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domingo, 21 de dezembro de 2003

Capítulo IV - O resgate do Bodão

Por sorte Bodão tinha um parente que morava em Búzios. Um quarentão tipo Evandro Mesquita que tinha um quiosque na praia e cultivava erva no quintal. Em suma, um cara super gente boa que vivia com a mulher e o filho pequeno e nos ofereceu abrigo para os poucos dias que ainda tínhamos em Búzios.
Antes de sermos linchados pelos amigos do Bodão, ele foi nos buscar na suíte. Foram necessárias duas viagens para levar toda a bagagem do palhaço. O cara, acho que era primo, vamos tratá-lo assim, pensou que Bodão estivesse planejando uma fuga para morar em Búzios.

Assim que chegamos à casa dele, dei uma relaxada. Pelo menos estava num local mais confortável e agradável agora. De repente, Bodão pula do sofá. Ele lembra que esqueceu um pertence muito importante na suíte, e deve imediatamente resgatá-lo. O primo diz para ele dar um tempo, que mais tarde ele pode ir lá buscar. Mas, como já disse antes, quando Bodão mete uma coisa na cabeça, não tem santo que a tire de lá. Antes que tivéssemos tempo de retrucar ele pegou uma bicicleta e saiu em disparada para recuperar o bem que sua mãe havia lhe conferido com ordens expressas para que trouxesse de volta sã e salvo: o pote do feijão.

A seqüência foi minha amiga que contou. Assim como eu, ela estava lá com o namorado super aliviada com o espaço recém-adquirido e a calma que se instalou no ambiente com a nossa saída. A suíte era no primeiro andar e tinha uma janela que dava para frente. Qual não foi a surpresa e o pânico de ambos quando avistam do lado de fora ele, Bodão, já tão cedo de volta, com o rosto encharcado de suor, montado na bicicleta e requisitando o pote de feijão. Para seu infortúnio, o pote tinha sido dado aos pobres junto com o feijão, e o palhaço voltou para casa com as mãos abanando e a cara de bundão.

Amanhã não percam:
Bodão recebe um santo e o mistério de Niterói é desvendado!

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