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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Eu, leitora e empresária circense

Uma leitora nossa mandou uma série de espetáculos curtos, mas como ela mesma disse, nem por isso menos apreciados. Divirtam-se.

Mesa de palhaços e só eu lá de ingresso comprado. Galera trabalhava junto, almoço junto. Beleza. Começa aquele "papo de homem".

Unzinho lá da mesa, típico palhaço casado que, por morar numa cidade e trabalhar em outra, faz questão de sair com amigos e dar em cima de mulheres, pra se mostrar macho. (Não entendo. Se faz tanta diferença pra eles esse quociente de macheza, por que não fazem um exame médico e comparam as taxas de testosterona? Pelo menos seria uma prova científica. Mas o mundo é estranho, não é mesmo?).

Eis que ele começa a contar que no domingo havia ido pra cachoeira com os amigos e algumas "amigas", que "bebeu todas e zoou todas". Os outros palhaços rindo daquilo, eu lá concentrada no meu almoço, mantra interno "piu piu, gato piou... gato não pia, vai pra puta que pariu...”. É quando um dos coadjuvantes do show pergunta: "mas, no domingo? O que você falou pra sua mulher?”.
Ele, nariz vermelho, maquiagem colorida: "Ah, falei que tava trabalhando, ué!”.
Não me contive. Perguntei: "Então você foi domingo beber e sair com a mulherada, e falou pra sua mulher que estava no trabalho?” •Ele, palhaço fazendo cara de esperto: "É, né J., sabe como é...”.
Eu, tranqüila: "interessante... e sua mulher, falou pra você que estava onde?”.
Palhaço-mudo.


***

Outro dia, outro grupo, nem por isso menos dados a shows. Eu, como colei chiclete no cabelo de Cristo em outra vida, novamente era a única mulher pra ouvir as besteiras.

Primeira roda de conversa, todos os 'perdidos' que palhaço A, palhaço B, palhaços do abecedário que estavam na sala, davam em suas mulheres/namoradas/noivas. Eu lá, na minha, trabalhando, concentrada no laptop. Mantra interno: "de tanto piar, o gato saiu do ovo. Gato não sai de ovo, puta que pariu de novo". Riam, gargalhavam com as histórias mais esdrúxulas.

Muda o assunto. Um palhaço que não se encontrava lá havia se descoberto corno. E eles riam, contando como o palhaço-de-chifres (espécime não-rara na fauna mundial) havia ficado possesso com a descoberta, que queria matar o amante, coisas do gênero. Outra história parecida, outro palhaço-de-chifres, que, um mês depois do escândalo inicial e de ter terminado tudo, arrependeu-se, pediu pra voltar, chorou, era a mulher da vida dele. Palhaços em polvorosa, uns riem, outros acham um absurdo alguém ser corno assim, blábláblá, whiskas sachê.

Eis que um dos palhaços me pergunta: "E você, J., o que acha?”.
Eu, calma: "Ah, não... na boa, vocês não querem saber o que eu acho não...”.
Aí, a galera à loucura: "Fala, fala o que você acha disso”.

Tranqüila, uma lady (porque eu sou fina pra caralho), falo: "eu acho que homem GOSTA DE SER CORNO. Porque quando a mulher está em casa, esperando por vocês, faz sua comida, cuida da casa, filhos e tal, trabalha, é legal com os palhaços, então vocês dão perdido, dizem que estão trabalhando ainda, saem pra beber e trair a otária. Mas, quando ganham um lindo e envernizado par de chifres, aí querem matar, querem morrer, choram porque é a mulher da sua vida...”.
Palhaços-mudos. E putos!!!

1 comentários:

lariluz disse...

huahuahuahuahuahua

não sei se ri mais das histórias (ÓTIMAS!) ou dos "mantras internos", kkkkkkkkkkkkkkkk