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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Eu, leitora e empresária circense

Semana passada não tive tempo de selecionar um entre os mais de mil e-mails que abarrotam a caixa postal do blog, mas hoje não podia deixar de partilhar com vocês essa pérola circense. Divirtam-se!

Troquei de operadora de telefonia e agendei a instalação para sábado, afinal, dia de semana só estou em casa após o horário comercial. Hora marcada, lá estava o meliante, digo, o técnico da empresa. O bruto chegou uns 5 minutos antes de mim e ligou avisando, ou seja, fiquei com seu número marcado no meu celular. Gato, hein! Moreno, alto, olhos verdes, corpo definido, vozeirão. "Oulalá", pensei!!!

Mãos à obra: teria que ser instalado um novo ponto, porque a central da antiga operadora estava atrás do armário embutido e os fios não suportariam tamanha tecnologia. Telefone na sala e no quarto, Internet no quarto. Seria necessário que puxar um fio entre os cômodos, ou seja, ir contornando as portas e o que mais tivesse pelo caminho. Demorado. Nesse meio tempo, conversa. Muita conversa.

Moço de família, de outra cidade. Não sai, não fuma, não é pai, não bebe, mora com a avó... Adorei! Super quis me envolver, mas contive, né. O palhaço, digo, rapaz, tava em serviço.

Terminada a função, assino toda a papelada. O moço aperta minha mão e desce a escada. Fecho a porta, olho pra mesa, vejo que ele "esqueceu" a cópia de um documento. Ótimo motivo pra falar com ele. E nada do moço apertar o interfone pra sair do prédio. Quando fui pegar o celular pra ligar pra ele... eis que o aparelho toca. Número estranho.

- Alô? Oi, é o fulano, eu tava aí instalando seu telefone. Eu tô arriscando meu emprego, mas eu gostei de você, senti uma sintonia, queria saber se você acha que rola alguma coisa entre a gente.

Eu, de boca aberta (e super feliz), prontamente digo que "sim!". O moço retorna ao picadeiro e ficamos. Uns beijinhos, uns amassinhos. Beijomeliga. Ligou logo na segunda-feira, mas eu já tinha compromisso. Pergunto se o celular que eu tinha era dele ou da empresa. "Da empresa". Peço o dele. "Não, não, pode deixar que eu te ligo".

*os sinais...*

Na hora pensei, tem namorada. Na terça, ele liga de novo, na mesma hora. Alô? Oi, podemos nos ver hoje? Podemos... De volta à minha casa - que é bem longe da dele por sinal (sim, fiz de propósito, ele gastar tempo e gasolina!) - perguntei por que ele não tinha me passado o número dele. "Não, não, eu te passo hoje!".

- Você tem namorada né?

Ele afirma na MAIOR cara lavada. Fecho a cara e digo que já deu o tempo dele. Acabou o recreio, hora de ir.

Acreditam que ele implorou pra que eu continuasse ficando com ele? Disse que me adorava, que eu era linda, que tínhamos uma sintonia e ele adorava estar comigo.
Claro que acreditei, afinal, somando tudo, não deu duas horas que passamos juntos. Posso com isso? PALHAÇO!


Leitora L.L.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Rapidinhas

Diálogos protagonizados em passado recente por uma amiga e colaboradora deste blog no Teatro Odisseia e na Casa da Matriz. Detalhe, tudo no mesmo fim de semana. Que rufem os tambores, o espetáculo vai começar!



- Oi. Posso te fazer um elogio que eu garanto que você nunca ouviu?
- Olha, eu já ouvi um bocado de coisa nessa vida... Mas pode sim.
- Pô, gata, seguinte (pigarro): para falar qualquer coisa à altura da sua beleza, só se eu fosse o Reinaldo Gianecchini usando uma camisa do Chico Buarque.


***


- Esse seu cabelo [um corte estilo anos 30, pouco acima dos ombros] é muito sexy.
- Obrigada.
- Só tem um problema.
- Ah, é? Qual?
- Me deixa em dúvida se você gosta do sexo oposto.


***


- Oi. Meu nome é Marcos, e o seu? - disse o palhaço que acabara de tentar me puxar pelo braço.
- Maria. Prazer.
- Poxa, Maria, você nem me deu bola lá embaixo.
- É que você foi abrupto demais.
- Ah, mas aquele não era eu.
- Ué? Não?
- Não, aquele era o Vinícius. É que eu sou dois. Sou Marcos Vinícius, e agora você está falando com o Marcos.

Ela com cara de perplexa e ele com cara de quem espera uma resposta.

