Homem é Tudo Palhaço

Palhaço Colecionador - contribuição de uma amiga e leitora

A novela se passa em três capítulos ou três sextas-feiras na Casa da Matriz. Na primeira, fim de noite, Chico Buarque rolando, o sujeito em questão vem, me tira pra dançar, rimos daquela cena desencontrada e rolam uns beijos. Sua carona o chama e, depois de negociar, alguns minutos, finalmente vai embora, não sem antes me dizer que bate ponto lá toda sexta. Ok, eu também bato.

Na sexta seguinte, chego lá às 4h, vinda de outros dois lugares. Nos encontramos na sala de Atari e conversamos. Claro que acabamos ficando de novo. De novo, super legal, divertido, leve. Ele todo carinhoso, "você é linda pra cá, seus olhos, sua boca... blábláblá". Mais uma vez, quase foi arrastado por seus amigos. Deduz-se que devia estar bom ali e ele não queria ir embora.

Na terceira sexta seguida, atipicamente chego cedo e vou dançar com meus amigos no canto de sempre. Algum tempo depois, subo pra dar uma olhadinha na pista 2 e nos encontramos no corredor. Ficamos, claro. Pra não interromper o trânsito, fomos pra sala de vídeo. E ficamos conversando muito mais tempo que o normal. Notei que ele estava mais possessivo (ia comigo ao banheiro e ficava me esperando, perguntava quem era o cara que falou comigo, ficava puto quando alguém esbarrava), mas achei que era só cena e não dei corda. Ficamos um pouco perto dos amigos dele que eu já conhecia de vista. Depois, descemos e fomos dançar na minha roda de amigos. Ótimo, continuava carinhoso. De repente, me deu um beijo e disse que ia ao banheiro e já voltava. 5 minutos, 10, 15, 20. Resolvi dar uma volta. Quando subo, o encontro, de costas, conversando com uma menina, já bem próximo. Cutuquei pra ver se ele era mesmo. Ele virou-se, eu disse que só queria saber se era ele mesmo. Virei as costas e fui-me embora.

Ainda pensei em dar o troco ficando com alguém, mas já era tarde, nem tava a fim. Além disso, estaria sendo tão palhaça quanto ele. E, não, eu nunca fui assim, não passaria a ser por causa de um palhaço qualquer. Não valia meu esforço. Já passei da fase de confundir quantidade com qualidade e colecionar palhaços. Se é pra cagar no pau, que vá com Deus. Aquela que quiser pegar restos que faça bom proveito. Eu tô fora.