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sexta-feira, 1 de setembro de 2006

O velho cafa: palhaço ogro
Sexta-feira passada, certa casa de samba na Lapa. Chegamos pra lá de meia-noite, eu e minha gangue de amigas, todas mulheres lindas e loucas na casa dos 30 anos. Pista cheia, todos felizes e sorridentes sambando e flertando naquela noite quente.

Pegamos cerveja e fomos flanar pela pista. Tô lá meio dançando, meio rindo e batendo papo com meu copo na mão. Vem um palhacinho na minha direção, vem rindo pra mim. Meio gordotinho, mas bem acabado, achei fofo e sorri também. Ele vem chegando e mantemos os olhos nos olhos e o sorriso nos lábios. Mexo no cabelo com mão livre e faço graça.

Quando o bruto chegou perto o que vocês acham que ele fez? Perguntou meu nome? Disse que me achou bonita? Me tirou para dançar? Segurou minha mão? Nananinãnão!!! Ele beliscou meu braço! Peraí, me beliscou! Chegou e beliscou meu braço. Eu lá sou peça de carne na feira pra ele beliscar? Vai beliscar o rabo da tua mãe, palhaço! Fechei a cara, virei de lado, dei dois passos e saí de perto. O palhaço sem noção ainda ficou sambando por perto sorridente.

Agora me fala, posso? Se chegasse e me pegasse pela mão, levava. Se me puxasse pela cintura, levava. Se me beijasse sem dizer palavra, levava. Se ficasse apenas sorrindo e sambando na minha frente, eu mesma levava! Agora, beliscou leva é o selo de Palhaço!

Comentei com minha amiga, ela deu uma boa olhada no bruto e sentenciou: "é bonito. Se faz assim é porque deve haver público". Bom, pode até haver, mas fiquei lá até o fim do show e ele continuou sozinho. Já eu fui embora de mão dada com um palhacinho gentil e bem educado, que se apresentou, disse que eu era linda e me tirou pra dançar. Tá, provavelmente era um exemplar do palhaço new cafa, mas pelo menos naquela noite não houve oportunidade pra espetáculo.

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