apronta e esquece tudo. Esquece a protagonista da história, os cenários, os figurinos, os diretores, o público, os atores coadjuvantes. Uma pena, porque isso acaba nos obrigando a assistir a mais um espetáculo. E nada pior do que ser obrigada a assistir coisas como essa que vou relatar.

Uma amiga minha foi traída pelo namorado. Saímos juntos, em grupo, algumas vezes. Vezes suficientes para o desmemoriado lembrar-se da minha pessoa. Mais de um ano depois – tudo bem, um ano é muito tempo para um Homo sapiens meio mongol – ele se hospeda na mesma casa que eu para um fim de semana na praia. Pensei em voltar para casa, mas não valia a pena perder a diversão que meus amigos me garantiam. Com muita sorte, ele não se lembraria de mim e o feriado seria perfeito.

É. Ele não lembrou. Foi pior. Pediu para me conhecer. Estava interessado:
Ele: Oi, tudo bem?
Eu: Tudo. (Sem acreditar no que estava acontecendo)
Ele: Você é muito bonita. Eu te pegava.

Dei um dos sorrisos mais falsos desta minha encarnação e as costas para ajudar um amigo que pisou num caco de vidro. Mas, que reação fraca foi essa a minha? Eu devia ter virado a mão na cara dele. "Eu te pegava" significa que basta que ELE queira? Significa que em algum momento da minha curta existência naquela casa ele suspeitou que eu gostaria de "pegá-lo"? Vai pegar a mãe que te pariu.

Mesmo que já não tivessem me pego naquele momento, e de jeito, a chance que uma oferenda devolvida por uma amiga tem com garotas como eu, e ainda com um histórico infantil e sinistro como o desse profissional circense, é nula.

Palhaçada enviada pela leitora V.T.