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quinta-feira, 22 de março de 2007

Dos palhaços flamenguistas

Uma amiga me mandou o texto abaixo, onde discorre sobre a relação entre talento circense e gosto por esportes/paixão por determinado clube. Na verdade ela tem um problema específico: é vítima contumaz de pahaços torcedores do Flamengo. Sim, o clube de futebol.

Eu acredito e defendo que homem é tudo palhaço, não importa time, credo, idade, posição geográfica, profissão. Tem pau é palhaço. Já minha amiga tem esperanças que apreciadores de esportes que prescindam do uso de bola tenham menor talento circense. Sabe-se lá, né? Deixa a moça procurar.



"Era um daqueles dias em que, sem motivo, o tico fala com teco, o B segue o A, fica fácil multiplicar de cabeça 4x9. E aí, sem querer, descobri: todos os homens que arrebentaram meu coração para valer eram flamengo.

Uma contabilidade simples, mas que nunca havia chamado a minha atenção. Até agora. Foram quatro esses escrotos: os dois primeiros entre os 15 e os 20 anos; o terceiro, lá pelos 20 e tantos, e o quarto, o mais devastador e, talvez, o mais sacana, já há alguns poucos anos.

E daí? E daí que sempre levei futebol a sério - tá, não a ponto de ver campeonato de segunda divisão da liga italiana, mas sei o que é segunda divisão; não a ponto de decorar quem fez o que no campeonato tal, mas sei o ano do gol de barriga do Renato Gaúcho. Sou Flamengo com muito orgulho (talvez atualmente, sem orgulho). Lembro onde estava quando Nunes fez o gol da vitória do mundial interclubes em 81 (o que revela minha longevidade); acordei cedo (pros meus padrões) para torcer sozinha em casa pelo Real Madrid na final do mesmo mundial contra o Vasco. Era realmente sério.

Sei a dor que senti quando o Pet resolveu trocar o Flamengo pelo Vasco depois de ter feito o gol de falta que garantiu ao rubro-negro o tricampeonato.

Achava que meu desinteresse recente por futebol era devido ao empobrecimento do futebol do Rio, dos clubes bangunçados, de um Flamengo sem comando, sem jogadores etc e tal. Mas não, era o meu subconsciente dando os sinais. Esses cretinos esvaziaram minha vontade rubro-negra.

Uma vez, numa conversa daquelas com terapeuta, ele me perguntava o que eu queria de um homem. Uma chatice, e ele sabia que eu não tinha resposta, mas a forçava. Cínica, disse então que deveria ser alto, louro, inteligente, divertido e Flamengo!!

Ha, ha! Achei que poderia errar em tudo, que ele poderia ser japonês, negro, baixo, médio, mal humorado, e, sabe-se lá, até meio burrinho. Mas jamais imaginaria que ser Flamengo era realmente o problema.

Na boa, a partir de agora vira pré-condição de azaração: ser Flamengo é tão proibitivo quanto ser mal-cheiroso ou ter algum desvio de caráter.

Quer saber, melhor mesmo é nem gostar de futebol. Talvez deva procurar alguém interessado em rugbi. Não, muito parecido. Snowboard. É isso, vou contar pro terapeuta: "O que espero de um homem? Que ela seja bom de snowboard!!!"

1 comentários:

Hadassah disse...

Sei nao... sempre "sofri" com meus namorados e agora marido q nao curtem futebol...