- Desculpa, mas eu acho que não entendi.
- É isso mesmo que você ouviu. Mas vem cá, você vem sempre aqui?
- Não...
- Então, vamos trocar um lero?
- Desculpa, mas esse convite tá meio fraco...
- Ops, é que esse foi o Vinícius! Peraí, peraí, deixa eu trazer o Marcos de volta!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Repercussão do Chope almoço dos leitores

Assim que cheguei no Gomes me surpreendi com meu amigo GuetoBlaster na porta. O pai dele tava internado porque a perna tinha saído do lugar, mas enquanto ajeitavam a perna do velho, ele foi lá tomar um guaraná com a gente. Segundo ele, o palhaço progenitor adora passar a o fim de semana no Quinta D'Or, daí sempre inventa uma peraltice. No balcão me aguardava o intrépido amigo Julio, domador de traquitanas e outros quetais. Mal sentamos, chegou Eugenia e seu irmão Vinicius. Não demorou para seu palhacinho privativo, o João chegar. Bom daí não lembro a ordem das aparições, mas vieram Priscila, Renata de camisa do Fluzão, Siloan, a atrasada mas sempre presente Gisele e, claro a gangue de mulheres loucas da Lapa: Graciana, Juliana e Natália.

Para abrilhantar o fim da noite, encontramos coincidentemente na mesa ao lado dois leitores: o Flávio e o Claudio.

Adorei a versão almoço do nosso encontro. Claro que as edições Chope vão continuar, mas que tal alternamos? Além da vantagem de que, à tarde, tem mesa sobrando no Gomes.

Te vejo no próximo encontro, provavelmente em janeiro, no aniversário de oito anos do HTP.

Detalhe: Cacique Bukowski anunciou que seria sua despedida, já que casou e mudou para João Pessoa, mas não apareceu nem deu satisfação. Moço malcriado. Vai varrer o picadeiro como castigo.

Há fotos!

No Orkut

No Facebook

No Picasa

Agora ninguém tem desculpa pra dizer que não viu as fotos!

domingo, 15 de novembro de 2009

Palhaço Padrinho
Outro dia fui madrinha do casamento de um palhaço-amigo querido. O padrinho que fez par comigo foi outro palhaço-amigo também muito querido. Nenhum dos dois fez palhaçada, mas a ocasião me lembrou outra vez que eu fui madrinha e o padrinho era um palhaço: o cara simplesmente não me deu o braço. Ele seguiu do meu lado com o braço estendido junto corpo e eu passei meu braço em volta do dele para parecermos um casal de padrinhos. Se não fosse desfeita com os noivos, eu teria andado ao lado dele, sem dar-lhe o braço. Era o que ele merecia. Palhaço.

sábado, 14 de novembro de 2009

Chope almoço dos leitores

Se no último encontro sambamos, neste vamos tomar refeição!

No próximo domingo, dia 15 de novembro, a partir das 14h, estarei no Boteco do Gomes para almoçar em companhia dos meus diletos leitores.

Quem é de comer que venha ter conosco, mas quem quiser já vir comido - e só beber - também será bem-vindo. Acho que tá bom pra todos os gostos e estilos de vida. Eu sei mesmo é que chego às 14h e só vou embora quando acabar a companhia ou a cerveja (ou cair de bebada).

Vamos comemorar o aniversário de 8 anos do blog OMEE, os 7 anos e 10 meses do HTP, a partida do Cacique Bukowski para João Pessoa, a proclamação da República e a beleza da vida. E aí, tá confirmado? Por mim, partiu. Te vejo lá.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Palhaço dos 7 véus

A moça leu uma daquelas matérias de revistas de comportamento .. do tipo .. "101 orgasmos em 213 posições" ou "Como enfeitiçar o gato com sexo como ele nunca viu". Como a pessoa é crente na humanidade, saiu em busca de algo que desse um toque apimentado a sua relação. Achava que os momentos íntimos precisavam de um toque diferente. Viu algumas coisas aqui, outras ali e ficou interessada mesmo no curso de Dança dos 7 Véus. Pensou que o palhacinho a quem ela chama de "namorado" ia gostar de uma coisinha inusitada. De um rebolado mais exótico, digamos assim.

Fez a matrícula e frequentou as aulas assiduamente. Suou a camisa, ou melhor, suou o véu. Ou melhor, suou os 7 véus! Treinava escondido mirando nos 101 orgasmos e nas intensas noites de prazer. Pensava no namorando enquanto montava o figurino, escolhia a música e o motel onde seria dado o grande espetáculo. Ele ia a-m-a-r.

