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quinta-feira, 8 de junho de 2006

Palhaço Piadista
Esse não nega que é palhaço, inclusive tenta chamar atenção já mostrando os talentos.
Noite dessas, távamos eu e mais quatro amigas tomando cerveja na porta de um bar. É um lugar badalado, fica lotado, e reza a lenda que rola mó azaração. A amiga que me indicou o local é freqüentadora e diz que é a maior concentração de homem bonito por m2 do Rio de Janeiro.

Mentir ela não mentiu, realmente a noite tava florida. Gatinhos de todos os calibres, de bermuda ou de terno, loiros ou morenos, altos ou baixos, tinha homem pra todos os gostos e faixas etárias. Só que, cinco mulheres loucas, todas jornalistas tagarelérrimas, cheias de assunto pra colocar em dia e ainda descobrimos que todas estudamos na Uerj. Bingo, né? Nos juntamos num grupelho e em vez de bsicatear só falávamos. Não lançamos olhares ou muito menos demos chance dos rapazes chegarem.

Ok, tamos lá, as cinco quase disputando a palavra no tapa, falando horrores de tudo e todos, cada uma com seu chope na mão e muitos outros já na cabeça. Atrás da gente tinha um grupo de homens, todos desinteressantes que eu já tinha manjado. De repente um deles, até que o menos feio, nos interrompe. "Com licença, posso contar uma piada?". Piada? Peraí, nêgo, piada é você, né? Nisso eu já caí no riso. Kelly fazia cara de incredulidade, Fernanda e Patrícia cara de poucos amigos e Carla ria também. "Não desperdiça o riso agora não, deixa pra rir depois que eu contar!". Fechei a cara, era isso que ele queria?

– Qual o único casal de animais que Noé não levou na arca? hein?
– Fala por que eu não sei, sou burra – avisei.
– O cupim!
– Ah, o casal de cupins, claro. A arca era de madeira – diz Carla, com ironia.
– Isso, você entendeu!


Todas ficamos olhando para o palhaço com cara de incredulidade. "Tá, a piada não era tão boa, o problema é o QI de vocês", completou o bruto e voltou para os amigos. Olha, o mundo é estranho.

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