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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Chefe palhaço

Meu chefe novo é gente boa, mas de vez em quando escorrega. Sabe como é, por mais legal que seja... homem é tudo palhaço e nunca se separam do nariz vermelho.

Nossa seção na repartição tem uma salinha de reunião que mais parece um quartinho de entulho. Mal se consegue sentar na mesa redonda com meia dúzia de cadeiras quebradas em volta tal a quantidade de tranqueira, lixo e caixas de papelão, sem falar nos nos dois armários e uma estante abarrotados de papel inútil. De minha parte, caguei. Afinal não sou paga pra fazer arrumação, sou jornalista.

Eis que dia desses, durante uma reunião, fui fazer um café - por sinal a mesinha com a cafeteira também fica na saleta de reunião/almoxarifado/quartinho de entulho - quando meu chefe olha em volta e solta a pérola circense:

- É até uma vergonha. Tanta mulher na equipe e essa bagunça nessa sala. Por que vocês não arrumam isso, trazem umas plantas, dão um jeito nisso?

Eu, que sou malcriada, boquirrota e velha chata, disparei. "Eu, hein. E por que você não arruma?". Pronto, as cálega tudo aderiu ao motim.

- Fala sério, não arrumo nem minha casa!
- É, não tenho planta pra não dar formiga!
- E por que, só por ser mulher, temos que arrumar? Arruma você!

Vencido e sem argumentos, o bruto apelou para a lógica circense. Meneando a cabeça e num sorriso contrariado disse "Maldita Leila Diniz!". Claro, não me contive e avisei que ele vinha pro HTP. Exibido, todo dia pergunta quando é que vai ficar famoso.

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