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sexta-feira, 6 de julho de 2007

Palhaço enigmático

Uma grande amiga minha mandou essa e até eu, dona de circo emérita, fiquei surpresa e tive uma crise de riso. Espetáculo inédito. Acho que o palhaço quis apenas bancar o maluco, e vocês?

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Em dois anos de solteirice, já vi e vivi muita palhaçada. Ando mesmo desconfiada de que deve haver alguma promoção que garanta o nariz vermelho como brinde na compra do creme de barbear. Mas o tempo faz milagres e as palhaçadas vão se tornando parte do cotidiano... até que um palhaço, daqueles bem circenses, cruza o seu caminho.

Há umas três semanas fui a uma festa. Lá encontrei o palhaço, amigo de um amigo meu, com quem já tinha esbarrado e batido papo umas poucas vezes. O encontro inicial é breve, nada de especial. Apenas um "Quanto tempo!", seguido de dois beijinhos no rosto.

Enquanto o clima da festa não esquentava, tratei de aquecer meu corpo na base da cachaça mesmo. O povo que organizou o evento, colocou uma meia dúzia de rodelas de limão e açúcar ao lado da pinga. O palhaço supracitado se aproxima e eu peço uma ajuda no preparo da caipirinha.

Foi aí que reparamos na falta de qualquer utensílio para retirar suco daquelas rodelas de limão. Ele tem a brilhante idéia de misturar tudo passando de um copo pro outro. A estratégia mambembe não dá certo, mas a gente se diverte com a história. Entre uma gargalhada e outra, tenho o insight : "Vou pegar!"

A festa, enfim, começa a esquentar. Não demora meia hora e o presságio se cumpre: "Peguei!". É tudo ótimo: beijo delicioso, dança bem e é divertido. Até o nível de álcool no sangue do palhaço era adequado. O cara parece mesmo empolgado e gruda no meu pescoço a noite inteira. Uma delícia...

Na saída, ele pergunta como fazia para me encontrar de novo( típica pergunta de quem não vai fazer o menor esforço pra te encontrar de novo!). Como nós dois estávamos sem celular, eu digo apenas que o amigo dele tinha meus telefones e e-mail.

Ele não me liga. Mas, até aí, nada que não seja absolutamente normal para um palhaço.

Eu, que ando numa seca de dar dó, penso e decido adicionar o palhacinho no orkut. Só adiciono, sem scrap – pra não dar muita na vista. Ele me adiciona só uma semana depois. Eu sei que eu deveria ter parado por aí – uma semana pra adicionar é quase um não. Mas digo e repito: a seca é de dar dó!!!

Mando uma mensagem por depoimento, para manter o sigilo, com o seguinte conteúdo: "Apesar de quase ter quebrado seus óculos, acho que vale a pena a gente se encontrar de novo." A idéia da mensagem era ser direta, com um toque de humor. Ah, esqueci de contar: no fim da festa uma das lentes dos óculos do palhaço caiu e, com o breu que se instalava no local, não havia possibilidade de resgate.

Mais uma vez ele passa uma semana para responder. Aí, eu caio na real, entendo que não é não.

Já nem lembrava mais, quando, estupefata, recebo por depoimento a seguinte mensagem:
"rs. vou sair de casa, mas precisa pintar dinheiro. rs.
Então eu compro uma lente nova e começo a ver as coisas. rs.
Por enquanto a grana vai na análise... ficar cego acaba com qualquer um."

"Não" eu suporto. Juro. Mas bancar de enigmático, é palhaçada demais pra mim!!

L.R.

PS: se alguma leitora, ou leitor, conseguir decifrar a mensagem, ganha uma bala! Juro.

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