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quinta-feira, 24 de abril de 2003

...nunca achei problema em mandar minhas fotos para as pessoas, não entendia a psicose das pessoas em esconderem como eram, fiquei naquilo quase um mês, mas como fico entediado das coisas se elas são estáticas, logo virou uma chatice, não entrei mais, ganhei algumas amizades e só.

Passaram-se dois meses e estava eu sentado numa lanchonete, esperando uma amiga para irmos até um cliente. Entraram umas 3 ou 4 meninas de uniforme, olhei até procurando a minha irmã caçula ali. Continuei sentado e percebi que uma não parava de me olhar, encarei a menina pra ver se eu lembrava, e dentro de mim eu me xingava por não lembrar e parecer grosso. Acabei fazendo o seguinte, como ela usava uniforme da mesma escola da minha irmã e parecia ter a mesma idade, decidi falar com ela porque devia já tê-la visto em casa e como sou péssimo pra lembrar de rostos. Falei "oi" (me arrependo disso até hoje). A menina então “empurrada” pelas amigas veio e sentou-se na minha mesa. Eu ali com cara de tacho, rezando pra que a minha amiga chegasse me tirasse daquilo. A menina diz: “Pensei que você não ia falar comigo”. Mais sem graça que tudo respondi: “Ah desculpa, mas é que não tinha te visto direito” e logo perguntei como estava. Ela estava com os olhinhos brilhando pra mim e eu me sentindo um idiota naquilo tudo, quando de repente ela diz: “Thiago por que você não foi ao nosso encontro?”. Olhei pra cara dela e disse que ela havia se enganado e que não me chamava Thiago, e sim Guilherme. Ela ficou meio que indignada e disse que eu era o Thiago sim, que tinha piercing na língua. Comecei a ficar meio confuso, pensei logo na minha irmã: mais sacana que tudo, podia ter feito aquilo. Minha amiga chegou, sentou do meu lado e começou a falar. Eu ali na frente da menina sem entender nada. Então ela disse: Poxa, você dizia que gostava de mim, me mandava e-mails, cartões e agora me trata assim?!

Minha amiga olhou pra mim e disse: "Olha que pedofilia dá cadeia!". Aí, levantei peguei meus documentos, coloquei sobre a mesa e mostrei a ela, que começou a chorar compulsivamente. Eu lá se entender nada de nada, até que ela disse que eu (ela ainda achava que era eu até aquela hora) dizia que fazia medicina (logo eu que detesto hospital), que dizia estar apaixonado por ela. Contou que sabia meu celular e até o telefone da minha casa e a gente havia se conhecido na net. Aí o babaca aqui lembrou que mandava as fotos para o pessoal do canal, e num canal de 80 pessoas haver troca de fotos era normal.

Depois disso eu já não tinha cabeça para trabalhar, avisei minha amiga que tinha que resolver um problema e lá fui eu com a minha “namorada virtual” atrás do filho da puta que tinha feito isso. Levei ela em casa, e a menina chorando, e eu com pena dela e puto com o cara. Decidi levar a coisa a sério: peguei número do celular e do telefone residencial, depois de 15 minutos com alguns contatos tava com o endereço do cara. A menina estava melhor e queria ignora-lo, mas eu já estava puto com aquilo tudo. O cara vivia marcando e inventava que não podia ir, então fomos juntos na casa dele. A mãe dele uma senhora de muita educação nos atendeu. Ficamos na sala, esperando o espertão chegar da escola. Na hora que entrou na sala e nos viu o garoto começou a dizer o que a gente estava fazendo ali, numa grosseria do cão. Eu um cara de 25 anos dá idéia pra moleque de 16 anos? Chamei a mãe dele e falei muita coisa, filho de advogados, aprendi a fazer cena desde criança. Me fiz de mais que de vítima e a menina do lado chorando dizendo porque ele havia feito aquilo. Depois fui embora, deixei a menina em casa.

Ainda me apareceu umas duas em festa me chamando de Thiago. E até explicar aquilo tudo era complicado, como o garoto tinha a minha conversa com a irmã mais velha, sabia até das músicas que eu gostava então não era difícil ele fazer um tipo. Se o moleque fosse feio de doer, ou se eu fosse lindo até ia, mas sou o tipo de cara que todo mundo tem um irmão parecido, um primo quase igual.

Enfim isso foi motivo de muita graça entre meus amigos, mas confesso que me deu muita raiva do guri quando eu percebi a cagada dele, e quando eu li aquele cara dizendo que tinha fotos pra determinados momentos eu lembrei disso, depois eu soube que o moleque precisou até de um psico, sei lá, acho que esse tipo de gente precisa sim de tratamento, afinal de contas, criar pessoas com qualidades e defeitos é como se ela vivesse um mundo não dela, mas até ai seria só dele, mas ele atingiu um inocente, aliás, vários como no meu caso.

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