quinta-feira, 28 de fevereiro de 2002
Como não têm rolado palhaçadas comigo há um tempo (ainda bem), vou me ater a antigas presepadas. Hoje vou falar do meu primeiro namorado. Namorei com ele dos meus 13 ano atés os 16, 17 anos. Quando a gente começou, ele tinha 18. O mal dele é que não percebeu quando eu cresci, encorpei, sei lá. Ele era bobão e a galera não era fácil. Como ele passava praticamente o fim de semana inteiro às voltas com o mundo do futebol, acabava não me dando muita atenção. Antigamente, havia uma coisa chamada futebol de praia, bem diferente desse beach soccer que se joga hoje em dia. As partidas geralmente eram os sábados (no outro dia ele jogava alguma dessa peladas "profissionais" que o pessoal joga uniformizado e o caramba, não sei se vcs me entendem). Na volta, a moçada parava num bar embaixo do meu prédio pra beber. Da minha casa eu ouvia o pessoal gritar pra ele: "Vai pra cassa padilha!". O fato é que eu era bem bonitinha e fazia o estilo gostosona, era na época a sensação do bairro e o cara não me dava muita bola. Me dava perdido na sexta à noite. Me deixava lá esperando e nao aparecia. Às vezes ligava, sempre dava pra ouvir voz de mulher ao fundo. Durante muito tempo aturei essas pahaçadas. Por que gostava dele. Por que era meu primeiro namorado. Mas aos pouco, fui cansando. E o assédio era forte. Desdenhei vários carinhas, até que conheci um verdadero deus, alto, louro de olhos azuis, modelo da Redley. Botei o primeiro chifre no mané e comecei a dar o troco. Isso foi pouco antes de eu terminar tudo. Tadinho, fui muito má pra ele. O resto conto depois, mas dizem que até hoje ele gosta de mim. Não é má pessoa e eu não quis sacanear deliberadamente. Era só uma menina tentando se defender, se auto-afirmar e ser feliz .
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