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quinta-feira, 18 de maio de 2006

Mais um clássico
Minha amiga me mandou essa muito chocada. Infelizmente tive que ser eu a contar para ela que o Número do Desaparecimento é um clássico dos mais populares. Contei algumas variações do número já narradas aqui e ela só arregalava os olhos. Por fim, disse a fatídica frase de Ana Paula "A gente pensa que eles morreram, até deveriam, mas tão vivinhos por aí".

Conheci o palhaço durante um passeio de barco na Baia da Guanabara. Parecia o máximo: inteligente, viajado, culto, educado, ótima estampa, solteiro, e segundo ele, disponível. Estava fazendo mestrado em outro país e esperava, muito em breve, voltar para o Brasil. O tempo era curto, ele iria viajar no dia seguinte.

Posterior trocas de muitos e-mails, onde o palhaço dizia que não via a hora de nos encontramos novamente, como ele tinha adorado me conhecer, como eu era interessante, inteligente, bonita etc. Pouco tempo depois, menos de dois meses, para a minha grande surpresa, o palhaço ligou e disse que estava no Rio.

- Vamos nos encontrar hoje mesmo! – disse. Ligou várias vezes durante o dia só para garantir o encontro e dizer como estava feliz.

A última vez que nos falamos foi por volta das 17h. Combinamos de nos encontrar às 21h, o palhaço iria me pegar em casa. Ele ligaria, porém, às 20h, para pegar as coordenadas. Deu 20h e nada, 21h e nada, 22h e nada, 23h e nada. Para mim, as explicações possíveis eram seqüestro, acidente com morte, ataque cardíaco (pobrezinho tão jovem!) ou perda total de memória (é possível claro!). Liguei várias vezes para o celular do palhaço e nada. No dia seguinte, outras ligações sem resposta. No terceiro dia me dei conta que o palhaço só podia estar morto. Mas não estava. Vasculhando pela rede descobri que estava no Orkut. Por sinal, tinha uma namorada e a menina morava no Rio.

O palhaço tinha tanta certeza que meu perfil não combinava com o Orkut, o que é verdade, que não nem teve o cuidado de ocultar os fatos. No dia do furo, saiu com a namorada e os amigos e haja histórias posteriores de sua diversão na Cidade Maravilhosa. Uma semana depois, recebi um e-mail da criatura dizendo que perdeu o celular naquele dia e não tinha como me encontrar, como estava triste, como desejava me ver etc. Não respondi, já tinha me dado conta que ele tinha nascido para o picadeiro. Depois de alguns telefonemas dele que não atendi, resolvi que tinha que fazer o palhaço pelo menos tombar no picadeiro. Respondi a última ligação e disse que já que ele não tinha sido seqüestrado, nem morto em acidente de carro, tampouco sofrido um ataque cardíaco ou ter pedido a memória, só me restava mesmo desejar que tivesse uma boa vida, mas que antes fosse para casa do C.

Nunca mais ligou, mas de vez em quando o vejo pela noite Carioca, sempre pendurado alguma garota diferente. Pobre namorada!

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