Páginas

sábado, 11 de julho de 2009

Novela circense


Preciso começar a redigir a história do Palhaço Glamour. Toda semana tem capítulo novo. Como eu não o atendo no celular, ele deu pra ligar pro fixo. Agora não atendo mais o telefone fixo, vou ter que comprar um aparelho com identificador de chamadas. O telefone toca, e, como pode ser ele, ignoro. Daí quando é amigo toca meu celular "tá em casa não?". Já anotei no caderno de lembretes "nunca mais dar telefone de casa para palhaço". Ontem ele me viu chegando em casa bêbada de madrugada. Para meu azar, o catiço "passou" na minha rua bem na hora que eu descia do táxi. Quer dizer, disse que passou, sabe-se lá se não fez plantão na vizinhança, afinal, o mundo é estranho e tudo é possível.

- Tava passando aí ontem e te vi chegando em casa.

- Viu nada.

- Vi sim, você tava de vestido roxo. Tava ventando, hein? Trocando as pernas...

- Tava nada, tava bem.

- É, bem você tava, mas tava sozinha.

- E daí?

- Como tu não tava acompanhada pensei que de repente tava com saudade de mim. Tô aqui embaixo do seu prédio, vim te buscar pra tomar café da manhã.

Avisei que não dava, tinha marcado hora pra fazer a unha do pé e depois ia almoçar com a minha família. Ele ficou magoado de ser preterido pela pedicure. O bruto não aprendeu que detesto ser acordada? Mais ainda, esqueceu que foi demitido do circo por justa causa?

Acho que vou dizer a ele que to namorando um PM pra ver se ele vaza. Melhor, vou dizer que tô namorando um negão do Bope muito ciumento.

0 comentários: