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segunda-feira, 5 de agosto de 2002

Palhaçada recorrente

Sumir. Outra palhaçada.
Os últimos carinhas que apareceram em minha vida aplicaram a mesma peça: velozmente surgiram, cheios de charme, demonstrando carinho nas mensagens (por e-mail) ou em telefonemas constantes e insistentes.
Contavam sobre suas vidas (casos anteriores, problemas e fofocas do trabalho e família) e discorriam sobre suas personalidades, sem eu nada perguntar. Também davam satisfação sobre seus compromissos, horários, agenda, sem eu ter exigido nada. Me procuravam também no meio da semana pra conversar e sair. Não pareciam querer só sexo, até porque não fizeram o tipo insistente. Então, eu deixava o tempo rolar... Eram divertidos e bonitos.

O último, no primeiro encontro, chegou com um buquê de flores e me enxurrou de perguntas. Logo foi me chamando de Dri e sempre me dava as mãos quando saíamos. Embora afirmasse que não queria compromisso (e embora eu nunca tivesse tocado no assunto), em dois momentos diferentes insinuou que era meu namorado e eu não reagi (nem contra nem a favor). Nesses instantes eu só lembrava do casinho anterior: o outro, que também sumiu.

Uma vez, eu e este fomos a uma reuniãozinha de amigos dele e ele voltara de um casamento para o qual havia me convidado. Disse-me, então, que os amigos perguntaram pela namorada dele - porque EU não compareci. (mas nós estávamos saindo apenas há 1 mês!, o mesmo tempo que fiquei com o outro). Comecei a rir. Ele repetiu a história esperando uma reação e eu só ria.
Mas eu ri porque não sabia o que dizer, estava sem graça. Até achei bonitinho mas ri envergonhada. É, mas acho que não fui bem interpretada.

Na mesma noite, fomos embora juntos, cada um em seu carro. Mas eu parei num túnel da Linha Amarela por falta de gasolina. Liguei pro celular dele pedindo que avisasse sobre o ocorrido quando chegasse no pedágio. Ele perguntou se eu queria que ele me esperasse por lá (e isso se pergunta???) e eu respondi que não precisava, calmamente. Não é que ele realmente não me esperou?
Eu fiquei sozinha, quase 1.80 de pura loira, pela madrugada do Rio, com os 2 homens do reboque num posto qualquer perto de uma das saídas da Linha Amarela!
O pior: no dia seguinte ele nem me ligou pra saber se tinha tudo ido ok. Pior ainda: nem no outro, nem no outro, nem no outro...Liguei no final de semana seguinte pra saber se tinha acontecido alguma coisa e ele, seco, não me tratou bem. Ainda o convidei pra sair mas foi sem sucesso. Então, desisti, mas sem entender nada.

Aquele outro, o que me dava as mãos, tb sumiu, assim, de repente. Mas desse eu me poupei. Não liquei pra ele não.
Por que eles aparecem na nossa vida, cheios de atenção e carinho, se quando a gente começa a se acostumar com a idéia de tê-los, e curtir isso, eles somem?
Me sinto usada quando isso acontece, mesmo sem sexo. Não se usa as pessoas apenas quando se come e vai embora. Fora que é um exercício pra minha auto-estima porque me faz pensar se o problema não é comigo.
Não sou do tipo que faço pressão pra casar, sou bonita, inteligente, carinhosa, gosto de futebol... Tudo bem que não me encaixo em nenhum dos estereótipos femininos: a pra casar ou a pra transar. Só sou do tipo que não preciso de rosas vermelhas e não aceito apenas ser despida pra ser conquistada.
É, mas por algum motivo, pelo visto, sou do tipo que tenho que agüentar esse tipo de palhaço... Dá pra alguém avisar para eles não aparecerem mais?

Essa é colaboração da minha amiga Adriana

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