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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Um estudo sobre o Palhaço da Repartição

Comer arroz e feijão todo dia é bom, mas enjoa, né?
De vez em quando é bom ter um bife à milanesa acompanhando ou uma asinha de frango .. quem sabe um purê de batata ou farofinha de ovo..

Este post começa gastronômico para ilustrar uma tese. A tese do Palhaço da Repartição (Homo Sapiens Palhaçus bobus du trabalhus).

Essa espécie é abundante na fauna e flora mundial. Ele senta ao seu lado no escritório, portanto, cuidado. O coletivo deles é um horror. Quando se juntam, em geral nas peladas pós horário de serviço e chopes, fazem listas de "a mais gostosa do andar", "a mais linda do almoxarifado" ou "Top 5 das secretárias". Essas listas, verdadeiros tratados sobre a natureza feminina, circulam entre o universo palhaço com muita discrição, quase a sete chaves e causam alvoroço entre as mulheres que as levam a sério. Sim, há mulheres que se importam com essas listas. Uma lástima.

Voltando ao Palhaço da Repartição. Seu momento de ápice e puro êxtase é a entrada de uma nova funcionária. Ela personifica aquele bife à milanesa que falta no arroz e feijão de todo dia. Ela causa arrepios, gemidos incontidos, caras de tesão (adoro essa expressão!), idas sorrateiras ao banheiro (quase uma incontinência urinária), ingestão de litros e mais litros de café (caso a moça nova se sente próximo a garrafa térmica) e espamos de cavalheirismo até nos ogros locais.

Leiam o relato de J., advogada, carioca, 29 anos.

"Eram quatros horas da tarde quando a nova funcionária chegou para acertar os detalhes no RH. A moça sentou no sofá da recepção e o frenesi tomou conta do andar. Não se tratava de Angelina Jolie ou Beyonce. Era uma menina bonita, morena, bem vestida, daquelas que se perdem na multidão. Tá.. era bonitinha, mas nada para dar início à procissão que se deu no escritório. Depois que ela chegou começou uma troca frenética de mensagens pelo messenger e de repente, todos os meninos ficaram com sede, com fome, com vontade de fazer xixi, de pegar um envelope, de chamar o elevador, de entregar relatórios e um a um passavam por ela, como se a pobre estivesse na jaula de um zoológico. Eu tentei beber uma água mas me senti no Círio de Nazaré. Acho que segurar aquela corda era até mais fácil!".

O relato, presenciado e documentado, descreve um dos comportamentos mais corriqueiros
desta espécie palhaça. Este comportamento é seguido, dizem os estudos, de intensa troca de e-mails sobre os atributos físicos da moça em questão.

Este padrão de comportamento da espécie é comum, segundo relatos de antropólogos que estudam o Palhaço da Repartição. Ainda de acordo com estes estudiosos, após algumas semanas ou algum palhaço de fato pega a moça e ela descobre que Homem é Tudo Palhaço porque, em geral, o mais galante é sempre o casado ou ela se mistura na multidão de arroz e feijão e perde o posto de novidade para a próxima.

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