Chefe-palhaço
O caso que vou relatar aconteceu com uma conhecida minha e é verídico. Jornalista, ela trabalhava há cinco anos numa grande revista de circulação nacional e ocupava o cargo de editora quando resolveu engravidar. Durante os nove meses, levou sua vida profissional com a mesma dedicação de sempre, até que o bebê nasceu e ela tirou sua licença-maternidade.
Na volta, o palhaço-chefe (praticamente uma redundância), chamou-a à sala dele. Sem fazer rodeios, ele simplesmente anunciou: "comece a mandar seu currículo, porque você está fora". Atônita, minha amiga voltou para a redação sem saber o que fazer. O tempo foi passando e ela não mandou os currículos achando que a situação poderia se reverter. Neste período, ela era escalada para todos os plantões sob o seguinte argumento que o palhaço vociferava aos outros colegas: "Fulana pode trabalhar, afinal ela tirou quatro meses de férias!"
Até que passados alguns meses, o crápula a convocou novamente à sala dele para cumprir a ameaça que fizera: "Você está fora", simplesmente decretou.
Quando ela me contou esta história, perguntei por que ela não denunciou o palhaço ao sindicato. Minha amiga respondeu que temia ficar queimada no mercado. Para ela, o fato do tal chefe ter uma filha constitui a sua vingança, porque, certamente um dia, ela também será vítima de um palhaço do mesmo calibre do pai.
Acho que o caso dispensa maiores comentários. Infelizmente, é mais uma prova de como a existência de um blog como o HTP se justifica.
terça-feira, 6 de junho de 2006
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