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quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Palhaço veado-velho-enrustido
Outro dia estava no carro parada no sinal numa rua perto da Mem de Sá, na Lapa, ponto de prostituição de travestis. Um dos travestis chega na janela do carro da frente – claro que ele foi chamado até ali porque nenhum travesti se chega sem ser chamado. O sinal abriu e o travesti trocou um beijo com o motorista com quem conversava.

Quando passei pelo carro, vi que o motorista era um senhor de uns 60, branco, meio careca, meio gorducho, enfim, o típico “avô”, daqueles que não admite sexo antes do casamento.

Não estou aqui para julgar aquele homem especificamente, que pode se um gay assumido, solteiro e dono do seu nariz; que pode se dar ao desfrute de trocar um beijo rápido com um travesti, enquanto o sinal não abre, mas vendo uma cena dessas não posso deixar de lembrar daqueles palhaços “pais de família” que deixam suas mulheres em casa para transar na rua com a dita mulher “ideal”, de peito e pau. E aí, sem usar camisinha no mercado interno e no externo, transmite HPV, HIV e outras siglas pra mulherzinha que ele desposou aos 18 e desde então sustenta para que ela não precise trabalhar e cuide melhor da casa e dos filhos.

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