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terça-feira, 3 de janeiro de 2006

O triste fim do palhaço babão

Vou começar 2006 com uma história incrível que me contaram ano passado, mas que acabei esquecendo, deixando passar, mas que ficou me rondando a cabeça pela surrealidade dela. No entanto, hoje acordei decidida a levar ao conhecimento do mundo tamanha palhaçada.

Para vocês entenderem o tamanho do problema. Vou contextualizando e contando ao mesmo tempo porque tenho outro blogs para atualizar :-p

Nossa heróina deve ter uns ... 22 anos, no máximo. Não é linda, não tem corpo de modelo, não é nada sobrenatural. E ainda que fosse não justificaria a palhaçada. É filha mais velha de uma família de pessoas humildes, mora em Campo Grande, estuda para entrar na faculdade, gosta de ir a praia, veste-se com certo recato para sua idade, igual a muitas que a gente cruza na rua. Trabalha num escritório de advocacia onde o pai é tipo um faz-tudo. Ele, um paraibano forte, troncudo e com muitos anos de Rio de Janeiro, falou daqui, falou dali, conseguiu colocar a filha lá para dar uma geral nos computadores, instalando programa, consertando um bug, pequenos trabalhos. A menina quer ser analista de sistema.

Tudo corria bem nesta singela repartição até chegar ele, o palhaço. O Palhaço, babão diga-se de passagem, já passou dos 50. Já passou mesmo! Tem aquela cara meio inchada de chope, cabelinho branco já ralo, e uma pinta bizarra de galã de pornochanchada já aposentado. Foi parar ali para fazer a revisão do relatório anual, corrigir erros de português, de estilo, emprego temporário, mas um luxo pra ele.

O cara é do tipo inconveniente, que não sabe o que quer, ou melhor, que quer tudo mas não sabe que já não pode. Pois bem ... o galo macho, de crina baixa, caiu de amores pela menina. Suspiro daqui, suspiro dali. Olhava-a de forma obcena, como os Palhares dos livros de Nelson Rodrigues, babando na gravata e doido para chama-la para tomar um chicabon na Urca. Mas a menina, no auge dos seus 22 anos, quer mesmo é saber de Posto 9 e corpinhos sarados que pra maluca ela não leva jeito. Tratava o sujeito com educação, sem muita intimidade, fazendo o trabalhinho dela.
Pois bem de novo ... o palhaço não sossegou e acabou tendo como parceiro/cúmplice o chefe da menina, que palhaço também é por se prestar a um papel desses. Logo, logo ele foi contar pro babão que o aniversário da mocinha se aproximava e o babão, lépido e fagueiro, foi logo comprar um mimo para a moça.

Se fosse um mimo de verdade eu nem me daria ao trabalho de colocar esse post aqui, mas como o bruto babão comprou uma calcinha vermelha, daquelas transparente que a gente só vê em sex shop, acho que vale expor o sem loção a esse ridículo.

Com a ajuda do cúmplice, ele colocou a caixinha com a calcinha na mesa da garota, que ao chegar, abriu o presente logo perguntando se era do pai. O cabra, se sonhar que o babão sacou de uma calcinha para a filha, arranca o bilau babão com a mão em três tempos.

Pois bem (de novo!) ... sem graça, ela perguntou ao chefe quem tinha deixado o presente ali, e o babaca, cínico, disse que não sabia, que já estava ali quando ele chegou. Ela logo escondeu o presente na bolsa, temendo que o pai visse. Durante todo o dia tentou descobrir quem era o genial arquiteto de tamanha honraria e na hora do almoço entre amigas, mostrou a "novidade". Todo mundo riu e foi logo apontando como dono da piada o babão. Com nojo, ela jogou a calcinha fora e nunca mais olhou para o velho. No dia seguinte pediu para sair.

Moral da história: o que leva um homem a dar uma calcinha para uma mulher que ele não conhece, no ambiente de trabalho, expondo-a a tal constrangimento?? Calcinha vermelha se dá na intimidade, para alguém que você vai comer com certeza ou que está quase te dando. Além do mais, uma menina muito mais nova que você não vai se deixar seduzir por um truque tão barato e sem graça. Na verdade, ela até pode se deixar seduzir, mas quando cantada de maneira digamos ... mais sutil.

Pois bem .. o mundo é sem loção. Ele, é claro, achou que estava arrasando e até hoje se gaba do feito.

A moral, na minha opinião, é única: Palhaços, envelheçam com dignidade.

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