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segunda-feira, 21 de maio de 2007

Dos palhaços mão de vaca

Parece que os espetáculo do pão-duro anda mesmo em voga. De tantos relatos de usura que tenho recebido, lembrei desse que uma amiga postou em seu blog e pedi pra postar aqui. Por mais bizarra que a história seja, é verídica: a dona de circo coadjuvante é amiga dela.

Como diz uma campanha veiculada em um outro blog, "Mão de vaca é tudo corno". E como a moça encerrou o post, isso é muito mais comum do que se pensa.

Lá vai o relato da moça.

O post do pão duro

Poderia ir para o Homem é Tudo Palhaço, mas, como eu também tenho um blog e estavam faltando histórias, vai aqui mesmo.

Uma amiga minha começou a namorar um sujeito. O cara era dentista, bem-sucedido, tinha um carro razoável, enfim, uma pessoa com uma situação, pelo menos, confortável. Na primeira vez em que eles saíram, ela, como menina educada, moderna, independente, bla bla bla Whiscas Sache, tirou a carteira da bolsa pra dividir a conta. Ele, prontamente, reagiu:

- Não, não precisa... a próxima você paga.

Comovente! Um homem cavalheiro. Legal isso. Nem pelo dinheiro, mas pelo gesto. Claro que essa coisa de “a próxima você paga” era uma maneira delicada de dizer que ela não precisava se preocupar com isso e nem se sentir mal por ele estar pagando. Era como aquele “passa lá em casa” de carioca. Não significava que, realmente, na próxima ela precisava pagar.

Não, pícaros sonhadores? Pois na vez seguinte que eles saíram, ao chegar a conta, o cara dispara, sutil como uma pata de mamute prenhe:

- Hoje é a sua vez, né? É você quem paga.

Estarrecida, minha amiga rapidamente se refez do susto, não desceu do salto e pagou a conta.

A partir dessa ocasião, virou uma constante: um dia, ele pagava tudo. Outro dia, ela. Tinha uma escala, sabe como? Até que uma vez eles foram a uma pizzaria e a minha amiga não estava se sentindo muito bem. Mas foi porque o cara queria ir, tinha marcado com uns amigos dele... aí ela fez o esforço pra acompanhar o namorado. Comeu um pedacinho de pizza, que empurrou apenas pra não dizer que não comeu nada. Enquanto isso a mesa inteira enchendo o bucho... quando chegou a conta, ele vira pra ela e diz:

- Hoje é o dia de quem?

Ah, maluco... ela perdeu a paciência.

- Olha só, quer saber? Não sei de quem é o dia, mas, na dúvida, se o problema é esse, eu pago. Esse negócio de “hoje é o seu dia ou o meu dia” está confundindo a minha cabeça. Daqui a pouco eu vou ter que andar com um caderninho pra tirar da bolsa e anotar tudo, pra não esquecer!

Aí o sujeito, obviamente não querendo que toda a mesa percebesse a bizarrice do “meu dia, seu dia”, ensaiou um momento de lucidez:

- É, bom... pensando bem, hoje você quase não comeu... deixa que eu pago essa e você paga a próxima.

Aleluia! Uma alma foi para o céu neste momento! Mas ela, pra testar até onde ia esse lampejo de sanidade:

- OK, só não esqueça que nosso próximo programa é uma festa boca livre. E aí, como fica?

Ele refletiu por uns segundos e mandou:

- É mesmo... pensando bem, hoje você paga.

...

Olha, sinceramente... minha amiga deve ter sido muito ruim na outra encarnação. Pichou palavrão na cruz. Tacou purgante no vinho da Santa Ceia. Vendeu saquinhos de pipoca na crucificação. Só pode.

Agora, a pergunta que não quer calar: se ia ficar com essa PALHAÇADA, por que não deixou que a menina pagasse metade da conta logo no início? Por que não sempre dividir a conta então? Porque as pessoas PRECISAM ser bizarras. Elas têm uma necessidade visceral de ser Joselitas.

E olha que isso é mais comum do que se pensa.

1 comentários:

Anônimo disse...

Palhaço é pouco para definir esses idiotas. Esses caras são muito sem loção!!! Tô me acabando de rir com essas desventuras.