Feromônios, nós testamos (de verdade)
Sexta passada foi publicada no especial Viver Melhor do Globo Online uma matéria sobre os feromônios, perfumes feitos especialmente para a conquista.
Para o teste convocamos RC, uma jornalista de 35 anos, autora de dois blogs de sucesso, que narram as desventuras da vida de solteira. A moça usou a colônia em sua última empreitada na noite carioca.
Pois é, como vocês podem imaginar, "RC, jornalista de 35 anos, autora de dois blogs de sucesso" sou euzinha. Para ler a matéria é só clicar no trecho acima. Nela há um link também para o meu depoimento. A versão completa, publico abaixo.
Mas, como era de se esperar, o resumo da ópera é que a tal colônia só atraiu palhaços: um casado, outro que biscateia enquanto a namorada está no banheiro, um daqueles clássicos que olha pra gente a noite toda e depois vai pra casa tocar punheta e, pra finalizar um, digamos assim, bobinho.
Uma amiga minha me convidou para testar uma "colônia de feromônios" para um matéria especial sobre conquista. Disse ela que os homens cairiam aos meus pés, bom, até é não é mau, né? Vamos lá. Como me presto a quase qualquer papel, topei. Na verdade ela tinha me chamado pra ir a um "Trago pessoa amada em três dias", mas como eu não sabia bem quem eu ia querer trazer em três dias, adorei a mudança de pauta. Rapazes do Rio de Janeiro, vinde a mim! Altos, baixos, loiros, morenos, bonitos ou nem tanto, amo todos!
Sexta passada tinha marcado de sair pra dançar com umas amigas, íamos a uma festa de soul. Oportunidade perfeita. No caminho para a boate peguei o "perfume" milagroso e parti pra pista. Acabei indo apenas com uma amiga, as outras desistiram. Chegamos no local cedo ainda, pista quase cheia, já havia uns gatinhos por lá. A noite prometia.
Pegamos uma caipirinha cada uma e fomos fazer o reconhecimento do ambiente. Depois de mapear as possibilidades fui ao banheiro. O troço tinha um cheiro assim, digamos, de perfume vagabundo, mas não custa tentar, né? Mandei generosas borrifadas atrás da orelha, no pescoço, nas dobras dos braços e pulsos, guardei o frasco e saí do banheiro me sentindo "a poderosa". Fui caminhando até onde minha amiga estava lançando olhares fatais para os rapazes, já imaginando todos se estapeando pela minha atenção.
Começamos a dançar. "Ui, lá vem um de tôca na minha direção, ele não pode me cheirar!" , fiquei bem quietinha pra não exalar a afrodisíaca fragância. Lá vem um gatinho, danço eu toda exuberante pra esquentar e o perfume se propagar no ambiente. Gatinho pára do nosso lado. Oba. Gatinho conversa com amigo e até dá umas olhadas. Oba! Danço mais ainda. Gatinho sorri, lindo! Gatinho dá olhadas! Gatinho bate papo com amigo e gesticula. Opa, bola fora, aliança brilha na mão esquerda, tô fora. Com todos os homens prontos para se jogar aos meus pés por que vou arrumar sarna pra me coçar, né?
Vou ao bar e fico imaginando se o rapaz tá mais atencioso. Acho que não, na semana anterior minha caipirinha tava mais caprichada. Voltamos para pista. Danço, passa outro gatinho. Alto, moreno, digamos assim, bem apessoado. Olha e sorri. Lá vamos nós de novo em nova empreitada! Não passam cinco minutos e chega uma morena alta e se pendura no pescoço dele. Ah, palhaço, biscateando enquanto a namorada estava no banheiro!
Nisso, confesso que já tava meio enjoada do cheiro forte do perfume junto com as duas caipirinhas muito doces. Chega outro gatinho, moreno, alto, belo sorriso e cabeça quase raspada, um desses que eu tô precisando lá em casa! Até olha na minha direção, mas fica batendo papo com um amigo. Pelos olhares e sorrisos que trocamos, em outra noite eu até teria chegado nele, mas nesse dia não podia. Preciso testar o perfume, eles que têm que vir a mim. Canso da troca de olhares sem atitude e vou pra pista dançar. Quem sabe ele vem também, né? Humpf, nada.
Damos mais uma circulada pelo ambiente. Perto do bar do outro lado da boate um bem bonitinho vem falar com a minha amiga. Ele quer apresentar o amigo pra ela e apresenta as credenciais do rapaz: "ele é ator de Malhação". Ah, tá. Minha amiga, mais perversa do que eu, pergunta "E o que ele quer comigo, me dar uma entrevista exclusiva?". O bonitinho quase cai pra trás quando descobre que somos jornalistas. "Sério? Você também é jornalista?", me pergunta. Tadinho, se visse nosso contra-cheque não se impressionaria tanto. Com medo das jornalistas, ele confessa, o amigo é quase figurante de Malhação. Emplaco uma conversinha-pra-boi-dormir com o brutinho. Minha amiga interrompe "Vai querer esse corpinho ou é só pra estudo?". Era só para estudo mesmo.
Resumo da noite: sei não, mas acho que a tal colônia de feromônios espanta os rapazes, isso sim. Se atraiu alguma coisa foi os olhares dos comprometidos.
segunda-feira, 5 de junho de 2006
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