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quinta-feira, 10 de outubro de 2002

Contribuição de uma leitora - Palhaço egocêntrico
Essa foi enviada por mail pela Rainha da Martinica. Posso não concordar com algumas posições dela, mas ninguém pode negar q o bruto era um palhaço e tanto, por isso resolvi publicar.

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Ontem eu passei o dia arrumando minhas gavetas e achei tanta coisa! Entre essas coisas reencontradas, estava um presentinho que eu ganhei e lembrei da história envolvendo a pessoa que me deu. Assim, resolvi contar aqui dois episódios que passei com esse cidadão.

Ele era vocalista numa banda e eu ia aos shows, era apaixonada por ele. Acabamos nos conhecendo e ficamos juntos. O primeiro dia que ficamos foi um sábado e no dia seguinte ele me ligou e foi me ver. Estava tudo indo muito bem e eu feliz da vida.
Durante a semana ele me mandou vários e-mails e num deles escreveu: 'Vou te surpreender com uma coisa que eu sei que você vai gostar. Se prepara. Beijão!! PS – Nem adianta me perguntar que eu não vou te falar'

Fiquei tentando imaginar o que seria: uma música dedicada a mim durante o show? Um cd com ele cantando “I love it loud” do KISS (que eu AMO e ele cantava nos shows). Pois bem. Finalmente chegou nossa esperada saída. Entro no carro toda sorridente, feliz e pergunto: 'Cadê a minha surpresa?'
Ele se vira para pegar no banco de trás a TAL SURPRESA (e foi uma surpresa mesmo): um poster dele!!!! Eu nem sabia o que falar, mas como era início de caso, fiz como se tivesse AMADO o mimo. Achei o cúmulo do egocentrismo. O pior foi contar para as minhas amigas que a surpresa era um poster dele!

Depois dessa surpresa que, segundo ele, EU IRIA GOSTAR, vieram mais saídas até um belo dia...
Ele ia tocar num bar na Tijuca e aproveitei para chamar meus amigos que ainda não o conheciam. Era um grupo de 6 pessoas. Ele foi me buscar em casa e levou uma garrafa de gin. Pediu que eu guardasse na bolsa para ele beber durante o show. Como já sabia que ele era do grupo dos bebuns, não me importei.

Quando meus amigos chegaram no bar, o meu então 'caso' foi super simpático, arrumou uma mesinha perto do palco, fez um "social" e estava me tratando super bem, cheio de beijos, abraços. Claro, eu estava me sentindo o máximo porque ele era o vocalista da banda, o principal, a mulherada ficava dando gritinhos por ele e EU era quem estava com ele.
Tudo bem, tudo bem... o show foi muito bom e meus amigos ficaram elogiando o talento do rapaz. Quando estávamos levantando para irmos embora, vem o meu queridinho e diz: 'Me dá R$ 5' Eu não entendí e ele repetiu: 'Me dá R$ 5 para pagar a tua'.

TODOS os meus amigos me olharam do tipo: 'Ele está realmente fazendo isso???'. Quando nos conhecemos ele dizia que não pagava nada para as namoradas dele, mas quando começamos a sair, ele sempre pagava. Naquela fatídica noite ele quis mostrar para os meus amigos que era O BOM, que não dava mole para mulher. Mal sabia que todos da mesa abominam essa atitude.

Puxei uma amiga pelo braço e falei que não estava acreditando naquilo. O problema não era o dinheiro, mas a maneira como ele falou! Se ele falasse com educação, mas não, ele ordenava. Homem que não paga a conta eu acho O FIM. Pelo menos no início do relacionamento tem que rolar um cavalheirismo! Minha amiga disse que me levaria em casa, mas eu não aceitei a carona porque não queria dar trabalho e sei que o marido dela não gosta mesmo de levar as pessoas em casa.

Quando entreguei a comanda e os R$ 5 para o pobre coitado, ele olhou e falou: 'Pô! Você não consumiu NADA? Ah não! Vou pegar duas cervejas então!'. Mais uma vez eu queria sumir num buraco com minhocas e acordar na minha cama.

Fomos para o carro e eu pensei: 'Ok, ok...o pesadelo está acabando, estou indo para casa'. Porém, o bonitão tomou outro caminho: o da rua Ceará, na Praça da Bandeira. Eu disse que queria ir para casa, que já eram 3 h da manhã, mas ele disse que queria ficar um pouco lá. Agia como se NADA tivesse acontecido. Tooooodo carinhoso, romântico.

Saímos do carro e estavam passando 3 menininhas que até hoje eu não sei o que elas estavam fazendo naquele lugar (deviam ter entre 8 e 12 anos). Uma delas parou e ficou gritando, estática: 'Um rato! Um raaaaaaaaaaaaaaato!'. A outra tirou o tamanco e jogou no bicho. A garota tinha uma pontaria que MEU DEUS! Foi em cheio no bicho. Como aquela garotinha miúda teve coragem de acertar um tamanco num rato como se fosse uma barata??? O rato ficou gritando (agonizando, sei lá) e o meu QUERIDINHO veio e chutou o rato. Mas chutou como se chutasse uma lata no meio da rua. Parei e fiquei olhando aquela cena bizarra e meditando: 'Não, eu não estou vivendo esse momento'.

Enquanto ele foi ao banheiro no bar (também....depois de uma garrafa de gin e duas latas de cerveja...) eu liguei para a minha amiga. Quando ela soube que eu estava na rua Ceará entrou em pânico e disse que iria me buscar. Eu a acalmei e disse que estava tudo bem (mas, claro, não estava). Ela foi me acalmando e eu estava quase pegando um ônibus mesmo para voltar para casa.

O bonitão queria ficar me agarrando e me beijando como se TUDO ESTIVESSE BEM. Tomei nojo dele e não liguei mais. Ele ligou várias vezes e mandava e-mails. Sumi. No dia seguinte, fui jantar com esses meus 6 amigos para contar o que tinha acontecido e o marido dessa amiga, para fazer um resumo do fim da noite, antes de jantarmos, disse: 'Só para encurtar a história: ele terminou a noite matando um rato a pontapé'.

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