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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2003

Quando sinceridade é palhaçada
Mesmo quando não tem a intenção de ser palhaco (e sim de ser sincero), o homem vai para o centro do picadeiro.

Perguntei ao ex-quase-futuro PA qual o tipo de mulher de que ele gosta. Claro que sendo eu baixa, bem fornida, branca, olhos castanhos e cabelos negros de tamanho médio, esperava que o bruto me descrevesse como seu ideal de beleza.

Qual não foi minha surpresa ao receber como resposta:

– Alta, por volta de 1,70, morena, cabelos lisos e olhos verdes.

Caralho! Na hora, bufei de odio e quase falei:

– Porra, tu gosta de um travesti! Mulher alta parece traveco! (Calma amiga com 1,70! Na verdade, eu so acho isso quando estou tomada pela raiva de ser preterida.)

Ainda que eu fosse obesa mórbida, com cabelo sarará, nariz adunco, dentes tortos, vesga (eu realmente sou!) e manca, ele deveria dizer que seu “sonho de consumo” é uma mulher como eu, ora pois!

Sinceridade tem limite!

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