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segunda-feira, 24 de março de 2003

Ih, eu já vi este filme...
O número já é batido: sumiço do palhaço. Mas é o tipo da coisa que justamente por "acontecer nas melhores famílas", merece ser comentado sempre para ver se os palhaços tomam vergonha na cara e ensaiam outros espetáculos. O relato é de uma amiga.

Um rapaz me conheceu. Correu atrás do meu telefone e alugou algumas amigas tecendo altos elogios a minha pessoa, espalhando que estava interessado em mim e quanto nós combinávamos. (não vou negar que tb achei isso).
Passou a me ligar TODOS os dias e dizia que eu era “o rosto que faltava nos seus sonhos”.(logo pra mim, que sempre sonhei demais...).

Insistiu em conhecer minha família e, em tom de confidência, revelava-me que queria constituir família e que minha mãe fosse sua amiga e não sogra. Falava com ela quase todo dia também.

Médico, me deu (sem eu pedir) um jaleco com seu nome bordado, fotos (uma de bebê, uma ainda adolescente e uma na formatura ao lado de sua família), emprestadas para eu mostrar à minha mãe, além de 3 livros tb emprestados. Tudo isso no mesmo dia em que ele me levou para conhecer sua mãe - que sofreu um AVE e está apenas consciente, totalmente dependente do Homecare (ou seja, quase à beira da morte).

Ao me apresentar perguntou à mãe se ela tinha gostado de mim e enquanto ela, com muita dificuldade, mexia positivamente a cabeça ele afirmava, carinhosamente, me abraçando: “Ela é pra casar, não é mãe?” (Imaginem a cena...). Também me apresentou a avó, me levou ao seu sítio, apê, etc e tal.
Ah, e me deixava um pouco na mão. Alegando cansaço e stress deixava de sair comigo e – pasmem! – tb, com certeza, não saía de casa. (não, ele não ia pra gandaia). O sexo, diga-se de passagem, muito bom para ambos.

Ele me mandava e-mails apaixonados e vivia fazendo declarações. Conquistou os amigos em comum e todos começavam a jurar que estava se iniciando uma linda história de amor. (até porque eu sonhava com isso tb né...) Tanto é que quando ele sumiu, eles ficaram mais surpresos e preocupados que eu mesma... (hoje acho até um pouco engraçado).

É... A pior palhaçada, a mais inconseqüente, a mais gratuita: sumiço total. Não, não, a mãe dele não morreu (e antes que achem que pode ter sido o pai, ele já faleceu). Não, nem e-mail ele me mandou. Não respondeu nem mesmo as mensagens preocupadas das amigas em comum. E tudo começou quando num sábado à noite e domingo de manhã liguei para seus 3 telefones (todos com bina) e ele não me retornou como nunca havia ocorrido. (Humpf...Tb nunca mais tentei encontrá-lo). Isso porque na sexta anterior, mais linda, apreciada e cheia de “disposição” do que nunca, euzinha, sua namorada (ainda era?) estava livre pela noite (livre=sem a presença dele, sem ao menos um telefonema, sem nada).Não havíamos discutido e a última vez que nos falamos eu nem imaginava que não iria mais se repetir.

Um dia desses minha mãe falou pra eu mandar as coisas dele pelo correio. E ainda gastar dinheiro com o palhaço? Nânãninãnão!

Fiquei magoada. Palhaçada.


Cada vez que eu sei de um "espetáculo" destes, eu penso: Por que os homens insistem em fazer este tipo de palhaçada? O que será que vai na mente deles? Acho que eles não fazem idéia do quanto isso nos magoa. Não é possível!

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