Palhaço sem noção
Festa dessas, tava eu observando a pista com meu copo de drink na mão. Já era quase de manhã, eu tava sozinha e sem disposição pra dançar, mas também não tava na pilha de ir embora. Não tava bêbada, mas já estive mais sóbria. Chegam dois rapazes bem apessoados querendo fazer amizade. Eram, digamos assim, tipões sarados, daqueles que a Ana Paula definiria como "juventude da zona sul criada a leite b".
Nos apresentamos e emplacamos uma sociabilidade básica. Um estudava Arquitetura em uma tradicional universidade privada e outro tinha acabado de se formar em Direito na mesma instituição de ensino. O que tinham de bonitões tinham de bobões e a conversa tava me divertindo. Gosto conhecer as representações de pessoas que vivem em mundos tão diferentes do meu, sabe? Eles me falaram dos lugares que freqüentam. Boates da moda nas quais jamais poria meus lindos e delicados pezinhos. Rindo, contei que nunca fui a tais lugares. O recém-advogado disse "claro, dá pra ver que você é mulher de outro nível". Hummmm....
Papo vai, papo vem, o wannabe arquitonto pergunta quantos anos eu tenho. Abri meu melhor sorriso de paisagem-deboche, que eles jamais compreenderiam, inclinei a cabeça um pouco para a direita e disse na vozinha mais cândida que pude fazer "36".
– Caralho! Tu é muito velha!!!
Sensacional! Dei uma gargalhada sensacional. O recém-advogado ficou meio envergonhado enquanto o amigo, do alto dos seus 24 anos, meio que se explicava "pô, isso não tem nada a ver, claro, mas é que você não aparenta...".
Muito divertidos meus novos amigos circenses, né?
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
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