Já muito segura de si, convidou o namorado para um motelzinho e colocou todo o aparato na mala do carro. Foi pegar o rapaz no trabalho, fez um clima bacana para o evento. Chegando na suíte foi desvendando o mistérios aos poucos. Um gole de champanhota para soltar a pélvis e espantar a timidez. Respirou fundo. Luz baixa, maquiagem, música apropriada.

Bailou como nunca. Foi tirando os véus em poses para lá de sensuais. Uma espécie de dança do acasalamento do século XXI. No sétimo véu, quase em êxtase, caprichou no apoteótico grand finale.

- Ainda bem que você acabou com essa palhaçada para a gente transar logo - disparou o bruto já tirando a cueca.

Pano rápido.

Nota da autora: me contaram essa semana passada entre chopes e quibes.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Eu, leitora e empresária circense

Estava saindo já há um tempo com um palhaço de carteirinha... daqueles com registro no sindicato dos palhaços e tudo. Nessa époica eu tava frenética, estudando para uma prova e ele sabia disso, afinal havia sido meu professor (detalhe sórdido da história).

Semanas antes da minha prova ele havia comentado que iríamos jantar, mas não havia dado as instruções ou coordenadas indicando dia, local, hora... e minha cabeça a mil por causa da maldita prova. Eis que o palhaço surge, num telefonema.

- Olha, hoje que a gente vai jantar tá? Você não esqueceu né?
- Esqueci? Você não combinou nada! Hoje? Mas eu tô estudando... mas tudo bem, mais tarde nos vemos, vamos jantar sim.
- Agora eu não quero mais, tô magoado, você esqueceu do combinado... bláBláBlá.... Eu querendo ser romântico, querendo provar ser um cara romântico, atencioso e vc faz isso... (PUTO nunca falou nada gentil!)
- Eu? Tá doido? Você não marcou nada...

O palhaço desliga o telefone e eu, me sentindo a malvada, sem memória, a Bette Davis da história, me arrumo correndo, deixo os livros jogados em cima da mesa, passo numa delicatessen caríssima perto de casa, compro tortinha, pães, frios, salgados e resolvo fazer uma surpresa aparecendo na casa dele (ou no matadouro circense).

Pego o metrô correndo, fico com uma pizza enorme no meu cashmere novo da Zara, percebo que minha calcinha não tá combinando com o sutiã mas ligo o foda-se, pego a hora do rush no metrô parecendo uma sardinha enlatada, ando mais um quilômetro e convenço o Saldanha, porteiro do circo, a me deixar subir sem ser anunciada. Ufa!
Toco a campainha e ele abre a porta. Mostro a surpresa, digo que o adoro e tal. Sabe o que o palhaço fala:

- Cara, num faz mais isso não, porque eu tava ligando pra outra mulher vir aqui pra casa agora! Tava magoado, entende?

Magoado com o que? Entendo sim, entendo, que além de palhaço você é filho da puta! (Não disse isso porque na hora fiquei paralisada sem acreditar no que estava ouvindo, mas deveria ter dito, né?)


Leitora P.P.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Poooooooooooodres de famosas!
Da coluna do Joaquim Ferreira dos Santos de hoje nO Globo:

"De Sara Alcoforado, da Tijuca: “Essas mulheres que dizem que homem é tudo palhaço choram de barriga cheia. Já levei muito pé na bunda, nem por isso digo que eles são todos iguais. São uns ingênuos, coitados. Se deixam levar por qualquer pedaço de carne mais bonitinho e depois se ferram. As varas de família estão cheias deles”. Sara, o palhaço a que elas se referem é o bom segmento da casta macha.

São os que fazem rir, os que iluminam o picadeiro da existência com cambalhotas. É preciso cuidado, pois eles esguicham aquelas lágrimas em quem está por perto. Mas a vida anda pesada, Sara, e eles aliviam. É como se eu dissesse ‘mulher é tudo bailarina’. Força de expressão para lhes louvar a beleza. Mas nem todas, e nem sempre o tempo todo. Sem mais, me despeço com um beijo. Fui. Me liga outro dia. Eu, teu Arrelia.
"

Mais uma vez ele nos cita e nos "defende". Já está na lista dos "palhacinhos que amamos".

domingo, 8 de novembro de 2009

Chope dos leitores

Hoje é aniversário de 8 anos do OMEE e a comemoração será no próximo domingo, com almoço no Boteco do Gomes. Claro, começa com almoço e não acaba enquanto tiver gente pra beber comigo. ;)

sábado, 7 de novembro de 2009

Palhaço Machista
O meu guarda-roupa é antigo, estilo Chippendale, e, como todo móvel antigo, foi reformado. Só que na porta do meio a reforma não foi bem feita: tinha uma ripinha solta, que podia prender alguma roupa ou, pior, ir levantando atééééé sabe Deus onde e estragar a beleza do móvel.

