Último capítulo: Palhaço Canguinha
Deixei para encerrar a saga o espetáculo mais original de todos, afinal esse não tem só talento circense, tem também uma cara de pau sensacional. Quem relatou foi minha amiga N., aquela me apresentou às outras meninas e que me acompanhou no teste da colônia de feromônios. Ela é de uma família nômade, digamos assim. Cada irmão mora em um estado diferente, ela mesma não nasceu aqui no Rio. Até que é bom, pois ela sempre tem motivo pra viajar: vai visitar algum familiar.
De férias, minha amiga resolveu passar uns dias com uma irmã que mora em São Paulo. No ônibus conheceu um palhacinho que parecia legal. Paulistano, tava voltando para casa. Como ela ia ficar um tempinho por lá saíram algumas vezes e se deram muito bem.
Bom, eu não acredito em relacionamentos à distância e sou a favor da valorização da mão de obra local. Mas também não tiro o valor de um biscatinho interestadual, alguém pra passar as tarde de domingo falando sacanagem no MSN. Quem sabe não rende um pau amigo pra divertir umas férias? Passar uns dias esmerilhando em outro estado? Um lugar pra se hospedar num feriado? Dá motivo, dá motivo, compreendo a moça.
Passadas as férias, N. voltou pro Rio e continuou em contato com o palhacinho. No feriadão seguinte o bruto veio visitá-la. Erro fatal, N. hospedou o bruto. Mal chegou na casa dela ele mostrou a que veio: veio fazer palhaçada.
Chegou na cozinha e viu o bebedouro de água mineral dela. "Mas para que você compra água? Sai muito caro, por que você não compra um filtro?" Bom, ela deu uma resposta normal, do tipo "prefiro assim" e desconversou. Que merda, tinha arrumado logo um mão de vaca!
Sabe aquelas saladas vendidas no supermercado que as folhas já vêm todas lavadas dentro de um prato de isopor? Super prático e higiênico, sabe? Pois é. Não contente, quando o bruto abriu a geladeira mandou bala: "Mas por que você compra isso, é muito caro! Por que você não compra tudo na feira e lava?". Alooow! Eu te pedi dinheiro pra comprar alguma coisa? Tu vai se hospedar aqui digrátis e só tem que me comer direitinho, dá licença de eu gastar meu rico dinheirinho de moça trabalhadora como bem entender? Tá, ele merecia ouvir isso, mas ela não disse, chocada, desconversou.
Depois de mais algumas declarações bizarras ela viu que aquilo não ia rolar. "Querido, leva a mal não, mas acho melhor você ir pra casa de algum amigo seu, ok?". Não, não sei qual foi a frase exata que ela disse, mas deu o bilhete azul pro garotão.
Vem cá, tu é hóspede na casa de alguém e já chega dando pitaco? Imagina se algum dia ela namorasse o bruto? Ele ia querer mandar e desmandar na vida dela. E ainda por cima um palhaço sovina!!!! Ia querer que ela reaproveitasse papel alumínio e filme pvc!
sábado, 24 de junho de 2006
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