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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Eu, leitora e empresária circense: O Palhaço Bancário

Tinha o costume de ir todas as segundas-feiras ao banco com a minha mãe. Lá conheci o famoso palhaço, caixa do banco. Sempre passávamos no guichê dele, pois quando nos via na fila pulava todos os que estavam aguardando com suas senhas para nos atender. Quando eu não ia ao banco com a minha mãe, ele a chamava de "Sogrinha", todo aquele papo palhaço de ser.

Até que era bem apresentável o menino. Certo dia fui ao banco sozinha e ele pediu meu telefone. Sabe como é, eu não estava fazendo nada, nem ele, então passei o número. Me ligou no mesmo dia. Passamos a conversar muito tempo ao telefone todos os dias até que ele me chamou para sair. Na data marcada,jacaré apareceu? Não, nem ele. Nem ao menos ligou. Mal sabia eu que o picadeiro estava sendo montado.

Apareci no banco outra vez, ele inventou doenças que não estavam no relatório médico. Mas devia estar muito doente mesmo, né? Pra nem sequer poder mandar um SMS...

Palhaço perseverante, começou a aparecer na minha casa, claro, dias de semana durante a tarde. Até que eu, futriquenta que sou, fui verificar se o tal tinha Orkut. Sim, tinha. Status "Namorando". Ok, vida que segue, nunca mais liguei nem fui ao banco. Ele estranhou o sumiço e resolveu me ligar. Inventou que não mexia há tempos no Orkut... blábláblá, a lábia quase chegou a me convencer.

Ele tava para sair de férias e havia comprado passagem para Salvador. Dizia que ia sozinho, precisava descansar a mente. Quem em sã consciência, iria sozinho numa viagem dessas?! Não sei, mas ele garantia que iria. Até que, no dia anterior à viagem, apareceu na minha casa com uma cara de cachorro molhado, poucos amigos. Perguntei o motivo da cara e ele já foi se explicando. "Sabe a viagem que eu vou fazer?"
- Ham... sim...
- Então, minha mãe, contou pra minha ex e ela comprou passagem e vai também.

Lógico que não acreditei, mas queria ouvir o resto da história.

- Ah sim, mas não precisam se encontrar, afinal vão ficar em hotéis diferentes não é?
- Então, a minha mãe falou em qual hotel vou ficar e ela reservou um quarto lá também.

Aí pronto né, era demais pra minha cabecinha linda e loira.

- Nossa, que coisa né? será que ela reservou no mesmo quarto que você?

O palhaço mantinha SIM o relacionamento com ela, enquanto me ligava e jurava amores, era com ela que passava o fim-de-semana. Passados uns dias, fui ao shopping. Adivinhem quem vejo ao longe? O sr. Palhaço de mãos dadas com uma loira, a namorada secreta. Não falei, fingi que não vi, afinal, pra que me estressar com tal história?.

Quando imaginava que a cara de pau não poderia ser pior, ele aparece em minha casa contando as histórias da viagem, dizendo que a ex tentou voltar com ele, queria ficar com ele, mas ele só fazia pensar em mim. Quando disse que eu o vi no shopping com ela ele ficou branco, tentou inventar mil desculpas, até de que poderia ser o irmão dele que se parece muito com ele. Relembrei o bruto que ele havia me dito que era filho único. Me pediu um abraço e um ultimo beijo, já que eu devia estar muito brava com ele, talvez isso melhorassem as coisas. Olhei pra cara dele, e só me restou.. rir. A palhaçada foi tanta que nem ao menos com raiva fiquei. Só achei engraçado e bom ter descoberto o fato à tempo de não me envolver.

Mas vê se pode: calhou do catiço fazer pós na mesma faculdade que eu. Quando o encontrei, estava conversando com um amigo meu. Falei com ele normalmente. Não deu cinco minutos depois que ele virou as costas e recebi uma mensagem no celular. “Não agüento te ver conversando com outro, tenho ciúme, gosto de você, vamos conversar”. Ele indicou o lugar, talvez se ele ainda estiver esperando no local, deve estar só no esqueleto neste momento.


Leitora C.F.

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