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quinta-feira, 25 de julho de 2002

Palhaço interestadual
Por que os homens são tão covardes? Por que morrem de medo de se apaixonar ou de ter uma mulher apaixonada por eles? E o pior, por que colocam acento no porquê no começo da frase???

Outro dia me deu um estalo. Lembrei desta palhaçada q vou relatar e acho q foi uma das piores da minha vida. Não sei como ainda não tinha contado aqui! Acho q é porque tenho um mecanismo muito eficiente para esquecer coisas que não deram certo.

Mas vamos logo ao assunto: certa vez, viajei para o Mato Grosso, tinha família por lá. Fui para passear, conhecer a região. Estava um dia caminhando na Chapada dos Guimarães quando conheci o palhaço. Ele passou de carro por mim, falou qualquer coisa e eu correspondi. Era final de semana e estávamos voltando para Cuiabá, trocamos telefone, combinamos de nos encontrar. Enfim, rolou, e eu me apaixonei. Só que em poucos dias teria que voltar para o Rio.

De volta à Cidade Maravilhosa mantive contato com o mancebo. A gente se falava sempre por telefone e era legal, estávamos cheios de vontade de nos vermos novamente. Alguns meses depois eu voltei para Cuiabá, obviamente com intuito de reencontrar a figura. Assim q cheguei ele foi me ver, lembro que eu estava na piscina do prédio. Foi ótimo, quase emocionante. É a partir daí que começa a palhaçada:

Eu peguei um avião, fui para a merda do Centro Oeste só para ficar com a figura e não é que o palhaço começou a me dar gelo?! Eu não acreditava no que estava acontecendo, fiquei muito decepcionada. Esperar telefonemas em outro estado é muito pior do que quando vc está em casa. Resultado, fiz minhas malas e resolvi ir embora antes do previsto. O palhaço Chico Bento foi me levar no aeroporto, teve despedida com choro e o cacete a quatro.

Sabe qual era o motivo do gelo? Ele dizia que não queria gostar de mim, porque depois eu iria embora para o Rio e ele ía ficar sozinho. Idiota, não sabia que eu estava disposta a tudo, por mim ía morar até no Pantanal. Não tenho medo de me apaixonar, de mergulhar fundo, ir de cabeça. É que nem andar de bicicleta, se cair, do chão não passa. Se der errado, tudo bem, vc sofre um pouquinho, depois esquece.

Esse caso aconteceu há uns cinco anos, outro dia encontrei o mancebo aqui no Rio, ele está morando na cidade. Me deu o telefone, mas eu perdi...

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