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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

A nova revolta das oferendas

Não se é a proximidade dos festejos de Momo, com a promessa de pândegas, ou se sempre em vésperas de feriadão as oferendas ficam frenéticas e começam a voltar, afinal a última revolta tinha sido no pré-reveillon. Fato é que as oferendas tão que tão.

Sábado passado fui ao desfile o bloco Imprensa que eu gamo, digamos assim, o bloco dos coleguinhas. Ok, encontrei muitos conhecidos, mas felizmente não tinha só jornalista, então havia até bastante gatinhos. Tô eu lá, alegre e saltitante com minha amiga Glorinha, acompanhando bloco tava dando a volta no quarteirão. Vejo um ex-cálega de redação na minha frente, com um grupo. Moça educada que sou, disse "oie!" e abracei. Ele soltou um bordão cafajeste com o qual sempre me brinda. Fiz ouvidos moucos e segui o cortejo.

Hoje entro eu no MSN à cata de certa oferenda desejada, porém ainda não devolvida, quando pipoca a janelinha "tava soltinha no bloco sábado, hein?". Eu nem lembrava de ter adicionado a criatura. "Eu sou soltinha na vida, babe", alfinetei.

– É, tô sabendo.
– E vc, tava soltinho no bloco?
– Tava, até minha namorada chegar.

Ê palhaço! Eu o vi todo amoroso com a ingênua dona de picadeiro. O rapaz é a prova de que quem nasceu pro circo não perde o talento, inclusive já figurou nesse circo há alguns anos!

Nós já nos pegamos, mas isso foi em priscas eras, e nem pegamos bem pego, digamos assim. Na época, há uns 10 anos, depois de uns amassos, ele fez o clássico Número do Desaparecimento. Normal, vida que segue, continuamos quase-amigos.

Confesso que hoje em dia eu sinto quase uma vergonha alheia quando olho pra ele e lembro que já beijei. Sim, alheia porque não fui eu! Era outra pessoa! Puta que pariu!

Passou o tempo, cada um de nós casou, descasou, namorou, ficou solteiro, se enrolou de novo... Eis que ele, casadinho da silva, soube do meus blogs (jornalista é tudo safado e boquirroto - alguém mostrou pra ele. Olha que eram os primórdios do HTP). O bruto me mandou um e-mail perguntando se eu tinha ficado maluca. Não, neném, sempre fui doida, você que não notou. Mandou outro e-mail perguntando quando nós íamos passar umas "horas de prazer em um cinco estrelas". Não lembro exatamenteo texto mas era algo assim. Babe, doida é uma coisa, burra é outra. Ele insistiu. Ameacei encaminhar as mensagens pra mulher dele. "Você não faria isso". Esqueceu que eu sou doida? Sumiu por alguns anos, até a última ressaca cuspir velhas oferendas de volta.

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