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sexta-feira, 21 de novembro de 2003

Palhaço soberbo
Uma época eu tava saindo com um rapaz bem criado, de família respeitável, sobrenome que freqüenta colunas sociais. Bonito de doer, corpo perfeito, sempre vestido com bom gosto, inteligente, divertido, culto, viajado. Morava sozinho num endereço valorizado e sabia aproveitar as boas coisas da vida. O palhacinho q era o chamamos de um herdeiro. Apesar de ter terminado a faculdade não trabalhava: vivia de uma "mesada" q mamãe dava. Dizia q ainda tava se "preparando" para trabalhar, bom, isso não é problema meu nem me incomodava, afinal eu não pretendia casar com ele.

Um dia encontro o bruto chateado. Pergunto q houve e ele diz q brigou com a mamãe provedora. Não perguntei o motivo, mas consolei a criança, q tava todo putinho/revoltadinho e dizia q não ia ligar pra mamãezinha nunca mais. Ok. Passam os dias e ele não faz as pazes com a genitora. Saímos um dia e ele tá meio estressado. Vamos almoçar e pegar um cinema depois. No caminho o princeso vai dirigindo e resmungando q o dinheiro tá acabando, q tá quase sem grana no banco, q já passou a data mas a mãe não deposiitou a mesadinha. Fica falando q as contas vão vencer e talz...

Querendo ajudar pergunto se ele não tem uma "reserva", uma poupança...tudo bem, é coisa de pobre, q nem eu. Ele me olhou como se eu tivesse falando um absurdo e deu outra resmungada dizendo q não dava pra guardar dinheiro com o q a mão de vaca da mãe dava pra ele.

Sugiro outras alternativas, pergunto pq não ele pede uma grana aos avós, afinal pra q servem os avós se não pra estragar os netos? "Eles deram razão pra minha mãe". Hum....então tá...q merda tu deve ter feito, hein?, pensei com meus botões, q eu mesma comprei, afinal eu trabalho, hehehe.

Tento outra opção, "e não rola pedir um empréstimo pro seu pai?" Ele me olha com cara de orgulho ferido e diz q nunca pediu dinheiro ao pai. Então tá, meu filho, então se quiser pode pegar um rango lá em casa, obviamente pensei mas não falei.

Bom, chegamos no restaurante de um amigo, almoçamos alegremente com o assunto da miséria eminente esquecido. Quase na hora do filme ele pede a conta. Não era um restaurante barato. Como o bruto tava chorando pitangas, qndo a conta chegou olhei o montante e peguei minha carteira. Ia pagar minha conta ou até, dependendo da receptividade dele, dizer q eu pagava o almoço. Pronto! O princeso deu um chilique. "Guarda agora o dinheiro! Tá querendo me humilhar publicamente? Tá pensando o q? Q eu não tenho dinheiro pra pagar o aplmoço?!".

Ui! então tá filho! Porra, o garotão veio resmungando q tá na merda o caminho todo (tá certo q a merda dele deve ser a minha bonança) e qndo quero dividir a despesa dá chilique?
Eu só quis ser justa, ser legal, dividir ou pagar a porra da conta. Não quis humilhar ninguém, oras!
Tipo, qndo a gente ia a boates onde cada um tem a sua cartela, cada um pagava sua despesa, mas em restaurantes ou outros lugares onde a conta vem junta ele sempre tomou a iniciativa de pagar.

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