Liguei para o dono do antiquário onde comprei o armário e o cara foi lá em casa tirar a porta para levá-la ao conserto. No dia que ele ficou de entregar a porta, eu cheguei tarde do trabalho, aí ele deixou-a na portaria.

Como o cara tirou a porta com facilidade, achei que seria igualmente fácil colocá-la no lugar. Humpf! Quando eu forçava o encaixe na dobradiça, a porta arranhava o acabamento na parte superior do guarda-roupa. Sem jeito mandou lembranças, sim, e daí? Eu não comprei um armário para montar; comprei um armário montado, certo?

Liguei para loja e pedi para o cara ir lá em casa colocar a porta no lugar. Ele disse que “não era possível, que era fácil” e blábláblá. É fácil para quem faz isso todo dia, durante anos. Depois de muita conversa, convenci o cara de ir lá em casa.

Antes de pisar na sala, o palhaço soltou a graça:

– Ah, dona Ana Paula, a senhora está precisando casar. Precisa de um homem para fazer estas coisas.

Além de me chamar de encalhada, o palhaço me chamou de sem jeito e sentenciou que um homem, pelo simples fato de ser homem, teria conseguido colocar a bendita porta no lugar. Eu mereço.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eu, leitora e empresária circense apresenta o Palhaço National Geographic

Estava eu, lépida e fagueira aproveitando meu sábado de sol (coisa rara nestas bandas do Reino Juntim) pra trabalhar na varandinha do meu apto. Laptop a postos, taça de vinho, a vida é bela e total-flex.
Eis que pulula em minha tela uma mensagem. Um ex-peguéti, ainda amigo, e hoje casado.
- Essa foto da tatuagem é linda!
- Obrigada... quem tirou sabe das coisas.
- Noooossa, isso tá com cara de paixão nova.... acertei?
- É..... paixão nova de amor antigo, digamos assim.

Claro que quando leu isso, o Palhacinho se empertigou. Impressionante como Ex não pode saber que estamos apaixonadas pra se sentir traído e tentar ganhar o espaço. Afinal, o que passa na singela mente deles? Que comer mulher é marcar território, e ninguém mais pode frequentar estas plagas? Ai, pândegas! Iniciou o já manjado discurso de 'matar saudades'. Cortei logo:

- Peraí.... calminha calminha calminha.... nem vou entrar nos méritos de que você acabou de desconsiderar minha afirmativa que estou apaixonada... VOCÊ NÃO ESTÁ CASADO????
- Rsrsrs Mas não estou capado....
- Sei.... já parou pra pensar que sua mulher tampouco?
- AAAAAAH, mas é diferente... homem é diferente...
Claro. Homem é tudo palhaço... mas eu quis saber do ponto de vista dele. "Diferente como?"

E ele me brindou com a clássica desculpa que é tudo da 'natureza do macho', a história de 'reproduzir', 'natureza das espécies', 'preocupação instintiva contra a extinção', enquanto as fêmeas só 'reproduzem uma vez por ano', 'se preocupam com a cria', blablabla whiskas sachê...

Deixei o diálogo correr solto... quando sua verborragia terminou, respondi:
- Ok... entendi... então, já que é tudo uma questão de instintos animais, a gente faz o seguinte: dá próxima vez que você me encontrar, você faz a dança do acasalamento. Se sua performance for melhor que a do pavão real, eu dou pra você!
- Caraca... você não muda, hein???
- Não... e pelo visto, nem você...


Leitora J.C.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Palhaço da repartição
Em toda repartição tem um. Ou mais de um. Ou um espantosamente talentoso para artes circenses que volta e meia solta uma graça. Este espetáculo é de um palhaço que se enquadra na terceira categoria.

A reunião transcorria em uma sala gélida que lembrava um frigorífico. Uma moça foi ao banheiro e na volta comentou:

– Ai, que bom que o banheiro estava quentinho.

E o palhaço deixou-se levar por seus pensamentos sujos e achando que estava fazendo um espetáculo particular, falando para ele mesmo, soltou uma pérola em voz alta distraidamente:

– Ah, você quer um quentinho, é? Senta aqui que vou te mostrar um quentinho...

Cai o pano rápido.