Palhaço de mamãe
Essa chegou por e-mail.
Sabem como é filhinho de mamãe? Aquele cara criado com mimo excessivo por mamãe. É mamãe dá banho, que lava as cuecas, que passa a blusinha, que faz comidinha.
Até aí nada contra. Mas depois que o cara passa de uma certa idade, esse tipo de comportamento fica assim .. digamos .. meio ridículo.
O palhaço da mamãe em questão já passou da casa dos 30. Separado, um filho ainda pequeno. Namora a garota há uns dois anos. Com medo da mãe (que coisa ....), ele nunca assumiu o namoro. Ela era sempre "a" amiga.
Ele não costumava dormir na casa das amigas, mas "dessa" amiga em particular ele dormia. E várias vezes por semana e várias vezes por ano. E a "amiga" sempre ia nas reuniões de família e já se dava bem com as cunhadas, quero dizer, com as amigas da família do amigo.
E passa Natal, passa Ano Novo. Aí, um dia, eis que a velhota descobre que tá doente. Muito doente. Muito mesmo. Aí o cara ficou meio estranho, meio diferente. Mas a gente entende, porque afinal mãe é mãe. Ela, a "amiga", sempre atenciosa, preocupada com a saúde da velhota até aturou o mal humor da senhora quase indo de encontro a Deus. A "amiga" resolveu engolir todos os sapos possíveis e imagináveis.
Até que um dia a velha bateu as botas. Partiu desta para melhor. O palhaço, é claro, ficou arrasado. Sumiu por 15 dias. Sumiu mesmo. A "amiga" deu aquele tempo, afinal é uma perda grande, mãe é mãe ... os dias foram passando, viraram um mês. Quando ela achava que o malandro já tinha desistido dela, o bruto apareceu cheio de amores, com cara de cachorro de desenho animado. Ela, coração mole, aceitou o bruto de volta, de braços abertos, compadecida pelo sofrimento do pobre rapaz.
E o tempo foi passando e nada do cara assumir o namoro. Ela continuava a "amiga". Ok. Se o problema era a velha e a velha morreu, o que impedia o bruto de assumir o relacionamento?
Perguntar ou não, eis a questão? ela ficava assim com medo de pressionar, de ser cruel com o pobre rapaz, mas todo o dia o bruto só chegava na casa dela depois de 22h. Dormia, acordava às 6h e se mandava.
Vamos ao relato ...
Porra. O cara ficava cheio de não me toques quando eu tentava iniciar uma conversa sobre o assunto. Eu não queria casar, ter filhos, mas pelo menos como namorada ele tinha que me chamar. Porque todos aqueles lances chatos de relacionamento ele cobrava: tinha crises de ciúme, queria fazer programinha de mãozinha dada ... Mas me chamar de namorada na frente dos irmãos ou o do filho nem pensar!
Um dia enchi e resolvi dar uma dura nele. Tava de saco cheio daquela situação. Esperei ele chegar lá em casa e falei que queria conversar. Disse que me sentia magoada, que não queria ter um relacionamento com alguém tão imaturo. Ele não falou nada. Ficou me olhando com aquela cara de pastel. Aí quando falei que entendi o lance da mãe, por ele ser o filho mimado, etc, o cara ficou me olhando com uma cara estranha. Achei que ele ia chorar e quase amoleci. Ainda bem que fiquei firme porque depois de tudo que eu falei, o idiota olha bem pra minha cara e fala na maior cara de pau do mundo ...
- Olha .. eu não posso viver aqui com você ... você não vai saber passar minhas camisas .. não vai saber fazer meu suco como eu gosto e nem lavar a minha roupa e nem cuidar de mim ... só minha mãe fazia isso .. não posso morar com ninguém ..
Freud que estáis no céu ... não sabia se ficava com pena, se chamava a polícia, se gritava por socorro ...
Aterrorizante. Digno de Norman Bates em Psicose.
Pergunto-me agora se a velha tá lá empalhada na casa dele ...
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2004
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