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terça-feira, 10 de setembro de 2002

Um balde de água fria na nova geração
Pegando o mote da Ana Paula, vamos a algumas novas considerações sobre a relação palhaços versus faixa etária. O post está perfeito até o penúltimo parágrafo, mas discordo totalmente da conclusão da colega. Se os da nossa geração são péssimos, os desta nova safra me preocupam mais ainda. Tenho acompanhado alguns destes adolescentes de perto, e devo dizer que os prognósticos não são nada bons.

Eles passam toda a puberdade jogando video game, e simplesmente desconhecem o assunto sexo. Na fase em que os hormônios estão em ebulição, os garotos vêm concentrando toda sua energia no manuseio do joystick, desvirtuando o foco dos seus desejos. Deveriam estar praticando nos puteiros, ou melhor, com as coleguinhas do colégio. Ao invés disso, se preocupam tanto em alcançar os recordes do Pac Man, que acabam bloqueando no cerébro a área que deveria ser dedicada ao amor.

Todo mundo sabe que é na adolescência que se forma a personalidade, portanto, este tipo de comportamente gera problemas graves na fase adulta. Lá pelos dezoito anos, quando já se cansaram do video game, os garotos começam a procurar um outro hobby. Muitos compram uma guitarra, ou uma gaita, ou uma bateria. Mulher jamais passa pela cabeça, claro, não desenvolveram o gosto pela coisa na época certa. Tudo culpa do Pac Man!!

Alguns, já quase balzaquianos (sim, por que só nós mulheres merecemos a honra do título? Balzac já virou uma expressão para designar quem está na fase dos trinta, e pouco importa que o romance seja sobre uma mulher), são capazes de trocar uma boa noite de sexo por uma sessão de flauta doce com outros coleguinhas. Vivem em guetos de machos, preferindo a companhia masculina. Geralmente tem um amigo a quem muito admiram, com quem estabelecem quase um matrimônio.

É amigas, parece que a nossa liberação sexual assustou muito os mancebos. Ao invés de entrar na dança e aproveitar a festa, eles recuaram. Se esconderam atrás do video game e dos instrumentos, desenvolvendo interesses que substituíram o sexo. Por estes motivos, não levo fé na nova geração, e não me proponho a criar. Teria muito trabalho, além do que, em muitos casos, só com terapia.

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